Jack é Joaquim Calçada, antigo mecânico de aviões. Antes do 25 de Abril, emigrou para Nova Iorque, onde foi motorista de táxis. Volta uma figura, como Carmen Miranda cantava, “americanizada”, depois de vinte anos. É em Alhandra, Vila Franca de Xira que, a um passo da reforma, conta histórias do seu tempo nos Estados Unidos e de um percurso guiado pelo seu instinto de sobrevivência.
No Táxi do Jack
Susana Nobre
IndieLisboa 2021 • Competição Nacional
Portugal, Documentário, Ficção, 2021, 70′
Jack, ou melhor dizendo, Joaquim Calçada, é um anti-herói. E faz parte de uma galeria interessante de pessoas que a realizadora conheceu no programa Novas Oportunidades. Joaquim emigrou para os Estados Unidos, teve um táxi em Nova Iorque e viveu aquelas histórias que poderiam pertencer ao cinema, mas que sem serem filmadas ficariam para todo o sempre no anonimato. Em No Táxi de Jack, ele é o protagonista de pleno direito, um malandro de bom coração que acredita nas coisas justas (ainda que tenha um entendimento de justiça muito próprio) e o que Susana Nobre faz é levá-lo ao estrelato. Jack é, agora, uma estrela em ascensão, seja num palco improvisado, seja na vida. As cores vibrantes e o grão da imagem mostram que o coração bate com força, seja o do protagonista ou o da realizadora, que de filme para filme cresce em ousadia, em virtuosismo e em esperança. Última nota para o penteado de Jack – o melhor de todo o cinema português. (Miguel Valverde)
Susana Nobre nasceu em Lisboa em 1974. Em 1998 licenciou-se em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. Desde então, fez filmes que foram exibidos em diversos festivais, como Cannes ou Roterdão. Em 2006 tornou-se membro da produtora Terratreme (antes Raiva), onde é produtora executiva de vários projectos. Durante o presente ano estará a preparar a longa-metragem Rabat City.