A Light Cone, sediada em Paris, dedica-se à distribuição, divulgação, pesquisa e preservação de cinema experimental, promovendo-o em França e no mundo. O catálogo, que cresceu consideravelmente em quinze anos (de 3,500 para 6,000 títulos, tornando-se assim num dos maiores e mais importantes arquivos de cinema experimental do mundo), reúne filmes das mais diversas origens históricas, geográficas e formais.
Desde 2007, a estrutura tem vindo a criar mecanismos importantes para ajudar realizadores a promoverem melhor o seu trabalho e, consequentemente, aumentar a visibilidade do cinema experimental entre o público. Consciente da importância das práticas conhecidas como “cinema expandido”, criou o Scratch Expanded, uma noite de performances, instalações e projecções multi-ecrã, e como resposta ao facto dos realizadores de cinema experimental quase nunca terem acesso a residências para cineastas, muitas vezes dedicadas à produção cinematográfica clássica, fez nascer a residência artística Atelier 105.
Em 2019, foi lançada a série Scratch Collection. A cada dois anos, a Light Cone confia a sua programação a uma pessoa convidada, a quem é concedido uma residência com a missão de revisitar a história do cinema experimental através da exploração da sua extraordinária colecção, mostrando o catálogo à luz de um novo olhar que é também marcado pela sua própria subjectividade – incluindo lapsos e obsessões.
No ano em que celebra o seu 40º aniversário, a Light Cone apresenta em Lisboa uma lista de filmes, com curadoria do IndieLisboa. São quatro programas temáticos para descobrir na Cinemateca Portuguesa: Do Medo (do Perigo ou Sensação de Angústia) ao Progressivo Conforto, NETSPLOITATION (2000-2019), Erotismo e Sugestão, e Intimidades. Um foco que cobre décadas de cinema experimental e que reúne cineastas como Maya Deren, John Smith, Michael Brynntrup, Neozoon, Peggy Ahwesh, Nazli Dincel e Barbara Hammer, entre muitos outros.