Cinza

A cidade-fantasma de “Cinza”, parada no tempo, apenas tem espaço para a voz gravada de António de Oliveira Salazar – o prenúncio de uma ruína.

Le rêve de Bailu

“Bailu Dream” é um olhar sobre a reconstrução de uma cidade chinesa de feições francesas (tal como num estúdio de cinema).

Geliebt

“Geliebt / Be loved” explora o domínio da zoofilia.

Calamity qui?

“Calamity who?” é um retrato da actriz Christine Boisson (“Emmanuelle”, 1974; “Identificação de uma Mulher”, 1982) criado por Isabelle Prim.

Trauerkantate in sechs Arien

“Cantata of Grief” filma um centro fictício de assistência ao suicídio (recordando o universo de Roy Andersson).

Der Geldkomplex (El complejo de dinero)

O “Complexo do Dinheiro” vem, em primeiro lugar, da adaptação do livro de Franziska zu Reventlow, livro de 1916 que retrata grupos boémios da cena artística de Munique antes da I Guerra Mundial. O complexo do dinheiro inspira-se, também, nos jogos financeiros detrás da produção criativa e das suas ligações à reflexão artística em várias vertentes: literatura, teatro, ou nas relações íntimas que dela emanam. Finalmente, o complexo serve também para um ensaio cómico entre linguagens, pelo olhar do cinema, num grupo de boémios instalados numa casa isolada do Sul de Espanha.

Mange tes morts

O retrato de uma comunidade cigana francesa já tinha sido ensaiado por Jean-Charles Hue, nos caminhos da ficção, em “La BM du Seigneur” (exibido no IndieLisboa 2011). Com “Mange tes morts”, o seu olhar marca território no cinema francês contemporâneo. Pelos trilhos da acção e do western, Hue constrói a história de um jovem rapaz ameaçado pelo regresso do irmão mais velho da sua longa estadia na prisão. Entre um desejo de recomeço e uma impetuosa atracção pelo risco, o futuro de uma família vê-se preso às furiosas acelerações de um bólide nocturno que carrega, nos seus rugidos, os seus mortos passados e um inevitável destino.

Trudno byt' Bogom

É difícil ser um deus: sobretudo se cairmos, como extraterrestres, num planeta igual à Terra, e sermos aclamados como divindades num tempo vivido há 800 anos atrás. “Hard to be a God” pega num livro de Arkady e Boris Strugatsky (cujo “Roadside Picnic” serviu para “Stalker” de Tarkovsky) e no conflito entre dois mundos – o conhecimento de toda uma evolução cognitiva e o desejo de a impor no tempo das trevas – para servir de estudo sobre a natureza humana. Planeado durante quatro décadas, o último filme do realizador russo Aleksei German foi terminado, depois da sua morte em 2013, pelo seu filho e realizador Aleksei German Jr.

Rein/Raus

Uma montagem rápida sobre o prazer e automatismo de uma relação sexual.

Zucht und Ordnung

“Law and ORDER” retrata o processo e as regras do prazer sado-masoquista entre dois corpos.

Moulton og meg

“Me and My Moulton” é o novo trabalho da oscarizada Torill Kove – desta vez, sobre memórias de uma infância “modernista” com pais arquitectos.

Haftanlage 4614

“Haftanlage 4616” é um olhar prolongado por esses corredores, as suas celas, e os corpos que, sob o signo da autoridade que lhes é imposta, entregam-se a um prazer máximo e absoluto. Livres dentro das regras, em êxtase perante a submissão. O filme mais recente de Jan Soldat e que espelha, de forma definitiva, as entrelinhas que existem nas relações sexuais e de poder, ou como se olha, em quartos escondidas, para as forças correntes da sociedade alemã (e, por consequência, a história europeia).

Notre Dame des hormones

“Notre Dame des Hormones” leva-nos para o retrato fantástico e surrealista do encontro de duas actrizes, numa floresta encantada, com um estranho e feíssimo objecto de prazer.

Beziehungsweise

Uma montra de apresentação dos corpos e personagens do cinema de Soldat, ou por outras palavras, um quadro familiar do amor.

La légende dorée

“Toda a memória do mundo, é onde desejo morrer”, diz o narrador de “The golden legend”, atormentado pelas galerias de figuras históricas que ocupam a sua mente.