Depois de uma ruptura dolorosa, Elizabeth inicia uma viagem pela América, deixando para trás uma vida de recordações, um sonho e um novo amigo ‚ o dono de um café ‚ procurando algo que lhe conserte o coração despedaçado. Ocupando-se como empregada de café, trava amizade com clientes cujos desejos são maiores do que os seus: um polícia atormentado, a mulher que o abandonou e uma jogadora que perdeu a sorte e tem contas a ajustar. Através destes destinos individuais, Elizabeth testemunha as profundezas da solidão e do vazio, e começa a compreender que a sua própria viagem faz parte de uma mais profunda exploração de si mesma.
Secção: Sessão de Abertura
Life in Loops” é a nova versão de um filme que usa o seu material original e o mistura com novas imagens. Cerca de 30% do material tem origem directa (numa nova montagem) no documentário “Megacities” de Michael Glawogger, sendo o restante construído por imagens não utilizadas, e novas imagens de Tóquio filmadas pelo operador de câmara de “Megacities” Wolfgang Thaler. Criado pelos Sofa Surfers, o som define a montagem visual e vice-versa. O resultado é uma ligação simbiótica entre imagem e som que pode ser descrita como um documentário musical experimental.
Uma cidade qualquer nos EUA. Los Angeles, talvez. Uma crónica sobre pessoas vulgares que se tornam pessoas extraordinárias, num mundo em que o mundano pode ser transcendente. Christine Jesperson é uma artista solitária e condutora de um táxi para idosos. Richard é um vendedor de sapatos recém-divorciado, pai de dois filhos, e que anseia porque lhe aconteçam coisas extraordinárias. Mas quando conhece a frágil e cativante Christine entra em pânico. Destemida, mas também intensamente frágil, Christine só quer ser amada e Richard, algo excêntrico e decididamente perdido, parece-lhe irresistível. Richard, pelo menos de início, não corresponde da mesma forma, mas Christine está determinada a conquistá-lo. A vida já não parece tão oblíqua a Robby, o adorável filho de sete anos de Richard, que está envolvido num arriscado romance na internet com uma estranha (que confunde a sua infantilidade com perversão), e para o seu irmão Peter, de 14 anos, que se tornou na cobaia sexual das suas vizinhas.
Índia. Calcutá. As pessoas mais estigmatizadas do bairro da luz vermelha de Calcutá não são as prostitutas, mas os seus filhos. Enfrentando a pobreza abjecta, o abuso e o desespero, estas crianças têm muito poucas possibilidades de escapar ao destino das suas mães. Os realizadores Zana Briski e Ross Kauffman fazem a espantosa crónica da transformação das crianças que conheceram no bairro da luz vermelha. Briski é uma fotógrafa profissional e há meses que vem fazendo um trabalho sobre as mães destas crianças quando se dá conta que pode ensinar-lhes a ver o mundo com outros olhos. Dá-lhes aulas e máquinas fotográficas, acendendo–lhes o génio artístico, ensinando-lhes a técnica básica, iluminação, composição, o desenvolvimento de pontos de vista, edição e sequência narrativa. Aponta e dis-para. Com a mais simples tecnologia das suas câmaras baratas, as crianças levam a cabo um trabalho notável. Explosões de cor. Auto-retratos. Retratos de família. Cenas de rua. Uma visita à praia. Desprovido de sentimentalismo, Born into Brothels desafia a típica representação manchada de lágrimas do submundo global. A arte fotográfica assume um objectivo educativo que aqui ganha, sobretudo, um sentido social.
Há nove anos atrás em Before Sunrise, Jesse (Ethan Hawke) e Céline (Julie Delpy) dois viajantes de 23 anos encontraram-se em Viena, apaixonaram-se e separaram-se 24 horas depois, com a promessa de se encontrarem de novo seis meses mais tarde. Jesse está agora em Paris para promover o seu novo livro que se baseia nesse encontro. Céline vai a uma sessão de leitura. Depois, em apenas cerca de uma hora que Jesse tem até partir para o aeroporto, passeiam por Paris, soralenga e impossivelmente romântica, conversando. Ambos foram claramente afectados pelo seu anterior encontro, e agora dada uma segunda oportunidade têm que decidir o que fazer a seguir.
Esta ficção de Claire Simon acompanha o documentário Geographie humaine dedicado ao mesmo tema: a Gare du Nord, em Paris. As histórias que se cruzam na maior estação da Europa são agora encenadas neste espaço mas reflectem a mesma ideia de passagem presente no documentário (e, aliás, recuperam algumas personagens). Filmado inteiramente dentro da estação e nas imediações, Gare du Nord conta as histórias de Mathilde (Nicole Garcia), uma professora universitária a fazer quimioterapia, e do jovem Ismaél (Reda Kateb, actor de O Profeta), um estudante de sociologia em pesquisa para um doutoramento sobre a estação como aldeia global. O encontro dos dois repete-se nos dias movimentados da estação onde voltamos a encontrar algumas pessoas cujas histórias se intersectam. Paralelamente, a pesquisa de Ismaél vai dando a conhecer o lado humano de uma estação de imigrantes, emigrantes, turistas e muitas histórias, não só de quem passa, mas dos lojistas, seguranças, empregados de limpeza, traficantes loucos e sem abrigo que são a alma de uma estação vivida à pressa.
O jovem canadiano Xavier Dolan regressa depois da impressionante estreia em “J’ai tué ma mère” (IndieLisboa 2010). Um triângulo amoroso entre dois melhores amigos, Francis (o próprio realizador) e Marie, perdidamente apaixonados por Nico, um jovem loiro
No seu primeiro documentário desde “Grizzly Man”, acompanhado apenas pelo seu operador de câmara, Werner Herzog viajou pela Antártica, acedendo à raridade da beleza natural e à humanidade crua da derradeira “Down Under”. A última meditação de Herzog sobre a natureza explora esta terra de Fogo, Gelo e Solidão corrosiva.
O primeiro bater do coração, a primeira dança, os primeiros beijos, os primeiros sustos e um dos momentos mais importantes na vida de uma rapariga: aquele em que se torna mulher. Albertine ‚ o alter ego da realizadora ‚ tem um flashback durante uma viagem de comboio e regressa à altura em que tinha 11 anos. No comboio com os pais, vai visitar a avó à sua casa de campo durante as férias, para celebrar o seu 67º aniversário. Estamos no ano de 1979, quando estreou Apocalypse Now e The Tin Drum. Uma Delpy mais madura regressa a um território mais comum e humano que o seu filme anterior A Condessa. Divertido e nostálgico, Skylab é uma grande tela de família oferecida pelo olhar de uma rapariga excepcionalmente inteligente. (Nina Veligradi)