O fecho da corrida das longas

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Quase a chegar ao fim do festival, o comboio da competição internacional ainda se desloca com forte intensidade.

O fim de tarde no Grande Auditório chega com Matar A Un Hombre. Jorge vive com a família num bairro pobre, mas ao contrário da maioria dos seus vizinhos tem uma vida tranquila, é trabalhador e bem-intencionado. O bairro, sobretudo na figura de Kalule, o bandido local, não lhe reconhece estas virtudes e quando Jorge é assaltado e tenta usar os meios legais ao dispor para solucionar o problema, a sua situação agrava-se e toda a família é exposta a humilhações e abusos. Jorge só vê uma saída para se libertar deste delinquente e recuperar a harmonia familiar, mas para isso tem de encontrar em si próprio a coragem e os meios para matar. Baseado numa história real, este thriller de Alejandro Fernández Almendras retrata de um modo preciso a tensão que torna plausível o impensável.

A sessão acontece na Sexta-feira, 2 de Maio, às 19 horas, no Grande Auditório da Culturgest. O filme volta a ser exibido no Sábado, 3 de Maio, igualmente às 19 horas no Cinema City Campo Pequeno.

Um telefonema de um velho amor há muito desaparecido é o ponto de partida para Mia Engberg recuperar as memórias de um passado rebelde e fogoso vivido em Paris, num sótão em Belleville, nos braços de Vincent. É ele quem lhe pede que o ajude a lembrar-se do homem que foi quando ela o amava. Ele quer descobrir o que sobrou dele depois de tantos anos. Ela, ainda magoada pelo misterioso desaparecimento, hesita: lembrar-se do quê e para quê? Haverá ainda o que os una, o que a ligue àquele marginal irascível e a um passado delinquente? Mas lembrar-se dele é também lembrar-se dela, da sua juventude, dos seus desejos, das férias num pequeno quarto em Marselha, do gato Baby e de uma cidade em ano de contestação e tumultos, memórias recuperadas em conversas telefónicas entre os dois e imagens que reflectem toda a beleza e o mistério desse tempo. Como no mito de Orfeu e Eurídice também aqui o amor os pode salvar, mas no mito como na realidade nem todos regressam do mundo a que pertencem. Às vezes, no documentário como no mito, a realidade da memória também é ficção. Tudo isto em Belleville Baby.

A exibição do filme, na Sexta-feira começa às 21:30, no Grande Auditório da Culturgest. Além dessa sessão, o filme volta a preencherao ecrã no IndieLisboa às 14:30, Sábado, 3 de Maio no Cinema City Campo Pequeno.

E um dos últimos filme em competição a ser exibido é Stand Clear of The Closing Doors. Um drama familiar que conta a história de Mariana, uma emigrante ilegal mexicana em Nova Iorque, e do seu filho autista, Ricky, de 13 anos. Mariana trabalha como empregada de limpeza e vive no bairro costeiro de Rockaway Beach com os filhos, Ricky e Carla, uma adolescente revoltada. Ricardo, o pai quase-ausente de Ricky, trabalha fora da cidade e passa dias sem regressar. Um dia, Carla não vai buscar o irmão à escola. Ricky não volta para casa. Maravilhado por um misterioso dragão vermelho, embarca numa odisseia de descoberta nos túneis do metro de Nova Iorque, onde o confronto com situações bizarras o leva a interagir com o mundo. Passam-se dias sem sinais de Ricky e as diferenças e divisões da família vêm ao de cima. Entretanto, o furacão Sandy aproxima-se e começam as evacuações das zonas costeiras.

O filme de Sam Fleischner é exibido no Sábado, 3 de Maio, às 16:30 no Cinema City Campo Pequeno.