No Outono de 2006 descobri que a minha mãe e a irmã dela, Jacqueline, tinham sido figurantes em “Z”, o filme de Costa-Gravas. Representaram nas cenas da manifestação e o filme foi rodado na Argélia em 1969. Decidi que a ía encontrar no filme. Recordo vários acontecimentos da nossa vida comum que comento no vídeo.
Secção: Director's Cut
70 críticos e realizadores discutem cinema a partir do velho conflito entre o artista e o observador, o criador e o crítico. Entre 1998 e 2007, Kleber Mendonça Filho coleccionou pontos de vista sobre esta relação no Brasil, EUA e Europa, usando a sua experiência pessoal como realizador e como crítico.
Destinava-se originalmente a ser o mostruário do projecto urbano da Itália moderna pós II Guerra: o projecto de habitação Don Bosco a sul de Roma. “Borgate” é a última instalação da série de exames fílmicos de arquitectura e espaço (urbanos) de Lotte Schreiber.
Uma imersão no fascínio obsessivo de Stanley Kubrick por Napoleão Bonaparte e no filme que tentou realizar sobre a vida do Imperador.
“Arise (Zona)” vem da longa-metragem “A Zona” de Sandro Aguilar e emerge de toda a sujidade cinemática inerente ao suporte fílmico. Estas imagens destinadas ao vazio e ao esquecimento total, levam-nos à ambiguidade entre a vida e a morte, em que a narrativa e a lógica temporal são suspensas.
O filme passa-se nas cinco estações que integram o almanaque chinês. A história tem lugar no jianghu, o mundo das artes marciais. Ouyang Feng viveu no ocidente. Parte quando a mulher que amava escolhe casar com o seu irmão mais velho. Acaba como agente. Quando as pessoas vão ter com ele com o desejo de eliminarem alguém que as defraudou, põe-nas em contacto com um espadachim que pode encarregar-se do trabalho.
Nicole Brenez (professora na Sorbonne) e Philippe Grandrieux iniciaram uma série que retrata grandes, heróicas mas pouco conhecidas figuras do cinema político de vanguarda. A série arranca com o ensaio de Grandrieux sobre o artista japonês militante, cineasta independente e combatente revolucionário Masao Adachi.
Um jovem realizador, impetuoso e cinéfilo, empenhado em devolver ao cinema a qualidade artística dos clássicos, começa a ganhar dinheiro como saco de boxe humano para pagar as divídas do irmão à máfia. A sua energia e condição mental debilitam-se, mas espera-o ainda uma dura batalha.
Sessenta e cinco actores que retratam Hitler fazem a sua aparição em Conference. Notes on Film 05, mas o original nunca é visto. Todos os Hitlers de Conference são posteriores aos anos 1940, e Norbert Pfaffenbichler filmou-os em Super 8mm e a preto e branco a partir de um monitor para que combinassem. (Olaf Moller)
Pai Nosso exprime a angústia do desencontro de duas gerações de mulheres na sua visão da vida religiosa. Enquanto a avó restaura a sua fé no altar caseiro que erige a Nossa Senhora, a neta estilhaça a sua crença nas potencialidades sobrenaturais das personagens de manga japonesa.
Uma adolescente recorre a incursões literárias à procura de um sentido, nem que seja encenado, para a sua presença num mundo que já pouco ou nada se entusiasma com os seus inocentes, mas rebuscados, devaneios existenciais.
um retrato do cineasta e crítico de cinema Jean-Louis Comolli ‚ que também assina obras sobre jazz e foi actor em filmes de Godard e Rohmer. Após ter trabalhado para os Cahiers du Cinéma entre 1962 e 1978, onde foi chefe de redacção de 1966 à 1971, enveredou pela realização de ficções e documentários. No espaço confinado de um estúdio de cinema, é agora confrontado com alguns excertos de filmes significativos na sua obra e transporta o espectador para dentro da sua reflexão e para uma outra realidade, por momentos. Como a realizadora explica no título, filmar é ver com outros olhos, com outra consciência. E essa é uma das muitas lições que Comolli tem para ensinar neste filme.
Harry Dean Stanton: Partly Fiction é um belíssimo retrato de um actor icónico do cinema americano. Aos 86 anos, Stanton é alvo de um culto discreto mas fiel depois de uma carreira com 200 filmes, quase sempre como secundário, entre grandes produções e pequenos filmes de autor. Stanton promete desde o início não ter muito a contar, mas os depoimentos recolhidos, como o de David Lynch, que o dirigiu sete vezes, e a música (Stanton canta canções country sozinho e com o amigo Kris Kristoffersen) são aqui a forma de o conhecermos melhor. Sempre solitário, defende o lema algo niilista do pai: segue sempre em frente até bateres em qualquer coisa. Huber recupera excertos de filmes como Alien, The Missouri Breaks, Cool Hand Luke e Paris, Texas para ilustrar uma carreira recheada e versátil.
Uma conversa com o actor de teatro e cinema americano Ben Gazzara. O realizador conheceu-o em 1977, quando estava a filmar Opening Night de John Cassavetes. A cidade de Nova Iorque ‚ que Gazzara chama de casa ‚ é o cenário por onde os dois passeiam, da parte baixa de Manhattan até Central Park, evocando memórias intimamente ligadas a lugares, recolhendo testemunhos de pessoas com quem se cruzou ‚ Frank Ghery, Julian Schnabel e Al Ruban, os mais íntimos, e referências mais genéricas a colegas como James Dean ou Marlon Brando, do Actor’s Studio. Na sua voz, instrumento de trabalho, ouve-se a luta feroz contra o cancro, mas o brilho no olhar é o mesmo neste último adeus de Gazzara ao cinema.
Um mergulho no complexo e fascinante universo do cineasta e pensador Peter Kubelka. Nascido em 1934, em Viena, a sua obra pioneira é um tesouro, orgânica, ainda que sucinta. Nas suas lições e palestras debruça-se sobre a essência do cinema, mas aqui conhecemos outro lado seu: além de cineasta, Kubelka é um coleccionador e isso é, no seu entendimento, quase uma continuação da sua expressão cinemográfica. A sua eclética colecção de objectos arqueológicos, as suas explicações do Neolítico, a sua exposição de ideias e artefactos têm aqui a mesma relevância. Kudláƒçek é paciente e sensível na sua elaboração deste retrato que fica em aberto e foge a uma lógica biográfica normal, também com uma intenção clara de procurar o que é o cinema enquanto fenómeno e como o experimentar enquanto arte.
Conduzido por Liv Ullmann e com comentários de realizadores proeminentes para quem Bergman é e será uma influência importante – como Woody Allen, Olivier Assayas, Bernardo Bertolucci, Arnaud Desplechin, John Sayles, Martin Scorsese e Lars von Trier, o fil
Reconstrução exacta de uma cena de “Vargtimmen”, de Bergman (1968). Os planos são reproduzidos fotograma a fotograma – com a diferença crucial de não haver actores na imagem. A banda sonora, também sem diálogos no original, foi retirada do primeiro filme
“Postface” explora a história da queda de uma estrela no quadro de uma cultura obcecada com a celebridade. Um olhar retrospectivo sobre a filmografia de Montgomery Clift cuja vida privada e carreira cairam em espiral depois do acidente de automóvel que em