Numa casa, na Áustria, um homem vive aparentemente sozinho. É esta a ideia que ele pretende passar para os vizinhos, colegas de trabalho e família. Contudo, em segredo, mantém refém na sua cave uma criança de 10 anos, com quem desenvolve uma relação sexual que ele deseja tornar-se afectiva. Um filme perturbador que nos prende de imediato a atenção pela forma inteligente e subtil em como consegue transferir para a ficção um dos temas mais polémicos e actuais das notícias que nos chegam sobre os casos de pedofilia. (Catarina Cabral)
As plantas ganham uma vida tecnológica, à medida que os seus elementos e partículas se convertem em cores e formas que se fabricam para interagir numa dança orgânica desembaraçada. Esta é uma configuração poética informatizada da natureza, que impressiona e abre para uma infinidade de histórias que assim podem ser descodificadas. (Ágata Pinho)
Filmado em Setembro de 2005 no novo centro cultural da Main Street Ballymun. O filme segue um jovem no edifício onde trabalha enquanto este se debate com o seu novo papel de pai. É a mãe da criança que o ajuda a abrir os olhos e imaginar um futuro melhor para si e para a sua jovem família.
Uma rapariga caminha numa rua deserta de Dublin à noite. Uma poderosa e tranquila meditação sobre o que significa pertencer a uma nova cidade e a um novo país.
Filmado no Grand Hall da Manchester Town Hall em Outubro de 2005 com um elenco de 14 artistas de 20 anos. Cuidadosamente dispostos em circulo os jovens participam numa estranha e pouco ortodoxa sessão de terapia confidenciando medos e esperanças que seus futuros lhes suscitam.
Um ambicioso plano sequência de 10 minutos segue o encalço revolucionário das actividades de um evento de angariação de fundos para uma biblioteca. Tudo parece calmo até que cães morrem, cabos eléctricos se cruzam, caem livros gigantes, sangram bocas e as coisas correm de um modo geral para o torto.
Filmado num barco no rio Tyne com o espectacular pano de fundo das sete pontes do Tyne, “Twilight” é uma exploração íntima do fluxo e refluxo da vida, envolvendo cinco residentes da região do Tyneside. Filmado a 18 de Maio de 2005.
David Miller conhece a data da sua morte desde os nove anos. Filmado com um telemóvel ao longo de dez anos de Lausanne a Ouagadougou, trata-se de um filme de ficção sobre o valor da vida humana numa idade em que tudo está em abatimento. A vida não tem preço; a morte, no entanto, é uma pechincha.
Uma tarde de sol num canto de Inglaterra. Acordes de música clássica elegíaca diluem-se na banda sonora, enquanto a câmara se move gentilmente seguindo as margens de um rio e revelando gradualmente um elaborado tableau. A imagem perfeita da arcádia inglesa cede a vários tipos de desgraça, perturbação e violência.
Retrato de uma câmara municipal num dia agitado. Todas as salas estão alugadas para actividades cívicas relevantes. Das vendas para lares residenciais a uma discoteca infantil, a um comício de adolescentes, a câmara assume um ponto de vista infatigável sobre as questões que preocupam os residentes locais.
Um bebé entra num bar e embebeda-se, rouba comida do prato dos outros e parte mesas e cadeiras. Em treze minutos somos atravessados por uma motorizada a toda a velocidade e chegamos ao fim sem saber bem o que aconteceu. Las Palmas é a última, delirante e politicamente incorrecta animação de Nyholm. (Carlos Ramos)
O primeiro bater do coração, a primeira dança, os primeiros beijos, os primeiros sustos e um dos momentos mais importantes na vida de uma rapariga: aquele em que se torna mulher. Albertine ‚ o alter ego da realizadora ‚ tem um flashback durante uma viagem de comboio e regressa à altura em que tinha 11 anos. No comboio com os pais, vai visitar a avó à sua casa de campo durante as férias, para celebrar o seu 67º aniversário. Estamos no ano de 1979, quando estreou Apocalypse Now e The Tin Drum. Uma Delpy mais madura regressa a um território mais comum e humano que o seu filme anterior A Condessa. Divertido e nostálgico, Skylab é uma grande tela de família oferecida pelo olhar de uma rapariga excepcionalmente inteligente. (Nina Veligradi)
Claire é uma pintora francesa de 25 anos, que pinta cidades. João é um realizador português, que quer fazer um filme sobre Londres. Aproximam-se devido a este interesse comum e acabam por decidir fazer um filme juntos.
Filme de citações artísticas corrompe o sistema mal comportando-se. O cineasta parte da premissa de Bresson de que um filme se deve construir sobre o branco e muda-a para amarelo. Assistimos à preparação de um filme, passando por todas as etapas até à sala de exibição. Com este filme, Godinho afirma-se no panorama nacional. (Miguel Valverde)
A vida de casal de Marion e Pierre é aborrecida até que encontram Rémi, um antigo amigo dela. À primeira vista ele parece um falhado, mas revela-se uma pessoa culta e um sex symbol. Será que o casal vai aproveitar a oportunidade para escapar à sua vida medíocre, nesta comédia cruel e de falsa ingenuidade com códigos da Nouvelle Vague? (Karim Shimsal)
Se To tem lugar garantido nos festivais, é pouco frequente encontrarmos este género de cinema na curta metragem. Um thriller inquietante com máfias da droga, onde Hiroshi, com a câmara sempre em cima dos seus actores, cria um clima de suspeita entre dois dealers que estão frente a frente. E já sabemos que alguma coisa vai correr mal. (Miguel Valverde)
Realizado para a Made In Liverpool 06, este trabalho poético e meditativo segue o rasto da relação entre a cidade durante um momento de assinalável mudança e dos reflexos dele no mundo emocional dos cidadãos.
A polícia reconstrói o desaparecimento de uma adolescente num parque. Fora de campo, ouvimos as reflexões pessoais de uma agente sobre o processo de entrada no mundo adulto. Virtuoso e lírico prelúdio à primeira longa-metragem de Christine Molloy e Joe Lawlor.
