Júris e Prémios 2021

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

Júri da Competição Internacional de Longas-Metragens

Grande Prémio de Longa-Metragem Cidade de Lisboa
15000 Euros

Les Prières de Delphine, Rosine Mbakam
O filme inscreve-se numa importante linhagem de não-ficção feminista, pedindo-nos que escutemos uma mulher a narrar a sua vida com posse sobre a sua história e dignidade. Um filme que é um poderoso acto de co-criação entre a realizadora e a pessoa retratada, Les Prières de Delphine reflecte sobre posicionamento, cumplicidade, e as intersecções de raça, classe e migração. O júri elogia a cuidadosa mise-en-scène e cinematografia desta poderosa obra de Mbakam.

Prémio Especial do Júri Canais TVCine
Aquisição dos direitos do filme para Portugal

The Inheritance, Ephraim Asili
Este filme cria um espaço para a reunião de vozes, histórias e práticas artísticas da libertação Negra. Com humor, perspicácia e compromisso, The Inheritance imagina, de forma poética, possibilidades futuras e comunidades.

Bas Devos

Bas Devos nasceu em Zoersel, Bélgica, em 1983. É antes de tudo um cineasta. Depois de fazer quatro curtas metragens, completou a longa metragem de estreia, Violet (2014). O filme foi exibido na secção Generation, na Berlinale, onde venceu o Grande Prémio do Júri Internacional da Geração 14 plus. A sua segunda longa, Hellhole (2019), estreou na secção Panorama da Berlinale e ganhou o prémio de melhor realizador em Hong Kong. Mais tarde nesse mesmo ano, finalizou o filme Ghost Tropic (2019), com Saadia Bentaïeb, que teve a sua estreia mundial na Quinzena dos Realizadores em Cannes. Desde 2008, Bas também trabalhou como Designer de Luz para dança e teatro. É professor de cinema em Bruxelas na LUCA School of Arts.

Erika Balsom

Erika Balsom é professora associada de estudos fílmicos no King’s College em Londres. É autora de quatro livros, o mais recente um estudo monográfico do filme Ten Skies de James Benning, de 2004 (Fireflies Press, 2021). Os seus artigos de crítica aparecem em publicações como Artforum, Cinema Scope e 4 Columns. Em 2018, recebeu o Prémio Leverhulme.

© Estelle Valente

Joana Craveiro

Joana Craveiro é dramaturga, actriz, encenadora e antropóloga. É doutorada pela Roehampton University. Fundou o Teatro do Vestido em 2001 e dirige-o desde então. No seu trabalho usa as metodologias da história oral e da antropologia para investigar e criar peças de teatro, performances e textos vários. É investigadora associada do IHC/Nova e professora adjunta na ESAD.CR. Interessa-lhe tudo o que tem a ver com memória, histórias de vida e a história política portuguesa.

Júri Competição Internacional de Curtas-Metragens

Grande Prémio de Curta-Metragem BetClic
4000 Euros

Keep Shiftin’, Verena Wagner
Pelo seu retrato sensível dos alquimistas modernos. Pelo seu olhar rigoroso e único, e por nos imergir num universo transfixante que parece fantástico apesar da sua realidade não-ficcional.

Prémio Melhor Curta de Animação
500 Euros

Thank You, Julian Gallese
Uma história de nascimento e de morte, composta da maneira mais fresca e aparentemente sem esforço. Cria um profundo sentido de familiaridade, elevando a banalidade e a aleatoriedade do quotidiano a algo totalmente diferente. É um convite para uma festa, mas nem todos estão convidados.

Prémio Melhor Curta de Documentário
500 Euros

À la Recherche d’Aline, Rokhaya Marieme Balde
Recuperar uma narrativa pode ser difícil. Arrancando uma história importante do confinamento do local, e mostrando o global, as origens e formas que o empoderamento pode assumir, a cineasta faz exactamente isso. E, não menos importante, subvertendo e testando os limites da linguagem cinematográfica.

Menção Honrosa
Y’a Pas d’Heure pour les Femmes, Sarra El Abed
Celebrar a feminilidade é um ritual íntimo que não se trata necessariamente apenas de estética. Trata-se de valorizar o teu lugar no mundo enquanto mulher, e nunca tomar por garantidos certos direitos, que podem ser desviados num instante. Queremos dar a este filme uma menção especial não só pelo seu retrato sensível e pessoal deste tema, mas também porque nos preocupa que, em 2021, este filme seja tão pertinente como sempre.

Prémio Melhor Curta de Ficção
500 Euros

Come Here, Marieke Elzerman
Como querer e não precisar. Como amar sem depender. Como estar sozinho mas não só, e como ficar sem procurar saídas de emergência. Pela sua abordagem emocional e subtil de questões exclusivas da condição humana. Pelo seu casting perfeito, e pela nossa sincera esperança de que esta cineasta continue a criar.

Menção Honrosa
Lonely Blue Night, Johnson Cheng
Nem sempre pode haver comunicação através da língua. De facto, a maioria das vezes, as confissões mais sinceras vêm dos gestos mais surpreendentes. Pela sua estrutura meticulosa, e pelo seu olhar controlado e incisivo.

Bianca Lucas

Bianca Lucas é cineasta e programadora da secção Curtas Europeias do Festival de Cinema de Sarajevo. De origem polaca e australiana, nasceu em 1989 na Suíça. Formou-se no Goldsmiths College, em 2010 com uma licenciatura em Media e Comunicação e especialização em Estudos Fílmicos. Em 2017, terminou um curso de cinema de três anos na Film.Factory, dirigida pelo realizador húngaro Béla Tarr. Os seus filmes foram exibidos em festivais como Roterdão, New Horizons, Premiers Plans d’Angers e Winterthur. Faz parte do colectivo de cinema Bistrik7.

Mariana Gaivão

Nasceu em Lisboa e estudou Fotografia no Ar.Co e Realização na Escola Superior de Teatro e Cinema. As suas curtas-metragens têm sido exibidas e premiadas em festivais como IFFR – Rotterdam, Palm Springs, ZINEBI, Oberhausen, DocLisboa, Curtas – Vila do Conde, entre muitos outros. A mais recente, Ruby, premiada com Melhor Realização no Curtas – Vila do Conde 2019 e o prémio Best Creative Short no Medfilm, e estreou nos cinemas de vários países, incluindo Brasil e Islândia. O seu trabalho mais recente, em fase de produção, baseia-se nas intersecções e contradições entre a memória colectiva e a pessoal/familiar, da Europa contemporânea.

Réka Bucsi

Réka Bucsi formou-se no MOME Budapest em 2013. Os seus filmes foram exibidos em competições de vários festivais, incluindo Berlinale, Annecy, SXSW e Sundance. O filme de estreia de Réka, LOVE, foi nomeado para melhor Curta-Metragem nos Prémios do Cinema Europeu. O seu filme Solar Walk ganhou o Audi Short Film Award na Berlinale 2018. Foi oradora no Pictoplasma, Pratt Institute NYC, FMX Germany e professora convidada na CalArts. Os seus clientes incluem Cartoon Network, Adult Swim, Netflix e FX Networks.

COMPETIÇÃO NACIONAL

Júri da Competição Nacional

Prémio para Melhor Longa-Metragem Portuguesa
5000 Euros

No Táxi do Jack, Susana Nobre
Através da história de um homem que pretende passar a reforma no seu próprio país, a realizadora conseguiu captar a luta de uma determinada parte da sociedade portuguesa que emigrou durante a ditadura e regressou à pátria ao fim de décadas. A ternura e o calor com que a realizadora mostra o cuidado com a personagem principal vai além da tela e toca o coração do público.

Prémio de Melhor Realização para Longa-Metragem Portuguesa
1000 Euros

Simon Chama, Marta Sousa Ribeiro
O prémio vai para uma realizadora estreante, que foi capaz de captar não só o desenvolvimento mental, mas também o físico de um menino ao longo de cinco anos, e que enfrenta a separação dos pais. Uma abordagem formal distinta ajuda significativamente a mostrar com sensibilidade todo o espectro de emoções humanas básicas.

Prémio Dolce Gusto para Melhor Curta-Metragem Portuguesa
2000 Euros

O Que Resta, Daniel Soares
Uma história tocante e contemplativa, maravilhosamente filmada, sobre um velho que vivia sozinho e que decidiu sacrificar o último ser vivo com quem vive.

Prémio Novo Talento The Yellow Color
1500 Euros

The Shift, Laura Carreira
A realização cirurgicamente precisa retrata uma história forte e emotiva, que mostra o desespero e a crueldade da insegurança no trabalho e a fragilidade das condições de vida em que vivemos.

Mercedes Martínez-Abarca

Mercedes Martínez-Abarca é programadora e consultora de cinema. Trabalha desde 2009 no Festival Internacional de Cinema de Roterdão, onde atualmente é programadora e membro do comité de selecção do Hubert Bals Fund. Faz também parte do comité de selecção Primer Corte e Copia Final do Ventana Sur / Marché du Film de Cannes. No passado, coordenou a plataforma de coprodução Holland Film Meeting, trabalhou na agência de vendas Fortissimo Filmes e colaborou com festivais de cinema e plataformas de coprodução como Abycine Lanza e Festival Internacional de Cinema de Gijón.

 

Ramiro Ledo Cordeiro

É fundador e director da Atalante, distribuidora de cinema criada em 2021, que combina no seu catálogo primeiras obras e filmes que fazem parte do património cinematográfico mundial. Desde 2019 é também sócio gerente e programador do Cinema Duplex em Ferrol (Corunha). Antes dirigiu a cooperativa Numax (desde 2014), sendo responsável pelas áreas do cinema e da distribuição. O seu trabalho como empresário cinematográfico foi reconhecido com um prémio pela Europa Cinemas.

Daniel Vadocky

Daniel Vadocky tem uma licenciatura em Filosofia da Universidade de Trnava e em Estudos Fílmicos da Academia de Artes Performativas em Bratislava. Deu aulas em Filosofia e Estética no Departamento de Cinema e publicou artigos sobre cinema do mundo, história e teoria do filme em várias revistas e jornais. É programador da competição de curtas metragens no Art Film Fest na Eslováquia. Também trabalha como Sales Agent na Negativ Film Productions em Praga.

NOVÍSSIMOS

Júri da Competição Novíssimos

Prémio Novíssimos BetClic
1500 Euros + Promoção e venda Portugal Film

Hunting Day, Alberto Seixas
Uma micro-narrativa que personifica aquilo que o cinema é: o faz de conta, a imaginação, o questionar a realidade com a ficção. As juradas ficaram impressionadas com a estética e com os tempos das acções. Em poucos minutos o realizador conseguiu criar uma experiência sensorial, com um forte sentido de trabalho de câmara e enquadramento. Esperamos que este prémio seja uma boa contribuição para os projectos futuros do realizador.

© Rebecca Bowring

Delphine Jeanneret

Delphine Jeanneret foi recentemente escolhida para co-dirigir o departamento de Cinema da HEAD – Geneva University of Art and Design. Tem mais de 15 anos de experiência como programadora e curadora de festivais de cinema, onde desenvolveu vários ateliês para jovens realizadores. Depois de colaborar com os festivais de Fribourg IFF, Neuchâtel IFFF e Solothurn FF, faz parte do comité de selecção dos festivais Winterthur, Locarno (Open Doors section) e La Fête du Slip em Lausanne. Tem um mestrado em História da Arte e Literatura Inglesa e Americana, assim como um diploma de estudos avançados em gestão cultural.

Maria João Mayer

Maria João Mayer é a fundadora da produtora Maria & Mayer. Mayer é internacionalmente reconhecida por descobrir novos talentos em Portugal (como João Salaviza e Gabriel Abrantes) e por oferecer a outros, como Margarida Cardoso, Marco Martins e Flora Gomes, a oportunidade de desenvolverem livremente o seu trabalho. Recentemente, produziu Diamantino, a surpreendente longa-metragem de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, vencedora do Grande Prémio da Semana da Crítica de Cannes em 2018.

Mia Tomé

Mia Tomé é atriz e nasceu em 1994. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian para frequentar o Lee Strasberg Theatre and Film Institute em Nova Iorque. É Licenciada em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema (2015), e mestre em Educação Artística onde investigou o tema Cinema e Educação. No teatro trabalhou com encenadores como João Pedro Mamede, Lígia Soares ou Jorge Silva Melo. No cinema trabalhou com realizadores como Manuel Mozos, Mário Barroso ou Eugène Green.
Foi cronista semanal do Expresso – Vida Extra, e atualmente é autora e apresentadora do podcast e programa de TV Querem Drama?.

SILVESTRE

Júri de Longas-Metragens Silvestre

Prémio Silvestre para Melhor Longa-Metragem
1500 Euros

By the Throat, Effi & Amir
Um tema de difícil tratamento narrativo é abordado com fluidez convincente e através do uso criativo de vários meios que relevam um assunto premente, perspectivado de maneira clara e inteligente. Os realizadores reflectem sobre as movimentações humanas a partir de um ponto de vista quase nunca usado anteriormente, recorrendo à linguística para as contextualizar politicamente, o que é raro e precioso. Uma comovente e provocadora abordagem intelectual suportada pelo uso de materiais de arquivo fílmico que fixa o mundo contemporâneo com um olhar novo e, por uma vez, também com “ouvidos abertos”.

Menção Honrosa
Forest – I See you Everywhere, Bence Fliegauf
Uma laboriosa construção de uma mise-en-scène que se adequa a histórias universais sobre problemas pessoais, escritas e interpretadas com especial vigor, dramatismo e brilhantismo.

Anabela Moutinho

Nasceu em Coimbra em 1959. Pertenceu à Direcção do Cineclube de Faro entre 1992 e 2015, no âmbito da qual promoveu intensa atividade de programação e de organização de eventos cinematográficos. Desde 1993 colaborou, na qualidade de jurada, em diversos festivais de cinema, bem como em concursos públicos para atribuição de apoios à produção ou formação de cinema em Portugal.

Ehsan Khoshbakht

Ehsan Khoshbakht é curador e cineasta, escritor e arquitecto. Ele co-dirige o festival de história do cinema e filmes restaurados, Il Cinema Ritrovato, em Bolonha. Escreveu, editou e contribuiu para mais de dez livros, em persa e inglês, sobre assuntos que vão desde cinema e arquitectura até cinema e música. A viver em Londres, as curtas metragens de Ehsan para a televisão foram produzidas para o BBC World Service, muitas vezes envolvendo o uso de material de arquivo que também se tornou a principal abordagem que adotou ao fazer o seu primeiro documentário de longa-metragem, Filmfarsi (2019). Arquitecto por formação, Ehsan mantém blogs sobre jazz (que ele chama de sua primeira paixão) e cinema.

© José da Costa Ramos

Maria do Carmo Piçarra

Maria do Carmo Piçarra é investigadora contratada no ICNOVA/FCSH e professora na UAL. É doutorada em Ciências da Comunicação, jornalista e programadora de cinema. Entre outros livros e artigos, publicou Projectar a ordem. Cinema do Povo e propaganda salazarista 1935 – 1954 (2020), Azuis ultramarinos. Propaganda colonial e censura no cinema do Estado Novo (2015) e Salazar vai ao cinema I e II (2006, 2011). Coordenou, com Jorge António, a trilogia Angola, o nascimento de uma nação (2013, 2014, 2015) e, com Teresa Castro, (Re)Imagining African Independence. Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese Empire (2017).

Júri de Curtas-Metragens Silvestre

Prémio Silvestre para Melhor Curta-Metragem
1000 Euros

One Image, Two Acts, Sanaz Sohrabi
Uma fascinante, cativante e educativa peça de arte que consegue transformar imagens históricas e de arquivo num registo poético e político sobre a relação e disputa entre potências coloniais. O filme vale-se de uma perspectiva auto-etnográfica com uma complexa estrutura formal, guiando o olhar do espectador de uma forma cinematográficamente inteligente.

Menção Honrosa
Palma, Alexe Poukine

Um belo filme realizado com amor, delicadeza e sensibilidade, baseado na brilhante ideia de filmar uma situação já vivida que expõe as complexidades da vida e das relações. Nós deambulamos com as brilhantes actrizes e envolvemo-nos na intensa e, por vezes, traumatizante, mas sempre amorosa história que a realizadora transporta, de forma surpreendente, para o grande ecrã.

Daniel Ebner

Daniel Ebner (1981) é o co-fundador e diretor do Vienna Shorts. Tem um mestrado em Ciência Política e estudou Estudos Culturais e Estudos Cinematográficos em Viena e Berlim. Daniel é editor cultural e crítico de cinema da APA Austrian Press Agency. É o co-produtor do conjunto de curtas metragens sobre futebol Eleven Minutes (A/CH 2008), consultor cinematográfico para o estado de Vorarlberg, cofundador da Associação de Festivais de Cinema Austríacos e da iniciativa Fair Festival Work Now, trabalhando também como curador de cinema e arte.

Maíra Zenun

Maíra Zenun é artista imigrante, mãe, poeta brasileira em trânsito. Nasceu no Rio de Janeiro, foi criada em Petrópolis, cresceu em Brasília e desde 2016 é da Linha de Sintra, Amadora, Portugal. Aluna do mestrado em Fotografia Artística pelo IPCI, é doutora em Sociologia da Cultura pela UFG, com a tese A Cidade e o Cinema [Negro]: o caso FESPACO, sobre o maior e mais antigo festival de cinema que acontece em África. Desde 2016, coordena e faz a curadoria de ciclos de cinema, como a Mostra Internacional de Cinema na Cova – África e suas Diásporas.

Rita Cruchinho Neves

Nasceu em Lisboa. Licenciada em Arquitectura, Universidade Lusíada. Aos 11 anos, integrou o primeiro curso de animação do ACARTE – Gulbenkian. Estudos de cinema de animação na Universidade de Bristol e Escola Superior de Belas Artes, Lisboa. Animadora em CM de vários realizadores, premiadas em festivais internacionais. Funda o atelier-multidisciplinar MODO, como realizadora, arquitecta e designer. Vígil (CM, 2015) e Lengalongas (série TV, 2019) são alguns dos seus mais recentes trabalhos.

INDIEMUSIC

Júri IndieMusic

Prémio IndieMusic
1000 Euros

EX-AEQUO
Sisters with Transistors, Lisa Rovner & Nueve Sevillas, Pedro G. Romero e Gonzalo García Pelayo
Por abordarem temas incontornáveis do contexto em que vivemos, mas em pólos opostos, um com uma perspectiva mais racional e documental, outro mais orgânico e visceral, consideramos que a coerência estética, a consistência da narrativa e a pertinência temática estão no mesmo patamar num e noutro.

Cláudia Guerreiro

Nasce em Lisboa em 1980. Forma-se em escultura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa em 2004, depois de frequentar 4 anos do curso de desenho da S.N.B.A., e conclui o mestrado de ilustração científica em 2012. Desde 2005 que trabalha em projectos de cinema de animação, na construção de marionetas, cenários e adereços, para realizadores como José Miguel Ribeiro e Nuno Beato. Numa estreita relação com a música, conta com algumas publicações em discos de Filho da Mãe, Linda Martini e PAUS. É baixista de Linda Martini.

Yaw Tembe

Yaw Tembe, natural da Suazilândia, licenciado pela Escola Superior de Música de Lisboa (2018) no curso de Jazz, e pela Faculdade de Belas Artes do Porto em Escultura, tem desenvolvido um trabalho caracterizado pela exploração dos conceitos de transitoriedade e fragilidade num processo que tem cruzado várias áreas de criação – música, artes plásticas, vídeo e dança. Atua, desde 2020, como programador de música e artes sonoras no Teatro do Bairro Alto.

© Luísa Ferreira

Yen Sung

Yen Sung é pioneira da música de dança portuguesa. Presente na cultura das pistas de dança nacionais desde o arranque dos anos 90, primeiro no lendário Frágil, mais tarde no Luxfrágil, onde ainda é uma das djs residentes. Quando ainda não se vislumbravam mulheres nas cabines, Yen Sung abriu caminho e alimentou sets com desmedido bom gosto, com uma noção abrangente da história da música de dança e um toque refinado na hora de combinar passado e presente de cada vez que assumia a mesa de mistura. Yen integrou os Da Weasel e também fez rádio: na XFM e na Lux Sagres FM, na Oxigénio.

Júris Não Oficiais

Os júris não oficiais são parceiros do festival, atribuindo prémios consoante categorias determinadas e com os seus próprios critérios, dentro da programação do IndieLisboa 2021.

Júri Amnistia Internacional

Prémio Amnistia Internacional
1500 Euros

Radiograph of a Family, Firouzeh Khosrovani
O filme traça um retrato profundo de um país, o Irão, a partir da reconstituição (magistral) da história da família da realizadora, desde o casamento dos pais até à actualidade. Uma família dividida entre o secularismo do pai e a ortodoxia islâmica da mãe. Num mundo, e numa geografia, onde o extremismo molda, cada vez mais, o devir da sociedade, a família de Khosrovani, apesar do fosso que separa os pais, enaltece uma mensagem de tolerância, provando-nos que a religião e a secularidade, constituindo legítimas opções de vida, não têm de ser impostas, podendo, cada um de nós, em liberdade, assumir a sua própria conduta. A realizadora, crescendo no seio desta dicotomia, é bem o exemplo dessa escolha livre. Formalmente, Radiograph of a Family exibe uma expressão original, cujo esteio é a metáfora visual de uma casa que, transformada em fio condutor na narrativa, nos revela os diversos tempos políticos do Irão. O levantamento fotográfico, o arquivo visual e a sonoridade alicerçam esta magnífica viagem ao (aparentemente) inacessível espectro da tolerância.

 

Pedro Coelho

Jornalista

 

Romeu Costa

Actor

Sandra Pereira

Membro da Direcção da Amnistia Internacional Portugal

Júri Árvore da Vida

Prémio Árvore da Vida para Filme Português
2000 Euros

Sopro, Pocas Pascoal
«A vida começa em cada segundo do dia»: a convicção do coprotagonista deste documentário atravessa uma narrativa abrasada pela poesia. O desespero pela lentidão de um Estado insensível à miséria é contrabalançado pela ternura e tenacidade de uma família simples e humilde, que, na noite das lágrimas, e na iminência de um mundo que se extingue com um gemido, é iluminada pela «estrela perpétua», derradeira e imperecível esperança. Com um olhar justo que nunca cai no sentimentalismo, a realizadora transmite os vínculos que unem o ser humano à natureza, abalados pelas alterações climáticas ateadas pela sedução do conforto e do dinheiro, e evidencia como Portugal, também com a coragem e sabedoria dos imigrantes, tem dentro de si as sementes para ressuscitar das cinzas.

Inês Gil

Cineasta e professora de cinema

Rui Martins

Teólogo

Júri do Público

Competição Internacional, Competição Nacional, Silvestre, Novíssimos, IndieJúnior, Boca do Inferno

Prémio Longa-Metragem
1500 Euros
Au Cœur du Bois, Claus Drexel

Prémio Curta-Metragem
1000 Euros
T’es Morte Hélène, Michiel Blanchart

Prémio do Público IndieJúnior
500 Euros
Tinta, Erik Verkerk e Joost van den Bosch

INDÚSTRIA

Júri do Fundo de Apoio ao Cinema

Apoio financeiro de 1500€ (Escola das Artes, Universidade Católica Portuguesa (Porto)

• Via Norte, de Paulo Carneiro (Vento Forte, Head-Geneva, Suíça / Portugal)
Um jovem aficionado por carros viaja 2.000 km rumo ao norte e encontra alguns dos seus conterrâneos, forçados a deixar seu país, que partilham o mesmo o amor pelo automóvel.

Serviço de pós-produção de som 6000€ (Digital Mix Música e Imagem)

• Entre a Luz e o Nada, de Joana de Sousa (Primeira Idade, Portugal)
Há semanas que Shade não dorme bem. Luzes sem explicação aparecem no céu. Shade parece flutuar, num estado intermédio em que a realidade do mundo que a rodeia não se sustenta.

• Kinté Bô, de Sofia Borges (Oxalá Filmes, Portugal / São Tomé e Príncipe)
A ilha é habitada por fantasmas que interferem no quotidiano. Existe uma dívida do passado que atormenta a atividade piscatória de Bumba e o futuro da população.

6000€ para criação de música original – três curtas-metragens (Fundação GDA)

• Entre a Luz e o Nada, de Joana de Sousa (Primeira Idade, Portugal)
Há semanas que Shade não dorme bem. Luzes sem explicação aparecem no céu. Shade parece flutuar, num estado intermédio em que a realidade do mundo que a rodeia não se sustenta.

• Saturno, de André Guiomar e Luís Costa (Olhar de Ulisses, Cimbalino Filmes, Portugal)
Saturno conta a história de Caveirinha, um humilde pescador que vive em habitação subsidiada. Logo após a morte do seu filho no mar, este depara-se com a dificuldade de o enterrar com dignidade.

• O Banho, de Maria Inês Gonçalves (Maria Inês Gonçalves, Elías Querejeta Zine Eskola, Portugal/Espanha)
A bebé brinca com o barco na banheira De repente, o barco vira. De repente, o barco já não é o barco na banheira, mas o barco no mar. De repente a bebé já não é a bebé, mas sou eu.

Pós-produção de imagem (The Yellow Color)

• Ultimate Bliss, de Miguel de Jesus (C.R.I.M, Austrália, Qatar, Portugal)
Um filme-diário e um exercício de memória, sobre um futuro que tem tanto de remoto como de selvagem.

Daniel Ebner

Sung Moon

Salvador Sobral