Uma história sobre um tipo que está desempregado há muito tempo, e que perdeu o sentido do tempo. Vive no seu próprio pequeno mundo, com alguns amigos. Vive numa cidade pequena, e o filme devia ser sobre a comunidade de uma pequena cidade. Durante a preparação, o realizador procurou sítios em Berlim onde Berlim pudesse parecer-se a uma pequena cidade. O Muro caiu durante esse Outono e houve uma mudança completa de atmosfera na cidade. O filme integrou esse facto.
Secção: Herói Independente
Um fotógrafo infeliz com medo de morrer. Uma mulher à procura de alguém que a engravide. Uma rapariga à procura do seu eu interior. Um homem misterioso que procura uma coisa mas conta a toda a gente uma história diferente. É assim.
O documentário de longa-metragem de Irina Hoppe centra-se em quatro semanas da vida de um grupo de jovens migrantes dos bairros berlinenses de Kreuzberg e Wedding. Os pais são sobretudo de origem turca e árabe, mas eles nasceram na Alemanha, facto que está na origem de estratégias de identidade específicas, ainda que casuais, dos retratados. Em contraste com as tentativas frequentamente especulativas que exploram a vida da segunda geração de migrantes no cinema, o filme de Hoppe concentra-se num método de observação desinteressado.
Dois nadadores que vivem num sótão passam anos a planear a travessia do canal da Mancha, sem conseguir passar à acção. Uma manhã resolvem tomar uma decisão, cada um para seu lado. Ambos os projectos fracassam, a esperança continua.
Um jovem casal no bairro Mitte”. Ele, um escritor, passa agora os dias estendido no sofá, a ler. Ela já não aguenta mais. Os pais vêm ver o bebé à tarde. O homem espera em desespero. Quando ela volta à noite e já tarde, descobre que nada mudou. À excepção de que agora todo o silêncio reprimido e a apatia explodem conduzindo à tragédia.
Passaram três longas semanas e o polaco R. Orloff ainda anda por aí algures num hotel de uma aldeia alemã com um milhão de marcos alemães numa mala. A única coisa em que pensa é como pode viajar para a América do Sul. Uma manhã R. Orloff lê um anúncio no jornal local: Mulher atraente de 26 anos procura um companheiro para iniciar correspondência vídeo…” “
Armin, um jovem de 18 anos recém saído do liceu, sente-se sufocar aos poucos pelas boas intenções da mãe, as expectativas do pai, o aborrecimento mortífero da vida suburbana. Há muito que os irmãos saíram de casa e são bons exemplos de vida: variações biográficas modernas das vidas dos seus pais. Mas Armin sente-se paralisado no meio da boa vontade familiar. Incapaz de resistir, anseia pela rigidez e subjugação que não encontra em casa. Começa casualmente a fazer queixas anónimas denunciando-se responsável por acidentes que testemunha e crimes de que leu. O que começa como um jogo rapidamente se torna uma obsessão. Em pouco tempo, fingir-se culpado já não chega‚Ķ
O ponto de partida foi uma proposta de documentário para televisão sobre o tema O trabalhador no final do século XX”. Em vez dele foi realizado este filme que ‚ partindo da racionalização do sector dos serviços na década de 1990 ‚ questiona radicalmente o entendimento vulgar de como representar o binómio trabalhadores/trabalho nos filmes documentais.
Os pais vivem uma existência marginal há 15 anos, escondidos entre os turistas anónimos nas praias de Portugal. Quebraram um tabu: conceberam uma filha. Uma rapariga que nunca trocou roupas com as amigas, nunca faltou às aulas, nem acampou em lagos ou se embebedou. Uma rapariga que está sozinha. Os pais estão prestes a estabelecer uma espécie de identidade legal no Brasil quando uma pequena negligência deita tudo a perder. E vêm-se de novo em fuga, o que os leva de volta à Alemanha. Entretanto, a filha apaixonou-se. Um amor que conduzirá à tragédia e destruirá a família.
Miyako Murakami é embalsamador. Descobre uma agulha na cavidade do olho de um cadáver de um jovem chamado Yoshiki, filho de um importante político, que supostamente se tinha suicidado. No mesmo dia, Miyako é ameaçado por um religioso louco que acredita que embalsamar é um pecado. Entretanto, os ladrões usam um gás fatal e roubam a cabeça de Yoshiki no hospital, em plena luz do dia…
Maioritariamente ambientado no Japão rural e filmado em tons sépia, Eureka segue a história de uns jovens rapaz e rapariga que estão num autocarro quando este é sequestrado por um assassino louco. Eles e o motorista são os únicos sobreviventes e fogem juntos. Mas quando tentam voltar às suas vidas normais, o motorista torna-se suspeito de uma série de assassínios e as crianças entram num orfanato. Estes infelizes acontecimentos reúnem de novo os três, e o primo dos órfãos, formando uma família e trabalhando para a reconciliação a partir da experiência partilhada do sequestro.
Retrato implacável da juventude japonesa, cujos protagonistas estão ligados de modos crescentemente estranhos e violentos durante o período temporal de um único dia.
Nadine está obcecada com uma memória ligada a uma canção assombrada que já não consegue cantar – até que ouve outra pessoa a cantar e tudo volta ao seu lugar. Uma observação melancólica de dois jovens casais que têm dificuldade em confiar um no outro. Cépticos, procuram um sentido para a vida.
Um jovem sem dinheiro, mas com uma série de ideias na cabeça sobre si e o mundo conhece outras pessoas, ouve música, lê – e não acontece nada.
Documentário de um dos primeiros concertos a solo de Chris Cutler, em Junho de 1998 em Tóquio. Chris Cutler é um percussionista, compositor, escritor de canções e musicólogo. A primeira parte do filme segue a instalação do equipamento e os testes de som, e entrevistas com Cutler, enquanto que a segunda acompanha o improviso do próprio concerto.
Knittelfeld é uma pequena cidade austríaca e é exactamente ao que se parece. Ao contrário de outras pequenas cidades, Knittelfeld teve que enfrentar a mudança. Em 1977 a família Pritz mudou-se para lá e confrontou a cidade com um nível invulgar de sofrimento, crime e mortandade.
Lucy chega a Berlim à procura do namorado e sem conhecer ninguém. Mas não o encontra em lado nenhum. Lucy está a ser assediada pela sua cor negra e uma mulher, Alma, a última comunista no mundo ocidental, vem em sua ajuda. As duas jovens tornam-se amigas. O conflito surge quando Lucy encontra o namorado. Ele é um yuppie”, pertence ao que Alma considera a classe inimiga…
Numa casa costeira com vista para o pôr do sol, Kaoru, uma mulher rica em perda gradual da juventude, retirou-se da cidade e vive uma vida sossegada. Toma conta de um velho mudo e cego como se fosse um insecto ou um animal doméstico, ou uma criança. Como ele não pode fazer nada só por si, ela alimenta-o e leva-o a passear. Kaoru encara a sua forma de vida com uma espécie de complexo de superioridade ‚ acredita ter uma vida perfeita, uma vez que está livre das limitações do senso comum e da dignidade da auto-devoção. No entanto, na realidade, esta bela relação limita-se a oferecer-lhe uma fuga à sociedade, oferecendo-lhe o conforto gerado pela dependência mútua do par.