Em 2020, na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, nasceu um projecto que pretendia digitalizar o mar do cinema português. A proposta era ambiciosa: restaurar 10.000 minutos de cinema, entre longas e curtas-metragens, cuja temática estivesse relacionada com o mar, uma ligação que é também uma quase história de amor pela quantidade de épocas e géneros que atravessa.
Com financiamento da EEA Grants, o projecto FILMar tem vindo assim a perservar parte do património fílmico português. Um trabalho que vai até ao fundo dos arquivos da Cinemateca, para mostrar-nos de volta as formas com que o cinema nos tem guardado ao longo dos tempos. Proteger para então depois divulgar estes registos que remontam até 1896, permitindo um maior conhecimento e uma outra compreensão sobre a nossa história e identidade. O programa já recuperou títulos de cineastas como Leitão de Barros ou José Fonseca e Costa.
Dois anos depois, o projecto FILMar abre a 19ª edição do IndieLisboa, com António de Macedo e José Álvaro de Morais. Pela primeira vez na história do festival, a sessão de abertura mostra duas cópias restauradas. Albufeira, de António de Macedo, é um filme dos anos sessenta, de cariz promocional. Pretende promover o turismo na cidade algarvia que lhe dá o nome, mas sem nunca fugir ao cunho autoral daquele que foi um dos fundadores do Cinema Novo Português. De José Álvaro de Morais, Zéfiro, ou mais uma prova do interesse do realizador pela História de Portugal. Um filme que atravessa o Tejo e parte rumo ao Algarve, movendo-se entre o documentário e a ficção. O projecto FILMar continuará até Abril de 2024.
A sessão de abertura tem lugar no Cinema São Jorge, no dia 28 de Abril, às 19:00, e os bilhetes estão à venda.
De regresso à primavera, o IndieLisboa acontece de 28 de Abril a 8 de Maio, entre o Cinema São Jorge, a Culturgest, a Cinemateca Portuguesa, o Cinema Ideal e a Biblioteca Palácio Galveias.