Tom R. desapareceu, sem deixar rasto, algures entre o café onde ia sempre e a rua em que caminhava todos os dias. Passados 23 anos, uma equipa tenta fazer um filme em torno do sucedido e, ambiciosamente, encontrar uma solução. Mas esta teima em não se revelar.
Um musical que sublima o lado comovente da sua narrativa, embora com um ligeiríssimo sorriso a formar-se no canto dos lábios: um casal que mora em países diferentes acaba por decidir terminar a relação, mas terão um último dia juntos.
As cores néon não distraem, antes apontam para a qualidade onírica deste filme que tenta abordar, sem ser moralizante, questões ligadas ao consentimento. Uma festa surpresa acaba por ser o gatilho disparado de forma a explorar a dinâmica entre vítima e abusador.
A câmara vagueia para um parque e zona residencial circundante. Mudanças e obras avizinham-se, mas hoje, dois amigos dão um último passeio cúmplice onde expandem o tempo, evitando a despedida.
No meio de inusitadas referências visuais a ovos, o foco do filme é o aniversário de Avelardo, neste mundo povoado por pássaros, patos e outros animais, e estão (quase) todos convidados. Apesar dos festejos, há setas a voarem sobre os nossos protagonistas.
Heliconia é texturas (a da película), cores (as da natureza), calor (o do verão) e corpos (os pendurados nas árvores, a comer mangas). Uma sinfonia sinestésica onde Maria, uma rapariga de quatorze anos, parte com o irmão e o amigo Adrian em busca do paraíso na Terra.
Miguel e o tio, Kechus, estão a fazer um filme de vampiros juntos. Kechus tem as mãos grandes e uma cara longa e magra (perfeitas para um vampiro) e, com uma capa e presas, estaria irrepreensível no papel principal. Mas Miguel não gosta de pensar no tio como um vampiro.
Puro ASMR visual. Excertos de vídeos encontrados pela internet – do tipo “estranhamente agradáveis” – são montados de tal forma que nos deparamos com um pedaço de videoarte em que loops de sons e imagens criam uma textura elástica, palpável e ondulante.
Bartholomew Whisper tem um buraco, bastante bonito por sinal, na cabeça. Numa visita ao médico, depara-se com uma série de situações rocambolescas. Um comentário sarcástico e mordaz face a sistemas de saúde, o que constitui saúde e o que é a doença.
Na capital da Tunísia, um grupo de mulheres reunidas no cabeleireiro de Saïda antecipam a eleição presidencial do dia seguinte. As várias mulheres presentes representam o tumulto que o país vive, as forças políticas em confronto e os debates que as preocupam.
O filme da vida de Pete Levine. Começado em 1973 e terminado em 2020, esta primeira obra de um jovem de 70 anos, conta a história de C.R. Pleasants, e sua família, um inventor amador que dizia ser capaz de dispersar o tipo de nevoeiro que, nos anos 30 e 40, afligia quem pilotava aviões.
Aline Sitoe Diatta é um ícone senegalês feminino de resistência ao colonialismo francês. Rokhaya Marieme Balde é a realizadora que regressa a Dakar, a sua terra, para fazer um filme sobre esta figura histórica.
O mundo de Kátia é o palco. É onde se ilumina, onde se sente viva e é a cantar que cumpre o seu propósito. Um documentário que dá a conhecer a mulher por detrás do karaoke e as pessoas que preenchem a sua vida e a sua plateia.
Marcadores, canetas, riscos de lápis, rabiscos no papel. Um musical de animação cujo propósito é celebrar a harmonia que se cria entre cores, padrões, texturas e sons, numa sinfonia de energia criativa e espontânea ao ritmo dos pratos da bateria.
Denise Duval foi uma soprano francesa conhecida, sobretudo, pelas suas interpretações de óperas de Francis Poulenc. Uma delas, La Voix Humaine, é a que mais rapidamente ligamos a Duval e uma obra que a assombrou o resto da vida.
Algures na fronteira entre a Alemanha e a República Checa, os trabalhadores de uma fábrica de vidro trabalham, delicada e precisamente, com os materiais quentes em mãos. Os corpos musculados e tatuados dos homens marcam o compasso de um turno da noite.
Um casal passa as férias de Verão com os amigos, mas um trauma passado assombra o seu bem-estar. Em “Suc de Síndria”, as lágrimas e o sumo de melancia curam feridas e redefinem sexualidades.
Paul e Adèle são dois figurantes da ópera ‘Tristão e Isolda’ que, aborrecidos, vagueiam pelos subterrâneos do Palácio Garnier. Um caminho labiríntico e uma conversa sinuosa sobre o amor, em “De longs discours dans vos cheveux”.