Delphine tem 20 anos. É demasiado nova para ter vivido o activismo dos anos 1970, mas para ela não se trata de uma história que pertença ao passado. Decide encontrar qualquer coisa que lhe permita agir e que, reclama, lhe seja devido.
Secção: Observatório
Junie tem 16 anos e está na mesma turma do seu primo Mathias, que a apresenta aos amigos. Todos querem namorá-la, e ela escolhe o mais calmo deles, Otto Clèves. Mas pouco depois, encontra o grande amor da sua vida, o professor de italiano, Nemours. A paixão que explode entre eles está condenada. Uma adaptação contemporânea do romance de Madame de La Fayette, “A Princesa de Clèves”, com a acção transposta da corte de Henrique II para a Paris contemporânea.
Quando Stacey Ross morreu inesperadamente o ano passado, as suas amigas pediram a Jay Rosenblatt que completasse o projecto que ela tinha começado. O resultado é ““Four Questions For a Rabbi”, um filme que toca questões de identidade, perseguição e mortalidade.
Terceiro título da série DOG. Neste episódio o nosso destemido herói junta-se aos bombeiros para salvar o mundo dos incêndios domésticos e conquista a estima que tanto merece. Mas, como é típico, os resultados nunca são o que ele planeou.
Hayat tem 14 anos, Já não é uma criança mas ainda não é uma mulher. Vive com o pai e o avô, que sofre de asma, em Istambul. O pai trabalha como pescador mas faz a maioria do seu dinheiro em transacções desonestas. Fornece os grandes navios que esperam a passagem do estreito com álcool, mulheres e outras mercadorias. Ainda mais corrosiva do que a pobreza desta família são a insensiblidade e a indiferença castradora que os protagonistas expõem a si mesmos e acima de todos a Hayat.
Em Roma, de madrugada, quando toda a gente dorme, há um homem que se mantém vigilante. Esse homem chama-se Giulio Andreotti. Calmo, ambíguo, imperscrutável, Andreotti é sinónimo de poder em Itália nas últimas quatro décadas. No início dos anos 1990, sem arrogância nem humildade, avança implacavelmente para o seu sétimo mandato como primeiro-ministro. Perto dos 70 anos, é um gerontocrata que não teme ninguém e não sabe o que é o medo. A sua satisfação é o poder, com o qual vive em simbiose. É um poder de que gosta, inamovível e imutável. Até que o mais poderoso contra poder, a Máfia, decide declarar-lhe guerra.
“As palavras moldam as nossas impressões e formam a nossa História. Em Scene Shifts, in Six Movements desenrola-se uma viagem através de camadas históricas de vários locais, em vários continentes. Porém, esta é acima de tudo uma viagem intelectual. Os locais, as imagens, os textos e a música contêm referências a uma longa História de interpretações erradas que cruzam culturas”. (Jani Ruscica)
Uma cidade ancestral. Através do seu jardim botânico e dos seus canais observamos pistas e traços da sua cultura antiga. Dois casais de homens e mulheres, antigos amantes, encontram-se ao fim de um ano. O fôlego da juventude passada é ainda perceptível nas suas conversas.
Tendo partido numa longa viagem pelo deserto, Moussa volta a aparecer na sua aldeia. É evidente que nunca chegou ao destino. Completamente transformado pelo seu suplício, é agora apático e indiferente a tudo o que o rodeia. Mas os seus credores, que lhe emprestaram dinheiro para a viagem, estão a ficar impacientes.
O tédio respira a sua própria fantasia. Aqui torna-se ali, e ali torna-se seja onde for. Dá-se uma coincidência com o genérico: as repetições corroem o sentido do lugar e os edifícios parecem menos substanciais. A lógica destes deslocamentos põe as coisas à deriva. Patético e momentaneamente catártico.
É difícil acreditar que “False Aging” não chegue aos 15 minutos dado o seu poder de evocação das últimas décadas pontuada por erupções sussurradas de perda e pesar. As oníricas colagens de Klahr convocam sombras profundas e oferecem pouca protecção mágica à decepção e à morte.
“Radiotehnika é um filme sobre as últimas unidades de uma fábrica de rádio em Riga. É também um filme sobre uma engenheira que lá trabalhava há anos atrás. Ela fala sobre essa altura, os tempos soviéticos e a sua organização social com a fábrica. Fiquei intrigada com a sua carreira e como, sendo mulher, escolheu estudar engenharia. ” (Eleonore de Montesquiou)
“Oblivion” leva-nos até à cidade esquecida de Lima, a um povo esquecido, os peruanos, e – como a maioria dos países da América Latina – à terra esquecida do Peru.
De uma circunstância ou curiosidade começou a minha pesquisa. Um processo ou um estudo para encontrar a intangibilidade de um objecto que está sempre em movimento, que nunca se detém, em nenhuma vida, em nenhuma época. Não podemos falar sobre ele, apenas sobre o que ele faz. Sobre os seus efeitos (…). (Leonor Noivo)
Assombradas pelas suas próprias vidas sem rumo, duas raparigas pré-adolescentes reencontram-se quando estão de visita à avó doente. No meio das suas fantasias com um passado medieval ‚ consumido pelo medo e pelo desejo ‚ as duas raparigas sofrem uma transformação e enfrentam um legado de opressão. “O amor é, finalmente, um cruzamento de pernas, uma união de barrigas, um breve tremor de artérias, uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um enrolar de coxas, quem disser o contrário é uma besta.” Gregório de Mattos (séc. XVII) (Gabriel Abrantes, Daniel Schmidt)
Sook Chen deixa o emprego. Decide ir para o Perú. Ma é incapaz de compreender porquê. De facto, nunca perceberá o que Sook Chen quer.
Os inesperados improvisadores musicais do filme Música para um Apartamento e 6 Bateristas voltam a atacar. Desta vez, num lar para idosos. Será isto um conto de Natal? (Possidónio Cachapa)
Um jovem coreano caminha pelas ruas de Busan, cheio de raiva e de vontade de matar. O seu discurso interior de ódio interminável parece dirigir-se a cada pessoa com quem se cruza nas ruas ou no metro. No entanto, uma vez que é constantemente confrontado com o seu próprio reflexo, começamos a duvidar do limite entre o ódio e o auto-ódio, entre a realidade e uma distorção fóbica de personalidade. (Karim Shimsal)