Total Recall

O sucesso de RoboCop captou a atenção de Arnold Schwarzenegger, levando-o a contratar Paul Verhoeven para o dirigir na adaptação de We Can Remember It For The Wholesale de Philip K. Dick. O resultado foi, a par de Alien ou Blade Runner, uma das mais icónicas obras da ficção científica dos últimos anos. Qualquer adolescente nos anos 90 não mais esquecerá a senhora das três mamocas, o fato robô em forma de mulher gorda, ou Arnold a sacar uma bola colorida do nariz. A história, essa, é sobre viagens mentais a Marte ou a fina fronteira entre sonho e realidade.

Les ruses du diable

Les ruses du diable é uma história sobre o poder destrutivo do dinheiro. Ginette é uma costureira a viver em Paris que, subitamente, começa a receber por correio, todos os dias, uma nota de crédito de mil francos de um remetente anónimo. Se, a princípio, o presente lhe agrada, pouco demora até que a origem do dinheiro se torne uma obsessão. A segunda longa metragem de Paul Vecchiali (sendo que a primeira é um filme perdido) pertence à “outra” Nouvelle Vague, a chamada Rive Gauche, e, aquando da sua estreia, François Truffaut afirmou que Vecchiali era “o único herdeiro de Jean Renoir”.

Tonnerre

Vincent Macaigne é um workaholic. Só em 2013, por exemplo, entre curtas e longas, participou em seis filmes. Um deles é Tonerre, em que encarna Maxime, um músico que, perante um certo declínio da sua carreira, decide voltar a uma pequena cidade na Borgonha e passar uma temporada com o seu pai. Aí conhece e envolve-se com Mélodie, uma jovem jornalista de um jornal local interessada na sua carreira. Contudo, a melodia não dura muito tempo e o amor verte-se lentamente num negro thriller. O filme recebeu uma menção especial da crítica em Locarno.

Zwartboek

Depois de 15 anos a trabalhar nos Estados Unidos e seis longas-metragens, entre as quais RoboCop ou Total Recall, Paul Verhoeven regressa à sua Holanda natal para realizar um filme sobre a resistência durante a Segunda Guerra Mundial. Rachel é uma holandesa judia que, quando o seu esconderijo é bombardeado por tropas aliadas, se junta a um grupo de judeus que tenta escapar-se pelo parque de Biescoch para a parte sul da Holanda, já libertada do jugo nazi. Quando o plano corre mal ela é resgatada por um grupo de resistentes cujo líder lhe pede para seduzir um oficial paramilitar das SS.

Une histoire américaine

Esta “história americana” vive de duas forças: um amor teimoso que se recusa a morrer na cabeça de um homem que atravessou o Atlântico, e um dos maiores actores da nova geração do cinema europeu – Vincent Macaigne. Rodado nas ruas de Nova Iorque, Macaigne é o rosto de uma paixão desesperada, infantil e obsessiva, irresistivelmente encarnada pela força desconcertante das suas hesitações. Une histoire américaine foi seleccionado para o IndieLisboa 2015.

Starship Troopers

Em 2197 os humanos já estão entretidos em viagens espaciais e em colonizações de outros planetas. Numa dessas viagens encontram uma espécie de aliens composta por aranhinhas muito maléficas empenhadas em extinguir a humanidade. Neste cenário de guerra interestelar, Paul Verhoeven e o argumentista Edward Neumeier (RoboCop) aproveitam para revestir este filme de acção futurista de umas roupinhas de sátira à atitude excessivamente militarista americana. Os uniformes das tropas evocam a iconografia nazi e sobre isso Verhoeven diz: “a guerra faz de todos nós fascistas”.

Steekspel

Paul Verhoeven chama a este seu mais recente filme o seu 14 ½, numa brincadeira com a obra-prima de Fellini, 8 ½, mas também porque a sua participação no argumento não foi além dos 60%. Este é o resultado de uma experiência que envolveu a contribuição de espectadores e amadores. O realizador compilou – neste filme sobre o aniversário dos 50 anos de um homem cuja vida subitamente parece tomar um rumo para pior – vários pequenos argumentos que resultaram desta experiência contributiva.

Turks fruit

“Eu fodo melhor do que Deus”. Esta foi a frase do argumento de Turks fruit que fez com que, alegadamente, o pai de Paul Verhoeven se recusasse a ver a obra do filho. Seja como for Turks fruit permanece como o filme mais visto até hoje em todo o cinema holandês, tendo recebido nove nomeações aos Óscares. Filmado sobretudo em flashback, com luz natural e câmara à mão, e traduzindo uma relação tempestuosa do realizador com o director de fotografia Jan de Bont, estas “delícias turcas” contam o romance entre um mulherengo escultor (Rutger Hauer) e uma mui bela jovem.

Spetters

Conta-se que o filme anterior de Paul Verhoeven, Soldaat van Oranje, muito impressionou Steven Spielberg. E que este só não o recomendou a George Lucas para realizar o sexto episódio da saga Star Wars, pois entretanto viu também este Spetters com toda as suas cenas sexualmente explícitas. Machista, homofóbico, fazendo pouco de inválidos e de cristãos, este filme foi atacado por todos os lados. Nele, conta-se a história de três jovens apaixonados pelo motocross e também pela mesma mulher, uma vendedora de cachorros quentes junto ao recinto das corridas.

Un monde sans femmes

O fim de Agosto na costa de Picardie recebe os últimos turistas. Sylvain conhece uma mãe e uma filha que vêm passar uns dias à praia. Un monde sans femmes trata desse momento em que um homem solitário encontra a frescura dos amores de Verão.

RoboCop

O primeiro grande sucesso de Paul Verhoeven nos Estados Unidos é provavelmente o filme que todos recordam do realizador. Que o diga quem no final dos anos 80 passava pela adolescência e deu de caras com este polícia, meio homem, meio robô, que ajudava a repor a ordem numa Detroit futurista e distópica. Considerado hoje um dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos, RoboCop é também, num momento em que se multiplicam os casos de abuso de autoridade policial nos EUA, uma obra de enorme actualidade. A palavra culto foi inventada para este filme.

Soldaat van Oranje

É bem conhecida a rivalidade entre a Holanda e a Alemanha, em parte provocada pela ocupação nazi do pequeno país durante a Segunda Guerra Mundial. Soldaat van Oranje que destronouo anterior Keetje Tippel como filme mais caro de sempre no país (2,5 milhões de dólares de orçamento), segue a história de um grupo de estudantes holandeses e os seus envolvimentos na guerra, durante as diferentes fases do conflito. Baseado numa história verídica, este é um filme de guerra que procura as cambiantes de um país dividido entre a colaboração e a resistência.

Showgirls

Após o sucesso do thriller erótico Basic Instinct, Paul Verhoeven e o argumentista Joe Eszterhas (realizador de Flashdance) juntam-se novamente para este drama ousado. A jovem Elizabeth Berkley é Nomi Malone, que ruma a Las Vegas com o desejo de se tornar showgirl num hotel de luxo. As cenas de sexo e nudez não impediram, pela primeira vez na história do cinema, que um filme para “maiores de 18” tivesse distribuição nacional em cinemas mainstream. Apesar disso, o filme foi um fracasso de bilheteira. Hoje, um filme de culto imperdível.

Moonlight Lover

Em Moonlight Lover conhecemos dois amigos, Frank e Vincent, que vivem de fazer pequenos biscates aqui e ali. Esta manhã tudo vai mudar, eles começam um novo projecto.

Niets bijzonders

Niets bijzonders foi feito em improvisações e é muito inspirado pelo cinema da nouvelle vague: inspirado por uma citação de William Faulkner é um filme com uma atmosfera de jazz.

Les lézards

Numa sauna dois homens conversam, um deles aguarda um encontro com uma mulher, mas o calor é de mais e ela não chega, parecem lagartos ao sol, Les lézards.

Les deux amis

Primeira longa metragem de Louis Garrel, escrita a meias com Christophe Honoré. Nesta comédia romântica, Vincent Macaigne interpreta o papel de um tímido actor que procura o auxílio de um amigo extrovertido (Garrel) para o ajudar a seduzir Mona, uma prisioneira em liberdade condicional. Quando os dois se interessam por ela, a relação entre ambos complica-se…

Le repas dominical

Le repas dominical, narrado por Vincent Macaigne, retrata os terríveis almoços de Domingo em família com todas as observações sarcásticas e as perguntas metediças.