Bonsái

Cristián Jiménez

IndieLisboa 2012 •

Portugal, Chile, Argentina, França, Ficção, 2011, 95'′

As mesmas situações repetem-se e a realidade e a ficção confundem-se na cabeça das personagens, para formar um filme singular e circular. A natureza está lá como pano de fundo generoso, enquanto a importância da literatura se sobrepõe a tudo, mesmo à verdade. Os livros e a música alta funcionam como distracção e tudo é inventado, excepto a constatação com que o narrador começa: Júlio vive e Emília morre. Eles tinham Proust em comum, mas nenhum deles lera todos os seus livros. O número de páginas na memória funcionava como garantia, uma forma de cuidar da relação como se ela fosse um bonsai. Oito anos depois, Blanca é a sua nova companheira, crente nas pequenas mentiras que ele lhe conta a ela e a si próprio. Nos planos multiplicam-se as janelas, varandas, portas e pontes, mas não há como ver para dentro do que as personagens realmente são. (Ágata Pinho)