Em Long for the City, temos dois monumentos icónicos da cultura popular: Patti Smith (recitando o primeiro poema que escreveu) e a cidade de Nova Iorque.
Secção: Herói Independente
Les premières vacances foi financiado pelo Ministério da Agricultura e conta a história de um casal e seus filhos que, pela primeira vez, fazem férias, devido à boa gestão dos GAEC (colectivos agrícolas de exploração comum).
A voz de Vecchiali narra-nos a história de um homem que, dezoito anos depois da morte do pai, devido a um cancro, encontra o diário onde este descreve a evolução da sua doença: Maladie competiu, em 1978, pela Palma de Ouro para melhor curta metragem em Cannes.
O cantautor Elliott Smith, de Portland (falecido em 2003), surge, em Lucky Three, cantando três canções: um filme simples, para um músico simples de uma cidade simples.
A Villa Mayerling tem sido a personagem central em vários filmes de Vecchiali, desde que o realizador se mudou para Plan de la Tour, perto de Saint-Tropez. Les gens d’en bas, que o realizador dedica ao grande Marcel Pagnol, é um filme veraneante, esotérico e misterioso. A trupe habitual dos actores de Vecchiali, incluindo o próprio, compõem esta loa ao sol da Provença: histórias de amores trocados, manipulação, intriga e afabilidade. Um filme que mistura alegremente os géneros (melodrama, film noir e comédia musical), da forma mais franca e radical.
O angelical galã do cinema francês Jacques Perrin foi escolhido para protagonizar L’étrangleur, um filme sobre um serial killer fetichista que mata mulheres que lhe pareçam infelizes, agindo segundo a pretensão de que os assassínios são actos de misericórdia. Aquela que é considerada a primeira obra-prima de Vecchiali é um filme insidioso, perverso e tão intrincado quanto chocante.
Inspirado pela flânerie de Walter Benjamin e pelo seu primeiro trabalho como vendedor ambulante, Cohen combina, em Lost Book Found, imagens de super 8mm filmadas ao longo de cinco anos em centenas de locais de Nova Iorque.
Johann é guarda no museu e Anne, uma enigmática visitante, está de passagem pelo país. O museu funciona como refúgio, no início, mas os dois protago- nistas acabam por fazer companhia um ao outro, ao embarcarem numa viagem que atravessa, em profundidade, obras e autores de outros tempos, enquanto reflectimos sobre a actualidade e a importância da arte para salvar a vida do Homem.
Em Night Scene New York, Cohen observa sonambulamente a irregular Chinatown de Nova Iorque.
NYC Weights and Measures é uma deriva por Manhattan e Brooklyn, filmada com uma Bolex 16mm: um passeio lírico que choca com as réplicas do 11 de Setembro.
Terá sido num sonho que Rosa la rose, fille publique, o filme completo, surgiu a Paul Vecchiali. O realizador acordou e, em oito horas, estava escrito o argumento final. Rosa la rose (Marianne Basler) é a mais bela prostituta de Les Halles, todos os homens a desejam e ela não nega nenhum. O seu proxeneta é um homem compreensivo e generoso e sobre a vida de Rosa pouco há a contar. Até que surge um jovem simples, de nome Julien, e ela apaixona-se. Mas valerá a pena deixar a sua vida estável por uma loucura de amor? Um melodrama por vezes frio, por vezes romântico.
Once More é uma tragédia, movida pela alegria da comédia musical: é um filme que evoca o cinema de Jacques Demy. Composto por dez episódios, que retratam um momento da vida de Louis a cada ano, entre 1978 e 1987, o filme conta (em extraordinários planos-sequência) a história de um homem de quarenta anos que deixa mulher, filhos e emprego pela liberdade que nunca tivera, apaixonando-se por Frantz. Este foi o primeiro filme francês a retratar a SIDA na comunidade homossexual.
Jem Cohen foi convidado a fazer um filme sobre a região de Southend-on-Sea, uma pequena cidade no estuário do Tamisa, não muito longe de Londres. O olhar intuitivo do realizador faz com que este passeio tanto percorra a paisa- gem (atentando aos pássaros, à lama e ao céu) como se demore nas ruas e nos rostos das pessoas com quem se cruza e com quem, logo depois, conversa. World Without End (No Reported Incidents) é um filme flâneur, repleto de entrevistas casuais sobre caril premiado, chapéus de todos os feitios, música proto-punk e muito mais.
Realizada por Paul Verhoeven quando este tinha apenas 33 anos, a sua primeira longa metragem segue a história de duas prostitutas, Greet e Nel, que vivem e trabalham em Amesterdão. Greet sente-se atraída por um homem casado, enquanto encoraja Nel a sair de uma relação abusiva com um outro homem que a explora. Nesta comédia dramática, com cenas filmadas na Red Light Street, Verhoeven aborda com ironia a questão da sexualidade, mostrando sob a forma de pequenas anedotas as mais estranhas fantasias dos clientes de Greet. O filme marca também os inícios na fotografia de Jan de Bont (Speed).
Pierre (Jean-Christophe Bouvet) é um trabalhador fabril de trinta anos apreciado pelos vizinhos, mas esconde um subterrâneo segredo: o desejo sexual por crianças. Num momento de pânico, o pedófilo mata Arlette, de oito anos, em circunstâncias horrendas. É preso e o seu julgamento desencadeia um aceso debate sobre a pena de morte. La machine demonstra o experimentalismo de Vecchiali (que prefere o termo cinéma de recherche) na colagem de excertos mediáticos encenados, numa reflexão humanista sobre a influência dos meios de comunicação nas decisões judiciais.
Le récit de Rebecca é a primeira adaptação para cinema do romance de Jan Potocki, Manuscrit trouvé à Saragosse: um bailado ultra-estilizado (à imagem do cinema de Powell e Pressburger), entre as fantasmagorias expressionistas e as fantasias do technicolor.
Les roses de la vie antecipa a longa Les ruses du diable (realizada três anos depois), pela presença em ambas da actriz Germaine de France, que aqui interpreta uma velha senhora que regressa à casa onde vivera muitos anos antes.
Um realizador chamado Paul (interpretado pelo próprio Vecchiali) está a rodar um musical romântico intitulado La guêpe, mas faltam-lhe os fundos. A Comissão Estatal de Apoio às Artes já recusou umas vinte vezes adiantar as receitas do filme e Paul está farto. Com a ajuda de alguns dos seus colabo- radores, decide assassinar os membros da Comissão, um por um. A par disto, um homem misterioso, Robin Hood dos tempos modernos, rouba aos ricos para dar aos pobres. Uma divertida comédia sobre o estado actual do cinema francês e o debate relativo ao subsídio das artes.