Estamos em Medellín, na Colômbia, e o tempo é marcado pelos momentos, e movimentos, repetitivos e constantes da vida citadina, como os carros que não param de passar, ou as pessoas na pausa do seu trabalho.
Secção: Foco Silvestre
É impossível contar a história da violência na Colômbia. Um conflito armado interno e interminável levou a que as suas linhas de demarcação se tenham tornado indecifráveis e este seja apenas uma parte da vida no país. Mas Restrepo tenta contar esta história.
Uma mãe e uma promessa. “Se os mortos comandam os vivos”, canta uma mulher que prometeu à mãe que encontraria o pai, que nunca conheceu, e ajustaria contas com ele pelas duas. Ao ter sido informada que este morreu, o seu objetivo não se desmorona e continua a tentar encontrá-lo.
Um musical com o baterista e mestre da percussão Mahomed Bangoura, com vagos laivos da sua própria vida. Neste filme, um homem que descobre notícias da morte da filha às mãos do seu marido é incitado a fazer ele próprio justiça, libertando a sua raiva e dor.
Um filme feito de colagens. Colagens de imagens, colagens de poemas a imagens, e colagens de músicas a imagens. Neste filme, é construída uma viagem através de excertos de filmes populares gregos dos anos 50 e 60, de poemas de autores gregos e da música de Manos Hadjidakis.
O que significa ser um realizador de cinema palestiniano? Ou um realizador refugiado? O que significa fazer (ou conseguir fazer) filmes na Palestina? Três realizadores, refugiados no campo Dheisheh, falam do seu cinema. E mostram-no também.
Um filme sobre os momentos e os locais que as mulheres de Kabylie (Argélia), que de outro modo vivem de forma isolada da sociedade, encontram ou habitam onde podem existir, cantar, dançar. Parte de um trabalho cinematográfico maior sobre Kabylie.
Jérôme Noetinger é um compositor e improvisador francês. Aqui, coloca-se em frente à lente de uma câmara para utilizar um instrumento complexo de gravação de forma a compor, no momento, uma sinfonia que resulta de fragmentos de sons captados, rádio, ou estática.
O grão grosso da película de 16mm compõe imagens que pedem mais atenção ao olhar. A câmara leva-nos pelo metropolitano de Paris, observando quem está solitário, apaixonado, com pressa ou cansado da vida.
A sétima de uma série fílmica em sete sequências. Cada uma com um padrão específico e uma referência a um texto político. Nesta sequência, é dado espaço de reflexão sob o signo de Walter Benjamin.
Numa cidade, há espaços potenciais, locais onde se pode agir, que se podem moldar. A cidade é um local vivo que muda, decai e se renova. O devir da cidade faz parte da sua actualidade. Em Cities (Potential Space), exploram-se diferentes visões e modelos urbanos.
Luck Smith continua o interesse pela televisão do realizador Gusztáv Hámos – desta feita, o formato do video clip: uma fábrica metalúrgica é apresentada ao ritmo da ópera de Wagner Siegfried.
Seins Fiction (um jogo de palavras com science fiction) consiste numa análise sobre a duplicação da realidade pelos meios de comunicação de massa. Dois monitores cruzam-se e comunicam entre si, criando sequências de uma dialéctica estereoscópica que confrontam o real com a ficção.
Rien ne va plus é também um fotofilme, uma história de amor entre as almas de duas pessoas que morreram ao mesmo tempo: Igor, um refugiado do Azerbeijão, e Kah, a mulher assassinada de um diplomata. Um filme sobre as fronteiras geográficas, físicas e espectrais.
Cities (Verborgene Städte) visa explorar a percepção urbana das pessoas, o que é “a cidade” enquanto sistema orgânico, ser vivo que pode ser saudável ou doente e que reflecte todos os processos e interacções dos seus componentes na sua paisagem e organização.
1989 – Die Revolution im Fernsehen é um ensaio sobre a censura na televisão húngara: recorrendo a imagens de arquivo da revolta húngara de 1958 e da Primavera de Praga em 1968, por oposição aos acontecimentos dos países do Bloco de Leste em 1989, o filme cruza comentários de jornalistas e apresentadores com as opiniões da avó de Hámos, que vai observando a televisão à hora de jantar. Uma reflexão sobre a representação televisiva da revolução e do poder revolucionário desse electrodoméstico.
Fiasko é um fotofilme ensaístico da dupla Katja Pratschke e Gusztáv Hámos (co-realizado com Janet Riedel). Retrata a Budapeste dos anos 1950, na ressaca de Auschwitz e Buchenwald. Uma reflexão sobre a desmultiplicação de personalidade e de identidade, por acção de um regime totalitário.
Seil é uma “reconstrução” fotográfica do famoso conto de Ambrose Bierce, An Occurrence at Owl Creek Bridge: um homem, à beira de uma ponte, uma corda ao pescoço, prestes a ser enforcado e um amor maior do que a vida (e a morte).