A segunda longa de Rozier foi o seu primeiro filme com som directo. Numa descrição brevíssima que lhe passa ao lado, é o filme em que três raparigas passam umas férias de verão à beira-mar. Rodado em 16 mm, especialmente atento aos exteriores do cenário marítimo e às cores fortes que casam com o mar, a casa, a juventude das raparigas e dos rapazes, Du côté d’Orouët propõe uma crónica sentimental ao correr dos dias. Foi mostrado em Cannes em 1971, mas só estreou verdadeiramente em Paris, em 1996, em 35 mm, quase trinta anos depois ter sido concluído.(A partir do texto da Cinemateca Portuguesa)
Secção: Herói Independente
O mais amado dos filmes desconhecidos do mais raro dos cineastas da nouvelle vague, Jacques Rozier, cujo percurso fulgurante nunca mais terá tido sossego, filmando desde então os mais livres dos filmes. Nunca ninguém filmou tão perto a errância da gente nova, a hesitação, os dias inseguros, os adeuses, os acasos, o peso da guerra – aqui, a da Argélia. Tudo é fresco e novo neste documento único em que a Graça visita os corpos 24 vezes por segundo. “Incompreendido no momento da sua estreia, Adieu Philippine é o mais belo retrato da França do início dos anos 60” (Louis Skorecki).(A partir do texto da Cinemateca Portuguesa)
Imbuído do espírito veranil, Blue jeans prefigura Adieu Philippine: num passeio à beira-praia em Cannes, dois rapazes de motorizada metem conversa com duas raparigas parisienses que aí passam férias. Foi o filme que fez com que Jean-Luc Godard descobrisse Jacques Rozier, de quem falou ao produtor Georges de Beauregard como um dos realizadores da – então ainda inexistente – nouvelle vague.(A partir do texto da Cinemateca Portuguesa)
Andrei, um adolescente de 13 anos, vive na periferia de Bucareste. Um dia decide vender um troleicarro para impressionar Marilena, uma prostituta por quem se apaixonou. Coisas que se fazem por amor.
Certa noite, Mihai, um adolescente, resolve visitar uma das suas colegas, Cristina, que está perdidamente apaixonada por ele. Pelo caminho, passa por uma série de aventuras que o mudarão irreversivelmente.
O que acontece se virmos demasiada televisão? Bem, podemos começar a falar uma linguagem que outros não compreendem.
E se um dia chegássemos à conclusão de que o acto de ouvir música clássica à varanda pode ser o princípio do fim? Terá Flathouse People Are Dying for Music a resposta?
Documentário sobre a vida num convento de freiras. As freiras e os seus vizinhos falam das suas expectativas e da relação com o mundo exterior.
O filme é na verdade uma experiência de produção: concebido em 27 dias antes das datas de estreia em sala, testemunha os métodos de produção relâmpago que exultam a Milkyway Image, produtora de To. Obra invulgar no catálogo de To, esta comédia negra funciona como sátira política cortante. Num hospital desesperadamente burocrático, os jovens e idealistas cirurgiões C. Cheung e J. Chan recrutam E. Cheng, cirurgião tornado mecânico de automóveis, para uma missão de reforma. A corrupção política conduz ao desastre natural enquanto Help se transforma numa paródia catastrofista. Help poderia ser título de qualquer filme de To: as fantasias de resgate face ao desastre encontram aqui um eco selvaticamente cómico. (S. Kraicer)
Ovidiu é um jovem empreendedor que tenta estabelecer um negócio de comida mas ainda vive no apartamento dos pais em Constanta. Está portanto mais do que disposto a ouvir a proposta de um criminoso local, que tem uma encomenda para entrega em Bucareste. Ovidiu faz-se à estrada, com a namorada e outro amigo. São seguidos por um carro vermelho ‚ e os quatro homens no interior dele estão determinados a não vacilar.
Nea Pintea…The Model” é a história de Marin Pintea, antiga modelo da Academia de Arte de Bucareste – a história de uma ideia muito peculiar sobre a arte e a própria existência. Para além disto o filme é uma história sobre as tentativas falhadas da imoralidade e no fim de contas sobre o tempo e a morte.
Nigredo não é um filme narrativo, é uma experiência musical sobre a rotina matinal. Na casa de banho, a água corre negra da torneira e em vez de ficar limpo, o humano fica sujo, consequência de um planeta destruidor.
Documentário centrado nas instituições da prisão e dos hospitais psiquiátricos. Resguardadas por paredes altas, estas instituições são frequentemente becos sem saída sociais ou simplesmente existenciais. Por outro lado, o filme conduz directamente ao céu. Até Deus (pelo menos um) já lá está! Com planos vagarosos e precisos e um instinto seguro, mostra-nos o Centro Neuropsiquiátrico de Calugareni. Um universo alternativo flutuante, nu e sublime.
Comédia amarga sobre as pessoas que querem emigrar da Roménia e aquelas que ficam para trás. O enredo apresenta três histórias diferentes que se cruzam e decorrem no mesmo período. As personagens influenciam as vidas umas das outras, por vezes sem o saberem. As histórias não têm um fim único: a primeira história termina num ponto diferente em cada uma das três partes, sugerindo soluções radicalmente distintas para as personagens.
Um jovem sonha deixar a sua pequena cidade romena para recomeçar a vida no Reino Unido. A última coisa que tem a fazer antes da mudança é passar um exame médico, algo que se torna muito mais difícil do que ele alguma vez podia ter antecipado.
A prisão entra na vida de um homem e muda-o. Tudo se torna jogo. Uma experiência visual inspirada em A History of Communism for the Mentally Ill de Matei Visniec e os contos de Slawomir Mrozek. Façam as vossas apostas!
Policial negro de pureza formal, este é o filme mais abstracto de To: um ensaio pessoal sobre as ansiedades da masculinidade, as dinâmicas do grupo homo social, o medo de enfrentar o caos sem recurso à violência. Quando o sargento Lo Sa perde a arma numa viela escura, recruta a ajuda do inspector Ho, chefe de uma violenta unidade policial cuja falta de escrúpulos no recurso à brutalidade ao serviço da ordem, pela sua franqueza, chega a dar a volta às tripas. Uma noite de ansiedade reúne os protagonistas numa efervescente Tsimshatsui (ponta sul de Kowloon), a zona onde finalmente se encontram os gangs rivais de Hong Kong e lutadores ainda mais temerários. (S. Kraicer)
Para além de expor a virtuosidade da técnica de To, Throw Down atreve-se a mostrar a alma e o coração do realizador. Estruturado como tributo a Akira Kurosawa, o filme é uma combinação quase impossível de caracterizar entre comédia negra, fantasia onírica e filme de acção. Três jovens solitários, um campeão de judo em declínio, um entusiasta de judo que toca saxofone, e uma cantora pretendente a estrela, encontram-se num bar lúgubre de Hong Kong e acabam por incitar-se mutuamente a perseguir os próprios sonhos. To referiu-se ao filme como uma viagem de paixão, auto-descoberta e coragem de sonhar, [que] em muitos casos encapsula a minha própria viagem como realizador. (S. Kraicer)