De Moçambique a Évora: histórias para ver em português

Our Madness inicia-se num manicómio, de modo a que nos instalemos no cinema de João Viana, tão onírico quanto mitológico. Prosseguindo o trabalho da sua primeira longa metragem, A Batalha de Tabatô (IndieLisboa 2013), o realizador acompanha Ernania na sua deriva espectral por Moçambique, à procura do seu marido e filho. Ainda no continente africano, Mabata Bata, de Sol Carvalho, adapta para o grande ecrã O Dia Em Que Explodiu Mabata Bata, obra de Mia Couto. Ainda na literatura, na secção especial de curtas dedicada a Fernando Pessoa, temos os dois olhares distintos de Júlia Buisel, com Quantas Vezes Tem Sonhado Comigo?, e Luís Alves de Matos, com O Passageiro.

Por Évora, visitaremos a obra criada para o espaço público pelo escultor João Cutileiro, de 81 anos, com A Pedra Não Espera, de Graça Castanheiro. Ainda na cidade, acompanhamos a descoberta de Lisboa pelo artista Faustin Linyekula, através do trabalho que desenvolveu durante 2017 com os alunos finalistas da ESTC e dos vários espectáculos que apresentou nas principais salas culturais da capital, em Nunca as Minhas Mãos Ficam Vazias, de Miguel Munhá.

Debaixo do Céu, de Nicholas Oulman, traça uma história sobre o êxodo que fez milhões de judeus rumarem a sul, aquando da ascensão de Hitler. Baseando-se nas memórias de alguns sobreviventes (hoje com cerca de oitenta anos) este é um filme que descreve os périplos de uma crise de refugiados que encontrou (para mais de 100 mil) um porto seguro em Portugal. Fechar com cinema intrigante com laivos de ficção-científica de Sandro Aguilar, em Mariphasa.