Um filme com veia musical atrevida que procura distinguir as vivências nocturnas de um grupo de camaradas desse lugar de alienação, exclusividade e consumo que é o “club”. Não há coisa mais importante do que a rebeldia contra o sistema — especialmente quando é praticada com os amigos.
Secção: Competição Nacional
Habitando os limites esbatidos entre documentário e ficção, este é um filme que experimenta com a forma — entre curiosidades, videoclipes e confissões — ou não tivesse começado por ser pensado como um espectáculo para o palco e não para a tela. A luxúria autóctone da Madeira é onde se abrem as possibilidades de pensar em tudo aquilo que consideramos ser “natural” e se não deveríamos expandir a noção para abranger muito mais complexidade.
Um filme que usa imagens de arquivos familiares para destacar os testemunhos de crianças vindas da Áustria para Portugal, no período pós-Segunda Guerra Mundial. Esta reflexão sobre uma migração de uma zona marcada pelo confronto bélico, para outra sem as marcas dessa mesma destruição, dá espaço a que narrativas dominantes sejam confrontadas com as experiências em primeira mão. O filme propõe olhar para um passado que pode ter ressonância no presente.
Em Ceilândia, na periferia de Brasília, Léa, Chitara e Andreia têm um negócio muito particular: sacando petróleo a oleodutos da cidade, transformam-no depois em gasolina que vendem aos “motoboys” da área. Entre esta estrutura montada e o negócio da política, assim se conta a história das Gasolineiras de Kebradas.
Xavier é um músico a tentar singrar com a sua banda que faz um acordo faustiano, com toda a inevitável tragédia que isso implica.
Uma mãe vai às compras e o peso dos sacos magoa-a. Pede auxílio ao filho que vem para a ajudar a carregar as coisas no caminho até casa. Ao percorrerem a distância, lidam também com as questões que os assolam.
A realizadora cria uma colagem, entre imagens filmadas, animações sobrepostas e uma narrativa a várias vozes que nos leva por uma exploração da idade e das dores de crescimento.
Passamos um dia com Raquel, que apenas está a tentar obter a sua independência financeira. Entre a procura de um emprego e a procura de uma casa, nada corre como o previsto.
Esta é a história de um beijo e de uma tempestade interna. Também é uma história sobre o desejo e a primeira vez que estamos perto de alguém que desejamos que esteja mais perto.
Resultado de uma pandemia, Ico Costa deixa uma câmara com Ailucha e Domy. O que vemos é o seu quotidiano em Inhambane, onde estes jovens moçambicanos vivem a juventude.
A realizadora portuguesa adapta ao cinema uma (a única) peça de teatro de Éric Rohmer, cineasta francês da Nouvelle Vague, numa espécie de comédia romântica em que o tema é não o casamento mas o recasamento, juntando a fórmula “rohmeriana” dos episódios espalhados por quatro estações. Rita Durão e Pierre Léon são duas pessoas que partilham uma história romântica e que se vão reencontrando, reacendendo-se a paixão.
Uma exploração da emigração portuguesa e da materialização da mesma num objecto imbuído de ideias de sucesso. Neste documentário, o realizador viaja 2000km ao encontro de quem saiu de Portugal em busca de uma nova vida. O carro é o ponto de partida e de encontro para uma discussão sobre simbolismo, identidade e comunidade.
Leite a jorrar em olhos abertos, detalhes de pedras ou telheiras, ou até afagos em cães. Francisco Queimadela e Mariana Caló inventam um mundo idiossincrático, mas hipnótico.
Emílio já só tem um carneiro. Depois de uma primeira tentativa gorada de o vender, vê-se obrigado a partir em viagem, pelo interior de Portugal, para concretizar a venda do seu animal.
A princípio nada parece carregar Anna com preocupações ou pesos enquanto faz uma viagem curta, na companhia do cão. Mas o ambiente começa a mudar ao entrar no supermercado. Enquanto vê as prateleiras, os expositores, faz cálculos mentais. Até ao telefonema.
Uma experiência sinestésica em que, entre uma história de um casal que se separou e um telefonema à Fedex perguntando se esta transportaria pessoas, se reflecte sobre os melhores métodos para se chegar mais perto de quem se ama.
Um repositório dos mitos e das memórias de uma aldeia na costa do Atlântico. As histórias vão surgindo como se a tradição oral fosse a única narrativa que se mantém, trazendo ao presente tradições antigas e quase perdidas.
Depois de uma dolorosa operação ao nariz, Gabriela vai com os pais passar as habituais e quentes férias de verão numa casa na montanha. Ainda em convalescença, aproveita para sentir o mimo familiar que a rodeia — até que chegam os amigos franceses dos pais.