O cinema mais fresco está na secção Novíssimos

O futuro do cinema português passa pelos programas Novíssimos Curtas 1 e Novíssimos Curtas 2, com quatro filmes cada, que serão exibidos no Cinema São Jorge, nos dias 29 e 30 de Abril, sexta-feira e sábado, às 19h00 e 18h00. Esta é uma aposta que a secção Novíssimos faz todos os anos, com o objectivo de dar visibilidade a cineastas que estão agora a dar os seus primeiros passos. Portugal continua a afirmar novas vozes no contexto cinematográfico que queremos defender, apoiar e mostrar.

O primeiro programa Novíssimos (do dia 29, sexta-feira, às 19h00) inclui os filmes Hora di Bai de Bruno Leal, Não-Tempo de Francisco Duarte, Prefiro Não Dizer de Pedro Augusto Almeida e Vigília de Ana Mariz.

Hora di Bai debruça-se sobre uma minoria segregada aguarda com receio e expectativa a destruição do seu bairro. Não-Tempo propõe uma releitura do conceito de Marc Augé, propondo um espaço simultaneamente de solidão e de semelhança. Prefiro Não Dizer é composto de fragmentos rotineiros de quem vive num espaço isolado que rotula e condiciona opções de vida. Por fim, Vigília acompanha um seminarista timorense na sua integração na cultura e língua portuguesa.

O segundo programa Novíssimos (do dia 30, sábado, às 18h00) inclui os filmes Maxamba de Suzanne Barnard, A Minha Juventude de Rita Quelhas, Borda d’Água de João Viegas e Jean-Claude de Jorge Vaz Gomes.

Maxamba é um arquivo vivo da história e memória dos moradores da Quinta da Vitória, bairro em iminente demolição, focando no quotidiano de um casal idoso descendente de uma família indiana que emigrou de Moçambique para Lisboa na década de 1970. Em A Minha Juventude, noutro tempo, algures nos anos 60 em Portugal, estamos no quarto de uma adolescente de 16 anos, acompanhada pelo filho de um ano que gatinha pelo chão alcatifado. Borda d’Água centra-se num casal de idade e a forma como neles sobrevive a arte da pesca tradicional no rio Tejo. Jean-Claude é um filme feito a partir de fotografias dos anos 1930 descobertas numa feira de rua, imagens que conduzem o realizador à história de uma família situada na década de 1930, esses anos de paz instável antes do início da Segunda Grande Guerra.