Filomena trabalha como empregada doméstica; Pedro Cabeleira (realizador de “Verão Danado”) acompanha-a ao longo de um dia, por diferentes espaços em que se cruza com amigos, amante, patrões e desconhecidos. Mas quem é Filomena?
Secção: Competição Nacional
Arriaga, vindo de uma família de emigrantes de classe média, procura ser aceite pelos jovens do seu bairro. O preço a pagar pelo desejado respeito pode ser mortal. Welket Bungué inspira-se nas lendas de Tupac, Notorious BIG e NAS para este policial sobre a fronteira da marginalidade.
Os amantes caminham de mão dada, à beira mar, como espectros, em “Bela Mandil” de Helena Estrela (“Heroísmo”, IndieLisboa 2016), inspirado numa lenda algarvia sobre um amor proibido que assombra uma vila de pescadores.
A palavra ‘campo’ vem do latim capere (capturar). Nos arredores da Roma Antiga ficava o ‘Campo de Marte’, o terreno onde os soldados treinavam. Hoje, nos arredores de Lisboa, fica a maior base militar da Europa. Ali, inventam-se missões fictícias, enquanto astrónomos observam estrelas e um rapaz toca piano para veados que espreitam os homens à noite. “Campo”, de Tiago Hespanha (de quem exibimos “Revolução Industrial”, “Visita Guiada”, “Andar Modelo” e “Quinta da Curraleira”), reflecte sobre o físico e humano, o transcendente e mundano, que aqui se confundem e completam.
«A minha avó tinha uma força e um amor pela vida tão grandes que me levaram a acreditar que alguns de nós são capazes de escapar da morte e se tornarem imortais.» A realizadora Catarina Ruivo (“Em Segunda Mão”, IndieLisboa 2012) fez, em “A Minha Avó Trelototó”, uma das mais belas homenagens que se pode fazer a uma avó. Quando ela morreu, filmá-la foi uma forma de a salvar. Mas como filmar uma ausência? Este é um filme feito de muitos tempos e registos que constroem um universo onde cartas, fotografias, memórias e os vídeos de telemóvel dão corpo a um fantasma doce.
«Em 2015 fiquei intrigado com duas histórias publicadas na imprensa portuguesa» afirma o realizador Ico Costa (de quem já exibimos “Quatro Horas Descalço”, “Antero” e “Nyo Vweta Nafta”). É nelas que se baseia para contar a história de um homem que após cometer um homicídio, se refugia na floresta. Rodado no centro de Portugal junto ao rio Alva, numa porosa película 16mm, o filme acompanha Henrique, um homem solitário em fuga da sua vida e do mundo. Num estilo progressivamente imersivo vemo-nos transportados para esse espaço de solidão, questionando-nos sobre o que realmente move o protagonista.
A estreia como realizador do actor Miguel Nunes (o rosto de Cartas da Guerra, IndieLisboa 2016), Anjo, retrata uma Lisboa veranil e pasmosa na qual Miguel se passeia, por entre festas improvisadas, amigos e paixões antigas.
Num apartamento em Lisboa, Marta dedica-se aos cuidados maternos da sua primeira filha acabada de nascer, ao mesmo tempo que convalesce do parto. A casa acolhe múltiplas visitas: amigos e familiares que vêm receber o novo rebento e pôr a conversa em dia. Tempo Comumde Susana Nobre (Estados da Matéria e Provas, Exorcismos, IndieLisboa 2006 e 2015) continua o seu cinema onde a ficção se mescla com a realidade, retratando intimamente um momento marcante na vida de uma mulher. E depois, as rotinas instalam-se, como um barómetro que descreve uma nova estabilidade.
Após Jean-Claude ter recebido uma menção honrosa nos Novíssimos, em 2016, Jorge Vaz Gomes cartografa este Mapa-Esquisito: um trajecto que se inicia nas oito casas que habitou, e continua pela itinerância mental de quem nunca deixou raízes.
Gonçalo Robalo (Leite e Entre Paredes, IndieLisboa 2012 e 2013) traz-nos uma desarmante sucessão de memórias pessoais em que o realizador recorda as situações em que aqueles que lhe eram próximos morreram: Os Mortos.
Depois de A Trama e o Círculo vencer o prémio Novo Talento, em 2015, a dupla Francisco Queimadela e Mariana Caló compõe um hipnótica reflexão com base no trabalho expositivo do Centro Internacional das Artes José de Guimarães.
Frederico Mesquita (produtor de dois filmes do IndieLisboa 2017: De Madrugada e O Meu Pijama) estreia-se na realização com o doce e soalheiro A Barriga de Mariana: o retrato de um jovem casal no momento em que ela descobre estar grávida.
Histórias de Fantasmas é um tríptico enigmático onde o realizador Carlos Pereira investiga a relação que se estabelece entre um rosto e a sua imagem, na superfície do ecrã ou na figura de um retrato pintado.
Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes (Incêndio e Outubro Acabou, IndieLisboa 2011 e 2015) regressam com Num País Estrangeiro, uma “transcrição cinematográfica” de um texto censurado de Herberto Hélder.
Tiago Rosa-Rosso (Despedida e Lei da Gravidade, IndieLisboa 2015) oferece-nos as Instruções para uma Revolução: um filme que é uma dança e uma inusitada lógica entre palavras e significados (adaptação livre de O Torcicologologista, Excelência de Gonçalo M. Tavares).
Miguel Tavares (Logística e Rochas e Minerais, IndieLisboa 2015 e 2016) encontra em Fortuna uma sombria parábola sobre a deusa do acaso e os inexplicáveis acontecimentos que têm como palco a secreta serra da Arrábida.
A luso-venezuelana Maria Ferreira compõe, em Via, uma inventiva animação que cruza estradas com artérias, rios com veias e cidades com neurónios.
A peça de teatro de Orson Welles,War of the Worlds(famosa pelo caos que provocou nos que acreditaram no relato da invasão alienígena), serve de base à animação de Manuel Brito, igualmente caótica nas suas colagens tãotrashyquanto divertidas.