Em 2001, ao fim de vários anos, os New Order lançaram um novo álbum de originais ‚ Get Ready. Crystal foi escolhido como single de apresentação. O videoclip original foi realizado por Johan Renck, mas, nos EUA, saiu um outro filme assinado por Gina Birch, que trabalhara recentemente com os Libertines. O resultado é este Crystal Remix, realizado e montado num estúdio caseiro.
Secção: IndieMusic
Os imensos glaciares, a terra estéril e gelada, os mares negros e furiosos. É esta a “paisagem emocional” da Islândia e também a energia possível de uma música vibrante. No início, havia apenas Bjork e os seus Sugarcubes. Às primeiras audições seguia-se a inevitável reacção de estranheza, depois rapidamente substituída por culto e devoção. Hoje o nome de Bjork é apanágio de reconhecimento e a pequena islandesa de apelido impronunciável abriu caminho, mais recentemente, a projectos musicais igualmente impronunciáveis como os Sigur Rós, Múm, Bang Gang, Mugison, Minus e os Slowblow.
Mas de onde vem todo este sucesso?
Novembro, 2001. Primeira edição de London is Dead, uma noite de tributo aos Smiths e a Morrisey realizada no Fais Do-Do, um clube de Los Angeles. Dança-se e canta-se exclusivamente ao som da banda de Manchester e do seu vocalista, Moz. A plateia de fãs é estranhamente constituída por jovens na casa dos vinte anos e, na sua maioria, de origem hispânica. Vinte anos depois do desmembramento da mítica banda de Manchester, como explicar este surpreendente culto com base nos subúrbios daquela cidade americana? Os seus jovens admiradores, em grande número gays, discorrem livremente acerca das razões do seu culto, a relação com a música e também sobre as suas vidas.
Ninguém terá muitas dúvidas em considerar Leonard Cohen como um dos maiores e mais influentes poetas e escritor de canções vivo, autor de algumas das mais assombradas e assombrosas canções de sempre. É-o assim desde Songs of Leonard Cohen e, para muitos, continua a sê-lo com o seu mais recente Dear Heather. LEONARD COHEN: I’M YOUR MAN é um documentário que olha para as canções, a poesia e a vida do músico e escritor canadiano. No centro, dois fios narrativos. O primeiro, um concerto de tributo realizado em Janeiro de 2005 na Ópera de Sydney, na Austrália. Nesta celebração, participaram alguns dos mais ilustres discípulos de Leonard Cohen, entre os quais Nick Cave, Bono, Rufus Wainwright, Martha Wainwright, Antony, Beth Orton e Jarvis Cocker, que aqui oferecem interpretações incendiárias de um punhado de hinos do seu mestre. Paralelamente, e numa série de entrevistas cândidas e reveladoras, Cohen reflecte sobre o seu passado e processo criativo, utilizando para esse efeito não só as suas memórias, mas também o seu trabalho artístico, poesia, e uma colecção pessoal de fotografias.
Em 2005, foi diagnosticado a Neil Young um aneurisma. Antes da operação, Young refugiou-se em Nashville e compôs um dos seus mais lancinantes álbuns, um ciclo memorável de canções enraizadas nas suas experiências e memórias. A cirurgia correu bem e, alguns meses mais tarde, Neil Young regressou a Nashville para duas noites de concerto no Ryman Auditorium com a sua banda, a mulher (Pegi Young) e Emmylou Harris. Antes, Young ligou ao realizador Jonathan Demme e instruiu-o: Vou tirar um ano de férias, mas quero fazer um filme. Demme aceitou o repto e daí nasceu este NEIL YOUNG: HEART OF GOLD, que regista e imortaliza os concertos de Nashville, onde as canções mais recentes e o seu material mais antigo se diluem, criando uma panorâmica da vida de Neil Young. Recordações e a iminência da morte entrelaçam-se de forma subtil e poética ao longo de todo o filme, num trabalho de absoluta discrição e eficácia do realizador Demme.
THE DEVIL AND DANIEL JOHNSTON é o retrato de uma das mais carismáticas figuras do rock-folk americano, o génio torturado Daniel Johnston. O filme lança-se sobre este homem apaixonante, revelando a sua história pessoal, desde a educação conservadora e profundamente religiosa, até ao diagnóstico, em meados dos anos 80, de doença bipolar. Misturando comoventes testemunhos de familiares e amigos, com dezenas de registos áudio gravados pelo próprio Johnston e imagens de arquivo, esta é a crónica de um homem e dos seus demónios, mas também de uma personalidade artística brilhante e profundamente complexa, aplaudida e acarinhada por nomes que vão de Kurt Cobain, aos Butthole Surfers, passando por Matt Groening (o criador dos Simpsons), Sonic Youth, David Bowie, Tom Waits, Beck, The Flaming Lips, e uma crescente plateia de fãs.
Primeiro os números: 400 horas de imagens, entre conversas íntimas, home movies, entrevistas, concertos ao vivo, behind the scenes e videoclips, registadas ao longo de 15 longos anos. Resultado: um olhar íntimo e revelador sobre os Flaming Lips, uma das mais influentes bandas rock americanas das duas últimas décadas. De versão hillbilly-punk dos The Who (a primeira encarnação dos Lips remonta a 1983) à sua mais recente versão de sucesso planetário (na esteira do disco fenómeno Yoshimi Battles the Pink Robots), toda esta trajectória foi documentada em THE FEARLESS FREAKS por Bradley Beesley.
Uma sátira e um retrato hilariante da indústria musical. THE LIFE AND HARD TIMES OF GUY TERRIFICO está para a história da country americana como A Vida de Brian dos Monthy Python estava para a história de Jesus. O Guy Terrifico que dá título ao filme é uma lenda (tal como o Brian dos Python) da música country que, em 1971, no auge da sua carreira (mas sem nunca ter gravado nenhum disco), desapareceu numa nuvem de álcool, comprimidos e tiros. Trinta anos depois, qual voz vinda do além, Terrifico lança o seu primeiro álbum e os seus fãs, onde se contam os nomes de Phil Kauffman, Kris Kristofersson, Levon Helm, e Merle Haggard, reúnem-se para recordar a história do anjo que empunhava uma guitarra em vez da harpa.
Temptation é um dos temas do álbum Substance, dos New Order, gravado em 1987. O videoclip, realizado a duas mãos pelo produtor Michael Shamberg e Victoria Bergsman, da banda sueca The Concretes. O vídeo foi rebaptizado de The Temptation of Victoria e é também uma homenagem ao realizador Michael Powell.
Pouco antes do lançamento de Hail To The Thief, os Radiohead eram supostos ter tido um canal de televisão. Entusiasmados com o projecto, anunciaram no seu website um programa de 4 episódios. Desde logo, começaram a receber centenas de cassetes de fãs, com vídeos alternativos para os seus temas. Os próprios elementos da banda, animados pela ideia, criaram também material original. Por fim, o tal canal acabou por não ir avante. RADIOHEAD TELEVISION: THE MOST GIGANTIC LYING MOUTH OF ALL TIME é o resultado desses 4 episódios inéditos, e contém animações e entrevistas com a banda. Algumas das secções foram criadas por Chris Bran, Stanley Donwood e pelos próprios Radiohead, outras por pessoas que enviaram espontaneamente os seus vídeos e que foram incluídos nesta compilação. Cada um dos 4 episódios é precedido por uma introdução ou comentário de Chieftain Mews, uma personagem ficcional criada digitalmente e que se julga poder ser ou o produtor Nigel Goodrich ou o escritor e artista inglês Stanley Downwood.
Os Sleaford Mods são conhecidos como “a voz da Inglaterra”, “a banda mais zangada do Reino Unido” ou, segundo Iggy Pop, “a melhor banda de rock ‘n’ roll do mundo”. Acima de tudo, os Sleaford Mods têm uma consciência política (não fossem os seus membros antigos trabalhadores fabris ou motoristas de camião) e as suas letras falam das dificuldades sociais e económicas das classes baixas. Bunch of Kunst acompanhou a banda durante dois anos, de Sherwood até ao sucesso popular. Um retrato daqueles que recusam os rodriguinhos delico-doces da indústria musical.
O projecto do norte-americano Christopher Kirkley chamado Sahel Sounds é, simultaneamente, um blog, uma editora e uma plataforma para explorar a música da região do Sahel. A Story of Sahel Sounds acompanha Chris, numa digressão em que se reúne com antigos amigos e novos artistas, da capital da Nigéria (Abuja) até à desértica Agadez (Níger), onde um dos nomes em destaque é Mdou Moctar. Um filme que celebra a variedade musical dos artistas tuaregues (para os quais os smartphones e a partilha de dados revolucionaram a produção), reflectindo, simultaneamente, sobre o papel da etno- musicologia nos dias de hoje.
Frank Zappa, músico inconformista, que foi do rock à música concreta, passando pelo jazz e pela fusão, é retratado, em Eat That Question: Frank Zappa in His Own Words, da forma mais genuína possível: pelas suas próprias palavras. Um filme na primeira pessoa do singular, que apresenta, através de uma montagem estonteante, as palavras do músico, a partir de centenas de horas de entrevistas e material de arquivo. Uma reflexão sobre a distância entre o homem e a sua imagem pública e um retrato único de um artista tão irreverente e genial como Zappa.
E se a primeira banda rock ocidental a actuar na Coreia do Norte fosse um grupo que incorpora nos seus espectáculos imagens ideologicamente ambíguas, numa estética militar totalitária? Foi o que aconteceu. Os Laibach, que já foram acusados de neo-nacionalismo, são, na verdade, uma banda que leva ao limite da paródia os maneirismos fascistas. Liberation Day, quase co-realizado pelo diplomata que os convidou, acompanha-os nos preparativos para o concerto, perante diferenças culturais, falta de meios e a censura coreana. Qualquer deslize pode ser mal interpretado.
A morte de Edgar Froese, líder da banda pioneira da música electrónica Tangerine Dream, em 2015, levou a realizadora Margarete Kreuzer a transformar um projecto de curta metragem neste extraordinário tributo. A banda alemã revolucionou a música popular, mergulhando igualmente na música clássica e nas bandas sonoras de cinema – trabalharam com Michael Mann e Kathryn Bigelow. Entre o futurismo dos anos 1960 e o new age dos anos seguintes, eles criavam ambientes, em vez de músicas. É isso que Revolution of Sound reaviva: uma música que infecta as emoções.
O processo criativo da banda Nome Comum, em residência artística na Serra da Lousã – a intimidade, o isolamento e a harmonia com a natureza, em Talasnal.
Mick Rock fotografou alguns dos maiores músicos do mundo: David Bowie, Lou Reed, Iggy Pop, Syd Barrett, Blondie, os Queen, entre tantos outros. Shot! The Psycho-Spiritual Mantra of Rock é uma odisseia pelas histórias de um criador icónico, um homem que formatou a imagem da música e dos músicos do século XX. Uma viagem psicadélica que passa pelo glam rock de Londres e o punknova-iorquino e olha, através das lentes de um dos mais importantes fotógrafos da história, para a forma como se constroem os mitos. E Mick dá um conselho: “Se não dormires, é fácil”.
The Man from Mo’Wax acompanha as últimas três décadas da vida de James Lavelle: do adolescente ambicioso ao magnata do trip hop, passando pelo milionário de 21 anos. Fundador da editora Mo’Wax e da banda UNKLE, Lavelle é um dos nomes mais influentes da música electrónica. Neste filme, assistimos à batalha de um homem em constante conflito entre a arte e o comércio, vista através dos seus próprios olhos (recorrendo a várias gravações caseiras) e dos olhos daqueles que trabalharam com ele: DJ Shadow, Thom Yorke, Ian Brown, Grandmaster Flash e Josh Homme, entre outros.