Sombras – Um Filme Sonâmbulo” conta-nos a história de um homem silencioso, de instinto vulcânico e visionário. Vive num velho casarão com a empregada e o motorista. Um dia de manhã, depois de acordar de um longo sono, sai de casa e de carro, percorre diversas estradas e caminhos. Acossado por vultos e fantasmas transcendentes, o seu espírito vagueia disperso por entre a densa bruma de uma floresta. A sombra deste homem leva-o a imaginar personagens, espectros desgrenhados que passam fantasmagoricamente pelo mundo e vivem, para sempre, nos seus actos e palavras‚Ķ
Secção: Competição Nacional
Esta é a história do Verão de Rui, um rapaz de 13 anos que, ao contrário da maioria dos miúdos da sua idade, não gosta de futebol nem de lutas. Rui vive num bairro pobre no Porto, e faz parte de um grupo de crianças entre os 8 e os 14 anos. Com os pais raramente em casa, eles têm espaço e liberdade para inventar os seus próprios jogos e as suas próprias regras. Mas este é também um Verão especial, o verão do Euro 2004 e da possível vitória da selecção portuguesa. Crianças e adultos aguardam com expectativa, as emoções estão à flor da pele. As televisões são colocadas no exterior e os jogos são seguidos por todos como se de um ritual religioso se tratasse.
Terence Davies escreveu e realizou um documentário que é sobretudo um poema cinemático sobre a sua cidade-natal, Liverpool. O realizador britânico de Distant Voices, Still Lives montou uma bela peça auto-biográfica, que ele próprio narra para responder a uma encomenda de Liverpool, Capital Europeia da Cultura em 2008. É na década de 50 e na seguinte, de 60, que Davies se centra para mostrar, através de imagens de arquivo, a cidade da classe operária onde cresceu, temente a Deus ao mesmo tempo que descobria a sua homossexualidade. O registo varia entre o pessoal e o universal, mostrando as mudanças trazidas a Liverpool pela passagem do tempo e comentando ainda com acidez episódios da vida família real britânica e da igreja católic, combinando as imagens e a banda sonora de forma inventiva (numa sequência de um concerto de uns Beatles afónicos no The Cavern Club é Mahler que escutamos na banda-sonora).
Uma tarde no quotidiano de uma menina cuja mãe é pianista. A relação de ambas é cúmplice e íntima. A rotina de cada uma delas converge e diverge segundo um padrão que elas próprias definem. Partilham um espaço, uma intimidade, uma série de gestos, um mesmo ritmo cardíaco. São mãe e filha, mas nem por isso deixam de ser duas mulheres autónomas.
Alda é sósia de uma cantora famosa. Alda é uma mulher original.
Este é o edifício onde diariamente são discutidas as leis do país; a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses.
António decide ser operado aos olhos. Assim, poderá voltar a ver a fotografia da sua falecida esposa.
Francisco, um escritor, deixa de conseguir concentrar-se no trabalho quando a namorada se muda para sua casa. As coisas pioram quando o seu melhor amigo se instala como hóspede.
Uma animação sobre a metamorfose de uma bola, que passa de mão em mão. Assistimos à sua transformação conforme o desporto e o jogador que a possui.
É domingo, dia de descanso. À beira rio, o pai pesca e bebe, a mãe dorme, a filha brinca…
Eles pensavam que a vida seria simples. Todos os problemas materiais seriam ultrapassados. Todas as manhãs seria bom tomarem o pequeno-almoço juntos, a mesa posta. Seria o ínicio de um longo dia de trabalho.
Do Lat. Haesitare, ficar parado. v. int., estar indeciso; silenciar a evidência durante tempo indeterminado; não dar nome às coisas; ficar perplexo, sem saber o que dizer ou fazer; titubear; duvidar ou ter medo da memória; conjunto de gestos à frente da consciência ou da vontade; mulher silenciosa às voltas com a realidade silenciada da sua relação.
Musical amador filmado em Super 8mm. Na véspera dos seus 30 anos, um plebeu de supermercado tenta forjar uma ligação profunda com uma beldade volúvel. Da melancolia em que se encontra emergem uns desses breves e ilusórios momentos em que tudo parece correr bem.
Um documentário em 17 movimentos, em que os testemunhos e a guitarra definem o génio, a bravura e a modéstia de Carlos Paredes. Em MOVIMENTOS PERPÉTUOS ‚ TRIBUTO A CARLOS PAREDES estabelece-se um diálogo entre uma guitarra e uma câmara de Super8, numa estética que evoca a memória dos velhos filmes de família, plena de intimidade, revelada na partilha de pequenas histórias da vida. O concerto de Carlos Paredes no Auditório Carlos Alberto, no Porto, em 1984, é o ponto de partida para o desenrolar de histórias da prisão, resistência, sucessos e amadorismo, relatos marcados pela simplicidade e pela paixão. Em que se revela por exemplo, como Paredes a seguir este concerto toca para o recepcionista do hotel que não pode assistir. Ou ainda de como se servia de um pente na prisão para exercitar a guitarra. O testemunho de amigos e colegas dá-nos a entender um pouco mais quem foi este homem, que embora passando por privações nunca se queixava, e que nos deixou uma obra genial de valor incontestável, não só pela beleza das suas composições e da sua interpretação, mas também pela dimensão que deu à Guitarra Portuguesa, elevando-a a instrumento autónomo, em vez de ter apenas funções de acompanhamento, e transformando-a num símbolo da música portuguesa além-fronteiras. Fica a sensação de libertação que a sua arte é capaz de produzir, e a mística da obra que deixou, cheia de entusiasmo profundo e nostalgia do futuro.
No fundo da gaveta é um exercício de verdade com Margarida. Uma mulher que tenta arrumar uma fase da sua vida com palavras de amor que tantas vezes tecem a dor…
Um pai carrega o seu filho ferido enquanto procura ajuda. Há muito que seguiram por caminhos diferentes. A iminência do fim vai tentar apressar o reencontro.
Nos primeiros tempos de uma vida comum, um jovem casal enfrenta os ritmos desencontrados a que o trabalho os obriga.
Num Domingo soalheiro, nos arredores de uma pequena cidade Portuguesa, uma família disfuncional almoça, debaixo de uma árvore. Um retrato cómico e exagerado sobre a violência doméstica e a ausência de compaixão.