O cinema cuida-se com luvas brancas – assim o era quando metros de película exigiam cortes e recortes, pelo olhar de montadores e realizadores, antes de se encontrar um filme numa rodagem de muitas horas. A era digital veio dispensar as luvas – mas não uma delicadeza redobrada em imagens vistas e revistas até surgir o corpo de um filme e, depois, o seu espírito e versão definitiva. Mais ainda se falarmos de Manoel de Oliveira e da sua montadora Valérie Loiseleux (“Vale Abraão”, 1993; “O Convento”, 1995; “Vou Para Casa”, 2001; “Espelho Mágico”, 2005; “O Estranho Caso de Angélica”, 2010; “O Gebo e a Sombra”, 2012; entre outros).