United Sequence V I. I é o produto cruzado entre o orgânico e o inorgânico. Sobre uma perspectiva experimental, Untitled Sequence V I.I constroi-se num contexto evolutivo, passando por diferentes estados num processo contínuo de contaminação.
Secção: Competição Nacional
Francisco, porta-te bem! Sei que é o teu aniversário, já tens trinta anos, é Carnaval, estás vestido como um cowboy para a festa da escola e estás rodeado de miúdos que detestas. Mas não é razão para seres tão chato‚Ķ Repete comigo: Até aos 30 tens a cara que Deus te deu. Depois, terás a cara que mereces.
Não há uma pessoa no mundo que tenha escolhido o lugar para nascer. Há fronteiras que basta um braço estendido para serem atravessadas. Para que serve uma fronteira? A União Europeia cresce, mas pode um conjunto de países crescer fechando-se a outros países que geograficamente lhe estão ao lado? Este pequeno filme é feito de imagens que vemos todos os dias na televisão e que passam pelos nossos olhos como se fossem um carro de fórmula 1, foram retrabalhadas, reenquadradas e postas a andar mais lentamente.
Esta é a história de uma dona de casa que desejava ter voado para longe mas não o fez. Talvez, como ela própria o diz, porque nasceu antes de tempo. Maria Helena atravessa a rotina diária com memórias e músicas de outro tempo, que são a banda sonora do seu mundo.
Prémio TOBIS para o Melhor Filme Português
Amor, traição, vingança e… Zombies!
Retrato experimental da cidade como experiência em si mesma: as imagens são demasiado intensas e por vezes o barulho infernal.
Um homem apaixona-se perdidamente pela sua vizinha de cima. Por desejo e ciúme, vai eliminar qualquer obstáculo que os separe. Infelizmente as coisas acontecem da forma que menos espera.
Futuro próximo: Bruno tenta reconquistar Isabel, a sua ex-mu-lher. Pressionada pela sua mãe autoritária e por Jorge, o seu novo e imposto namorado, Isabel apresenta queixa por assédio contra Bruno. Bruno é julgado e condenado. É-lhe colocado um implante na garganta, que o sufocará sempre que se aproxime menos de 100 metros de Isabel. Mas Bruno não desiste, começa os treinos para resistir mais tempo sem respirar.
Uma noite cerrada de Inverno, algures na província portuguesa. Num bar de alterne, uma nova jornada de trabaho está a começar para a família que gere o negócio – o pai, a mãe e as duas filhas, que entretêm e seduzem os clientes. Um mundo de falsas aparências no qual os sonhos de uma vida diferente acabam desfeitos em pedaços. Porque o pai, que falhou um negócio e se vê forçado a sacrificar a sua filha mais nova, irá destruir a família…
Agustina é uma jovem rapariga bonita, solteira, bem nascida e muito “senhora de si”. A sua paixão são as outras raparigas como ela. Para a satisfação dos impulsos do amor, não lhe restam dúvidas de que a participação da orgulhosa raça masculina é, mais que inútil, nefasta. O jovem Franville, conhecendo as inabaláveis convicções de Agustina contra o sexo oposto, e perdido de paixão por ela, decide conquistá-la disfarçando-se de mulher.
Um ferro-velho numa paisagem desolada; uma mulher obesa vestida de mecânica a assar um leitão; um moribundo debaixo de um sol abrasador que desfalece e se torna seu prisioneiro. Numa terra de ninguém, Patrick Mendes transporta-nos mais uma vez para um universo macabro, onde a personagem principal, quase terrífica, manipula as suas vítimas. (R. F.)
Filme azulejo, feito de motivos marítimos e variações sobre os encontros e desencontros entre dois homens e seus desejos. Existe uma lei em economia que diz que pode haver muitas pessoas desejando e muitas pessoas dotadas do que é desejado, mas, para que a troca (ou um encontro) aconteça, deve haver uma dupla coincidência dos desejos. (João Vieira Torres)
A primeira vez que ouvi falar deste fenómeno foi na Alemanha. Um jovem violinista de formação clássica confessou-me que sonhava partir para uma aldeia mítica entre os jovens alemães, situada no centro de África, e constituída por músicos onde se aprendia djambé. De repente aquilo pareceu tão próximo de mim que se fez um clic. Quando era pequeno, em África, os pais mandavam as crianças para a Alemanha para aprender música. Agora estava tudo ao contrário. E ainda bem. Porque as coisas estão mesmo ao contrário. Nós, europeus, é que não as vemos. O mundo de facto mudou. E isto não é de agora. África não é como a pintamos. E a culpa toda é dos portugueses do século XV, que destruíram os documentos africanos para provar que a nossa cultura era superior à deles. (João Viana)
A primeira longa metragem de Jorge Cramez, O Capacete Dourado, estreou no Festival de Locarno em 2007 e, logo nessa altura, o realizador foi desen- volvendo o argumento de Amor Amor – no caminho, houve algumas curtas metragens, como O Rebocador, exibido no IndieLisboa 2015. Esta comédia dramática de enganos, com um jogo de actores incrível – Jaime Freitas, Eduardo Frazão, Ana Moreira, Margarida Vila-Nova e Joana de Verona – é inspirada num texto de Corneille. Tudo se passa num único dia, o último do ano. No dia seguinte, é possível a mudança.
De Madrugada passa-se no quente mês de Agosto: os irmãos passam o Verão com a avó, numa casa assombrada pelas fracas memórias coloniais que ainda ali habitam.
As hortênsias açorianas viraram uma praga que expulsou os habitantes das ilhas: Jorge Jácome (Plutão e A Guest + A Host = A Ghost, IndieLisboa 2013 e 2016) faz de Flores uma fábula tão romântica quanto política.
O músico The Legendary Tigerman (Paulo Furtado), a fotógrafa Rita Lino e o realizador Pedro Maia embarcaram numa viagem pelo deserto californiano e o resultado é Fade into Nothing: um filme que é tanto um road movie como um falso diário em super 8mm. Reunindo textos do músico e imagens de um grão luminoso, o filme descreve o trajecto de um homem que não foge nem se esconde, simplesmente se encaminha para o nada, procura ser nada. Durante esta tra- vessia, Paulo Furtado compôs parte do seu novo álbum, que será editado em Setembro. Fade into Nothing é a sua antecâmara cinemática.