25 de Abril: Doméstica e Lacrau com novas sessões

O feriado do 25 de Abril está a aproximar-se e damos-lhe excelentes motivos para vir ao IndieLisboa: “Lacrau” de João Vladimiro e “Domestica” de Gabriel Mascaro terão duas novas sessões no Cinema City Classic Alvalade.

“Lacrau” será exibido duas vezes no dia 25 de Abril no Cinema City Classic Alvalade. Por motivos de ordem técnica, a sessão de quinta feira, às 21:45, de terá lugar na sala 2 do Cinema City Classic Alvalade. A 2¬™ exibição será pelas 23:45, também na sala 2 do mesmo cinema.

Se o Lacrau visse e a víbora ouvisse não havia quem escapulisse. A víbora é surda e o lacrau não vê, assim é e assim será, tal como o campo é calmo e a cidade agitada e o ser humano impossível de satisfazer. Lacrau procura o regresso “à curva onde o homem se perdeu” numa viagem que parte da cidade em direcção à natureza. A fuga do caos e do vazio emocional a que chamamos progresso; matéria sem espírito, sem vontade. A procura das sensações e relações mais antigas dos seres humanos. O espanto, o medo do desconhecido, a perda dos confortos básicos, a solidão, o encontro com o outro, o outro animal, o outro vegetal. Um mergulho à procura de uma conexão com o mundo. Onde partida e chegada são a mesma, mas eu não.

Motivada pela enorme afluência de pessoas que não conseguiu ver a segunda passagem do filme, também o filme “Domestica” de Gabriel Mascaro terá uma nova sessão a decorrer na sala 3 do Cinema City Classic Alvalade às 20:00.

Sete adolescentes de estratos sociais diferentes filmaram, durante uma semana, as empregadas domésticas da família, entregando depois as imagens ao realizador. A relação difícil entre as empregadas e as famílias para quem trabalham acabam por constituir um jogo de equilíbrio entre a proximidade e a distância que o respeito e a ordem pedem para que não se ultrapassem limites. Elas não estão dentro, mas não estão fora. Cozinham, limpam, levam as crianças à escola, passam a ferro, celebram aniversários… Mas também têm as suas pró- prias histórias de amor, tristeza, felicidade, as suas memórias e a sua própria família. Para além dos testemunhos individuais, Mascaro transmite-nos a ressonância de um passado colonial num Brasil contemporâneo.

Nota: Imagem do filme “Lacrau” de João Vladimiro