Preface é um filme sobre o acto de observar: o que vemos e como descodificamos a nossa observação. Esta é a introdução à série de Holthuis Careless Reef”, seis filmes sobre o mundo que se esconde abaixo da superfície.
Secção: Laboratório
Este é um filme sobre o bloqueio a Leninegrado durante a 2¬™ Guerra Mundial. Não há palavras, não há música, – apenas sons e imagens de uma cidade a morrer.
City Light Rays representa a energia da velocidade do movimento gerado pela cidade. Há uma corrente de energia invisível no espaço urbano, mas sentida pelos seus habitantes. A interacção é aqui revelada pelo som e pelos efeitos da imagem. Os raios de luz assumem uma dinâmica que dá forma a esta energia que existe no subconsciente de cada um.
DEEP INSIDE é um vídeo baseado num filme pornográfico. O filme original demonstra as possibilidades que três indivíduos caberem num determinado espaço.
Um momento de realidade em três actos, e muito mais do que mera provocação. Sem pudor, e de forma intencionalmente chocante, os nossos tabus são-nos atirados à cara. Mas, por trás deste desejo intencional de abalar os padrões de comportamento consensualmente aceites, outra realidade começa a tomar forma: a realidade da América, onde o indivíduo é destruído pela solidão, aborrecimento e trabalho. Onde o prazer não é mais que uma fantasia. A última cena fica, seguramente, a meio caminho entre a diversão e o insuportável desespero, mas é bastante reveladora.
Este filme utiliza imagens de um filme bastante conhecido: A Noite dos Mortos Vivos, um filme de terror de culto. O cinema brinca com o nosso fascínio por uma cena realista com a qual nos identificamos. A representação realista de uma situação ou acção impossíveis é bastante espectacular. E pode ser espectacularmente bela ou espectacularmente horrível. A segunda opção é mais unificadora; a beleza é sempre mais subjectiva. E um filme de terror é especialmente espectacular, e este em particular, já que consegue aquilo que esperamos do cinema: dar vida aos mortos.
De uma velha lata de filme destaca-se um papel onde se pode ler: propriedade de Jack Goldstein. O filme S8 encontrado parece ser um documentário, mas é de difícil interpretação. O local, a data e a sua autoria não podem ser comprovados uma vez que não há quaisquer indicações.
Numa refinaria de petróleo, um camião cheio de geleia de petróleo é conduzido da fábrica até ao porto. A procissão, liderada por animais, é seguida por centenas de japoneses rejubilantes até ao baleeiro, onde a geleia é vertida para um molde. O baleeiro parte e, durante as várias semanas de duração da viagem, a geleia vai arrefecendo. No convés do navio, um casal ocidental apaixona-se durante um ritual tradicional japonês em que são servidas taças de chá. Enquanto a viagem decorre, a sala de chá vai lentamente ficando coberta de um líquido quente. O casal ocidental vai-se deixando envolver no líquido e lentamente transforma-se. Quando o navio se aproxima do oceano, com um pano de fundo de luminosos icebergues, admiramos o esplendor da escultura terminada.
Década de 70. Alemanha de leste. A guerra fria acelera a conquista do espaço. Os alemães de leste, juntamente com os seus aliados, embarcam numa missão secreta e ambiciosa: a colonização das luas de Júpiter e Saturno. Pura fantasia ou realidade? Arquivos de imagens de cosmonautas no espaço, gravações áudio e transmissões de rádio fazem a dúvida instalar-se.
Laos. Todos os anos na estação seca (inverno), formam-se pequenas ilhas por entre as águas do Mekong. Pessoas de todas as idades e das duas margens (Tailândia e Laos) atravessam estes espaços reinventando-os como novos territórios para trabalho, divertimento ou sobrevivência.
Um diário íntimo em vídeo, e um convite à meditação sobre o envelhecimento, o enfraquecimento e a morte. Mais de dez anos de vida condensados em 100 minutos de filme.
Um minuto de filme deveria ser uma fonte de prazer, um minuto de filme sobre Mozart é-o de certeza. Deve cantar-se ao som de Mai Thai.
MALEREI HEUTE significa pintar agora, e o filme é precisamente o registo de aguarelas pintadas por Stefan Hayn, telas que cristalizam, como se fossem uma cápsula do tempo, os cartazes colocados na paisagem urbana de Berlim. Começado em 1998 e terminado em 2005, MALEREI HEUTE assinala não só a passagem dos dias mas também as mudanças económicas, políticas e pessoais da Alemanha reunida, após a queda do muro de Berlim.
50.000 toneladas de petróleo, um baleeiro e rituais tradicionais japoneses. Estes são os ingredientes do mais recente projecto do artista experimental Matthew Barney e da sua colaboradora/ companheira Bjork. A realizadora Alison Chernick seguiu-os na sua viagem até ao Japão e acompanhou o desenvolvimento desta escultura narrativa que conta a fantástica história de amor de dois mamíferos terrestres que se transformam em baleias.
Enquanto a guerra do Iraque decorre, um passeio turístico e as imagens de um hotel alemão provocam uma série de reflexões sobre acontecimentos de pequena e grande escala.
François é um arrivista: quando se muda com a namorada para o Vallée de Joux, na Suíça, é contratado por um jornal local para escrever os filmes que são programados no único cinema que por lá existe. Como não tem quaisquer conhecimentos cinéfilos, simplifica o processo copiando integralmente peças de uma revista francesa. Rosa é uma crítica de cinema brilhante, com experiência e boa dose de auto-confiança. Vão encontrar-se quando François, com paixão cinéfila crescente, consegue ser convidado para os visionamentos de imprensa. Rosa arrebata-o. Ele fará qualquer coisa para a agradar; ela persegue essa glória amorosa, deixando para trás amigos e antigos amores. Com o desenvolvimento desta relação perversa, François descobre não só prazeres carnais, como perspectivas profissionais para ele inimagináveis. Uma ficção mordaz sobre a actividade da crítica de cinema.
A tecnologia no local de trabalho torna-se obsoleta muito rapidamente. Velhas ferramentas são transformadas em instrumentos musicais do futuro. O filme é baseado na Sinfonia #2 para Impressoras Matrix, composta por [O Utilizador].
sCOpe é como uma cobra. O som é um longo assobio. O filme é um pouco sádico e afasta-nos da visão integral” (referência ao formato CinemaScope). “