Um mockumentary político que, com um piscar de olhos, nunca fala de política. É impossível não gostar de Rose, que está a ocupar uma casa recentemente abandonada. Os pertences da anterior dona ainda lá estão e a nova “inquilina” diz-se apenas a cuidar da casa, pela qual sente afinidade.
Secção: Competição Internacional
A vila de Escó foi abandonada, no tempo do regime de Franco, por todos menos os Guallar — um pai e três filhos. Estes últimos ainda habitam a montanha, num isolamento novamente ameaçado. Entretanto, vão tratando dos seus animais e sonhando com refeições aconchegantes.
Duas irmãs gémeas fazem uma viagem e tecem considerações sobre a sua proximidade, como isso afecta a forma como se identificam e a sua individualidade.
Um documentário visto pelos olhos da realizadora quando criança, Pegah fala-nos de Gholam, um amigo importante da família cuja ausência ainda marca a sua vida. O encanto das recordações transforma-se com o confronto com uma realidade que lida com a revolução iraniana.
Uma mãe vai às compras e o peso dos sacos magoa-a. Pede auxílio ao filho que vem para a ajudar a carregar as coisas no caminho até casa. Ao percorrerem a distância, lidam também com as questões que os assolam.
Um pai e dois filhos vivem numa casa remota, com uma cabrita chamada Rosie. Os miúdos aprendem a disparar, a consertar cercas. Até que chega um vizinho da vila que convence o pai a participar numa caça a uma bruxa que estará a matar os animais. Os miúdos ficam sozinhos, com a sua imaginação.
Um filme doce passado numa Coreia do Sul representada como dominada pelo consumo e capitalismo, mas onde a personagem Jung-hee vai conseguindo manter uma auto-estima relativamente impávida. A sua condição solta (não está na universidade, nem tem um trabalho fixo) leva-a a querer reencontrar Kim Min-Young, uma antiga colega de liceu, e reatar a relação.
Um documentário sobre a realizadora e Kimi, uma alma gémea com quem passa uma década a filmar a angústia e arrebatamento de uma geração que vive uma vida reprimida por um regime autocrático. Há espaço para delinear o primeiro amor, o primeiro desgosto e tudo o que existe no meio. Imagens de consumo de drogas, overdose, suicídio que podem ser consideradas sensíveis.
Takumi deixou Toyama, na costa do Japão, há algum tempo. Regressa depois da morte do pai, que nunca quis que ele partisse. Passeia e visita agora os sítios e as relações que deixou para trás, com a melancolia de quem olha com outros olhos para o que foi tão familiar.
Quem somos nós? Que espaço há, para cada pessoa, nessa palavra? O RER B atravessa Paris até aos seus subúrbios. Esta é a linha onde Alice Diop traça retratos isolados que compõem um todo. Um filme-ensaio que questiona uma nação francesa assombrada por divisões e fracturas cuja cura parece complicada. Mas há espaço para os gestos que unem os seres humanos, independentemente do que os separa.
Nesta versão etérea e moderna de um filme de amor livre dos anos 1960, encontramos um biólogo mal-humorado e os seus assistentes de pós-graduação a tentar avançar com um projeto de verão na natureza selvagem da floresta dos Apalaches. Aí, encontram três misteriosas figuras que mudarão as suas vidas.
Queralt, a mãe, e Gemma, a filha, pintam nos seus próprios espaços. Uma em Barcelona, outra em Atenas, mas a distância entre as duas não é só geográfica. Os telefonemas de Queralt conduzem estes 20 minutos de momentos quotidianos.
A amizade de Jason e Kevin está num estado periclitante. Jason quer ir à caça de papagaios para os vender e comprar uma bicicleta. Kevin quer que ele se cale. A busca pelos pássaros acaba por despoletar um confronto, onde ternura e violência se misturam.
Um documentário que explora todas as facetas do conceito de flor, reflectindo sobre a sua beleza, a sua história e a sua comodificação. De experiências para atingir uma cor específica a um leilão, o mundo semiótico da flor está contido nos capítulos deste ensaio visual.
Sam trabalha num canil em Ostende, onde o terapeuta canino Koen ensina os donos a tomarem conta dos seus amigos de quatro patas. Sam e Eva, a dona de uma cadela inquieta, aproximam-se e nasce uma amizade, bem como um novo porto seguro para ambas.
Um núcleo familiar comum, mas com uma faceta lunar: um pai dominador, uma mãe distante, uma filha adolescente insegura em relação ao namorado, e o mais pequeno, talvez num limbo identitário. Cada um deles a transbordar com as suas próprias frustrações e desejos.
Faruk tem, como primeiro emprego na Alemanha, a responsabilidade de entregar encomendas. Neste dia, a sua filha de oito anos, Kati, esconde-se na sua carrinha para passar o dia, e tempo, com o pai. Mas um momento de racismo encapotado testa a relação dos dois.
A princípio nada parece carregar Anna com preocupações ou pesos enquanto faz uma viagem curta, na companhia do cão. Mas o ambiente começa a mudar ao entrar no supermercado. Enquanto vê as prateleiras, os expositores, faz cálculos mentais. Até ao telefonema.