Um homem encapuzado fala-nos de Andre, o seu testemunho é entrecortado por imagens, o B-ROLL, a caminho da máxima resolução: a alta definição como propósito espiritual.
Secção: Silvestre
Uma animação sobre a normalização de um homem gay e a aniquilação da diferença.
“Atlantis”, de Ben Russell, fala-nos de utopias: as formas que tomaram na história, nas nossas vidas, e as maneiras que temos de as filmarmos.
Boi Neon é a segunda longa metragem de ficção do cineasta brasileiro Gabriel Mascaro. Eis a história de Iremar, um vaqueiro de curral em viagem pelo nordeste brasileiro que não abdica do seu sonho de um dia se tornar estilista. Este road movie sentimental recebeu inúmeros prémios desde que foi mostrado pela primeira vez no Festival de Veneza, onde recebeu o Prémio Especial do Júri Horizontes. O IndieLisboa tem acompanhado a carreira de Gabriel Mascaro, a quem se devem títulos como Doméstica e Ventos de Agosto.
Em “Bad at Dancing”, uma personagem vive a mais na intimidade dos outros (e na sua própria).
Estamos em Tunis, no Verão de 2010, em vésperas de estalar a Primavera Árabe. Farah é uma jovem tunisina com todo um futuro preparado como médica. Contudo, ao contrário dos desejos da sua família, Farah tem outros planos para a sua vida. Ela sonha aprimorar a sua arte enquanto vocalista numa banda de rock engajada. É uma maneira de estar viva e envolvida nos destinos do seu país, numa altura em que a revolução se precipita. Um olhar na primeira pessoa a partir do epicentro das grandes transformações por que ainda passa o mundo árabe.
“O tempo distorce a memória”. Franssou Prenant regressa a Argel, terra onde viveu na qualidade de mulher do embaixador do Madagáscar, para criar uma polifonia visual e sonora, filmada em Super8, que mistura o seu testemunho com outras vozes para, deste modo, esboçar o retrato da vida passada da capital da Argélia. Prenant tem uma carreira longa no documentário, tendo sido montadora de filmes de realizadores como Raymond Depardon e Romain Goupil. Apesar de ter iniciado a carreira como realizadora em 1975, esta é apenas a sua terceira longa metragem.
Joel Potrykus já tinha trazido “Ape” ao IndieLisboa 2013, furacão caseiro sobre um comediante desajustado das normas da sociedade que preferia a piromania e acordos secretos com o diabo para conseguir sobreviver. Em “Buzzard”, o rosto de Joshua Burge volta a marcar o centro do filme e a veia destruidora da sua personagem, uma toupeira que se aproveita do mercado de trabalho para perverter o sistema financeiro em proveito próprio. A crise do mundo actual espelha-se nas acções e na frustração desta personagem-terrorista, preso às paranóias, aos desejos e a fantasias frustradas do mundo em que vive.
Filme desenrolado durante uma reunião escolar convocada por causa de acusações de bullying. Numa mesma sala, concentram-se pais enfurecidos, um professor desamparado e três estudantes. 6A é um drama minimal do realizador sueco Peter Modestij que torna uma reunião escolar numa arena onde se joga o lado mais escuro da natureza humana. Enquanto os pais trocam acusações várias, as alunas Denise, Bella e Mina e as explicações que têm a dar são deixadas para as calendas gregas.
Tomates + trabalho ilegal + genética + consumismo + política = #67
Três pessoas aproximam-se do fim da vida – um fim próximo cuja convivência diária com a doença passa por um longo caminho para a sua aceitação no dia-a-dia. “Antes de irmos”, como o título indica, vem um gesto contra a morte: as passagens regulares pela Opéra de la Monnaie, em Bruxelas, onde cada uma delas dança com três bailarinos (Benoît Lachambre, Meg Stuart, Simone Aughterlony) para reconquistar, em improvisação e coreografia, o domínio sobre o tempo que lhes resta e o movimento livre de corpos outrora clausurados.
É na longa costa do Pacífico que “Headlands Lookout” fabrica um ensaio sobre a sua esfera ecológica e cultural.
As funções de guardas florestais de duas jovens, na paisagem idílica dos EUA, ultrapassam a imaginação dos comuns mortais: entre ameaças de segurança ao território, investidores financeiros, ou excursões para comprovar imagens caseiras de video-vigilância, os perigos do mundo moderno cruzam-se com desejo de conseguir controlá-lo. Essa floresta de segurança é também a floresta mágica de um jogo Rivettiano, onde as imagens que vemos, à primeira vista, escondem mil significados da nossa percepção. As cores do 16mm e a música de Keiichi Suzuki embalam o nosso olhar para entrar nos caminhos dessa floresta chamada cinema. Primeira longa metragem de Bingham Bryant e Kyle Molzan, o novíssimo cinema norte-americano.
Fort Buchanan é uma base militar fictícia habitada por personagens improváveis. Mas as suas histórias entrecruzadas comportam inspirações reais: correntes da política externa diluídas em encenações dramáticas, tendências opostas entre grupos sociais privilegiados ou apatriados, e influências da cultura norte-americana e europeia no olhar do realizador Benjamin Crotty (conhecido do IndieLisboa pelas curtas “Visionary Iraq” e “Liberdade”, co-realizadas com Gabriel Abrantes). Entre as diferentes camadas, vive uma ficção que mistura a escrita do drama televisivo à estética do 16mm para criar uma comédia inspirada nos eventos do mundo contemporâneo.
“Hotel Straussberg” leva-nos para as celas e os corredores de uma prisão de tons militares destinada ao prazer de corpos entregues à bondagem.
Por imagens e filmes de arquivo, Sarah Wood reflecte, em “I Am a Spy”, sobre o lugar da observação e da identidade na sociedade contemporânea de informação.
A vida dos insectos ocupa o espírito de uma casa colonial e as memórias de um amor passado em “Exuvie”.
“In Waking Hours” recria, por seu lado, a magia do quarto escuro e da lanterna mágica através de um olho verdadeiro, mostrando a origem das imagens e do cinema.