Com a sua pequena câmara digital, Alain Cavalier encontrou o paraíso na terra. Um realizador que sonha ao filmar a natureza e encontra, na dimensão do real, as pontes para a transcendência, a infância, e uma hipótese de futuro na passagem das estações. Ou seja: a felicidade. Depois do objecto político de “Pater” (2011), Cavalier regressa ao modo filmeur para uma das suas obras mais luminosas: por estar consciente do privilégio de viver, apesar da proximidade com a morte, por colocar tudo o que filma ao mesmo nível do seu olhar, tanto o que é frívolo como da maior importância. E porque no paraíso, todos somos iguais perante a luz daquilo que vive.