Fábricas abandonadas, edifícios de escritórios desactivados‚Ķ a cidade de Detroit, outrora próspera na indústria automóvel, é hoje uma paisagem urbana de ruínas e lugares vazios, povoada pelas memórias de quem a habitou e redescoberta por jovens que agora
Secção: Pulsar do Mundo
Somos a ralé! Somos bárbaros!
Kokou trabalha em limpezas e sonha tornar-se empresário de futebol. Philo quer ser uma mulher de negócios. São ambos refugiados em Israel, e ambos estudam hebreu à noite. Têm os dois que lidar com a desilusão de enfrentarem o racismo num país construído p
Em 2008, imediatamente antes da bancarrota da Lehman Brothers (a maior bancarrota de créditos da história dos EUA e, segundo muitos, responsável pela crise económica que estamos a viver), o presidente da câmara de Cleveland registou 21 queixas contra gran
A vala comum de nove pessoas executadas por partidários de Franco, em 1939, está aberta. Mãos seguem as máquinas, descobrindo os esqueletos, cavando camada atrás de camada, revelando com uma delicadeza incrível a brutal violência dos assassinatos. Luz e vento passam pela cena, testemunhas silenciosas das atrocidades e uma companhia para os que sofrem. (K. S.)
Num cenário que mistura animação e imagem real, pessoas explicam a crise internacional, enquanto uma cantora (má) enche o ar com canções conhecidas. As opiniões variam, mas todos estão de acordo na quantidade de erros cometidos. Um universo caótico que representa bem as interrogações das pessoas. Um filme que reflete animadamente sobre o estado do mundo (P. C.)
Este filme demonstra o final da demonização e da negação da humanidade dos negros nos EUA durante as décadas de 50 e 60. Através de um diálogo extraordinário entre imagem e som, seguimos o caminho que nos leva da submissão dos negros à sua reinvenção, numa tentativa de construir uma identidade própria. (K. S.)
Nikolaus Geyrhalter tem-se revelado um dos mais talentosos realizadores de documentários de produção austríaca. Em Danube Hospital, a sua câmara percorre os muitos departamentos, corredores, salas e caves de um dos maiores hospitais da Europa, onde se orquestram os movimentos e rotinas de trabalho que compôem um todo harmonioso de precisão e rigor. Nesta surpreendente visita, sentimo-nos espectadores privilegiados, abrindo portas a que normalmente os pacientes não têm acesso. Um filme que nos mostra como a saúde, a doença, a vida e a morte são cuidadas por uma complexa instituição hospitalar num país de elevado nível de desenvolvimento. (C. C.)
O que acontece quando um realizador entrega sete câmaras a sete crianças para que filmem as suas empregadas domésticas durante uma semana? O espaço de proximidade é o mesmo com todos os membros da família? Qual é o lugar de cada um numa estrutura familiar? Quando é que se pisam as fronteiras da amizade e se misturam os papéis? De todas as respostas possíveis, o filme de Gabriel Mascaro traz algumas das menos comuns. A inocência com que se filmam as rotinas leva a uma encenação da intimidade e um resultado muito menos ingénuo que o seu princípio, com momentos genuinamente divertidos. Doméstica é um espelho do Brasil, dos muros entre classes, feitos de cimento do Leblon e tijolos da Rocinha. As imagens filmadas pelas crianças, em cinco cidades diferentes, foram entregues em bruto ao realizador para a montagem final. (M. M.)
A vida numa das fronteiras da Europa, vista através de três pontos de vista diferentes. A realizadora entrelaça antigas imagens da família com a realidade de Ceuta dos dias de hoje e da vida na floresta de imigrantes africanos que tentam entrar na Europa. Uma história feita de cercas de aço, onde todos estão agora fechados do lado de fora e do lado de dentro. (K. S.)
Uma animação que parte de testemunhos reais e cria uma situação divertida em que um grupo de imigrantes janta e passa a noite na casa de um urso. Cada personagem é representada por um animal e descobrimos a história de cada uma nos vários cantos da casa. Uma festa final encerra o dia, enquanto o urso fuma no exterior, em silêncio. (A. P.)
Sem esperar, em 1989, José Luis Garcia, substitui o seu irmão na ida da delegação argentina à Coreia do Norte, para participar no festival mundial de juventude estudantil, evento político disfarçado de férias, com o apoio da URSS, após massacre de Tiananmen. García leva uma câmara VHS nesta sua viagem de turismo revolucionário e vai captando imagens de uma Coreia do Norte que se abre pela primeira vez a milhares de jovens de todo o mundo. A sua atenção centra-se de repente em Lim Sukyung, uma jovem activista da Coreia do Sul, que vem a Pyongyang desafiar a proibição de se viajar entre as duas Coreias. Passados vinte anos, a imagem de Lim Sukyung a atravessar a fronteira em Pyongyang continua presente na memória de José Luís Garcia e o reencontro com a activista torna-se uma obsessão que o cineasta persegue, transportando-nos, por um lado, para a situação política que se vive na Coreia, e por outro, dando-nos a conhecer a mulher que em ’89 foi a esperança para a reunificação entre as duas regiões, (C. C.)
Um singular road-movie que percorre 15 pequenas cidades nos Estados Unidos chamadas Amesterdão. Rob Rombout e Rogier van Eck, ambos de ascendência holandesa, atravessam a América de este a oeste e de norte a sul, desde Nova Iorque (em tempos apelidada Nova Amsterdão) até à Califórnia. Uma colecção de histórias e de memórias dos seus habitantes, muitos de zonas rurais, que serve como retrato das províncias americanas, bem como do passado e do presente da nação. Do assassinato de Kennedy à guerra do Vietname, entre narrativas indivivuais mas distintamente americanas, o resultado é também um conjunto de notas filosóficas sobre a mitologia de uma nação. Uma viagem imperdível de seis horas de duração, dividida em quatro capítulos de 90 minutos que seguem os pontos cardeais.