Curtis LaForche vive numa pequena cidade em Ohio com a mulher, Samantha, e a filha de seis anos, Hannah, que é surda. O dinheiro é pouco e gerir os cuidados de saúde e as necessidades de educação especial de Hannah é uma luta constante. Ainda assim, Curtis e Samantha estão muito apaixonados e a sua família é feliz. Até que Curtis começa a ter sonhos aterradores com uma tempestade apocalíptica. Ele escolhe guardar a inquietação para si, canalizando a ansiedade na construção obsessiva de um abrigo contra tempestades no quintal. O seu comportamento aparentemente inexplicável preocupa e confunde Samantha e provoca a intolerância dos colegas de trabalho, amigos e vizinhos. Mas a instabilidade no seu casamento e a tensão dentro da comunidade não se comparam ao medo individual de Curtis do que os seus sonhos podem realmente significar.
Dom trabalha no turno da noite num pequeno hotel perto do porto industrial de Le Havre. Uma noite, chega uma mulher chamada Fiona, sem bagagem nem sapatos. Ela diz a Dom que é uma fada e concede-lhe três desejos. Mas, antes de conseguir conceder-lhe o terceiro desejo, desaparece misteriosamente. Por esta altura, Dom apaixonou-se por Fiona, e parte à procura dela…
Terri é gordo, chega todos os dias atrasado à escola e a sua motivação é tão pouca que vai de pijama. É assim que se veste em casa, onde o tio o critica constantemente, e não muda nem para receber como convidada uma das raparigas mais bonitas da turma. Os psicólogos diriam que está deprimido, mas Mr. Fitzgerald (John C. Reilly), conselheiro dos que estão à margem, recebe-o no seu gabinete para conversas verdadeiramente elucidativas sobre o que é ser a bela debaixo do monstro. Tal como faz com os colegas, Terri deixa-nos sempre do lado de fora, enquanto caminha relutante, acompanhado por um canto lírico feminino que anuncia a tragédia. Neste drama também comédia, filmado em Los Angeles, a crueldade, a descoberta da sexualidade e a amizade pesam na mesma balança. Azazel, filho do realizador experimental Ken Jacobs, revitaliza o típico cenário de liceu. (Ágata Pinho)
Tomas é um pouco crescido demais para continuar a viver em casa dos pais, mas o sonho de se tornar mágico não lhe deixa outra opção. O pai só quer que ele cresça e arranje um emprego decente. Na festa de anos do pai, Tomas oferece aos pais, aos convidados e à bela nova vizinha Monica um bizarro espectáculo de magia.
Aquele rapaz estúpido é Loïc. O que confunde desejo e prazer, amizade e sexo, admiração e sucesso. Loïc, o que tenta compensar o que a vida não lhe concedeu antes de crescer. Loïc não é um rapaz estúpido. Um dia, também ele tentará contar uma história.
Lana é uma operador de sexo telefónico. Dança hula-hoop para que os clientes ouçam gemidos. Nico não sabe o que Lana faz, tudo o que sabe é que está perdidamente apaixonado por ela. Heidy é a ciumenta namorada de Nico. Tem a certeza de que Lana o enfeitiçou.
Numa carreira de mármore, um homem comunica ao seu colega os movimentos duma máquina através de sinais com as mãos. Nesta coreografia magnífica entre máquinas e gestos, o chefe de orquestra domina a natureza: um simples movimento de mão pode mandar destruir um bloco gigantesco de rocha. (Miguel Cabral)
Quando Lionel sabe acidentalmente que a família tem origens polacas, sucede-se uma cadeia de acontecimentos que mudará, para sempre, a sua vida e a da sua irmã. Certa é uma perseguição automóvel na Eslováquia, como são certos o carro roubado, o casamento branco e os falsos passaportes. A estrada para Varsóvia é uma aventura!
Quando alguém corre entre os bosques muitas coisas podem acontecer. É a altura de ir ao encontro das suas limitações físicas, dos limites, de lidar com jogos de poder. Enquanto correm, as pessoas podem descobrir outros corpos. A pergunta é: até onde se está disposto a ir para atingir os objetivos pessoais? (Possidónio Cachapa)
A ida de Alex para o estrangeiro força os pais dele, que de computadores nada sabem, a um súbito mergulho no misterioso mundo da Internet.
Em “Sunday, 6th April, 11:42 a.m.” a paisagem é considerada como um sistema de conexão das relações entre as pessoas. O vídeo foca as correspondências entre acções e lugares, entre movimentos e ambientes. Neste sentido, as pessoas são os lugares que vivem e os caminhos por eles produzidos.
“Exótica” resulta de uma residência artística em Maputo (Moçambique) em Março de 2008. Além de explorar os elementos da cultura local e o seu impacto nos ritmos e rotinas quotidianas da cidade, toca em questões como o movimento e a inscrição do corpo nos espaços urbanos.
Pierre sonha desde sempre viver em Portugal. Leva o namorado a Lisboa, na secreta esperança de que a cidade seja também o berço do seu incipiente amor.
Valérie Massadian visita a sua infância através de uma menina de quatro anos chamada Nana. Uma longa metragem de estreia impressionante, assinada por uma fotógrafa excepcional, como o provam as composições notáveis de cada cena do filme. Uma Nana muito independente passa o tempo no campo com a mãe e com o avô distante. Um dia, ela regressa a casa e não encontra ninguém. Uma sensação de abandono enche o ecrã, enquanto Nana ainda não se apercebeu do vazio cruel que o mundo adulto pode proporcionar. Nana vai seguir o seu caminho, quer queiramos quer não, sem precisar de salvadores. Ela veste-se, prepara as suas sandes, dá caminhadas pela floresta e até lê para si própria histórias para adormecer. Nana está livre dos adultos e de orientação e Massadian, enquanto realizadora, reflecte essa liberdade, deixando o tema à solta e Nana completamente à vontade para ser ela mesma, criando assim um dos retratos mais honestos da inocência. (Nina Veligradi)
Vinh, refugiado vietnamita, foi adoptado há 20 anos por uma família suíça e prepara-se agora para casar. Para a sua mãe vietnamita é a oportunidade de conhecer finalmente a família que amou e criou o seu filho. Vão agora ter que representar a frágil comédia da felicidade.
Paula vive entre a educação da sua filha Beatriz, que lhe dá uma força vital para enfrentar os dias, e uma herança indesejada: cuidar da mãe Carminda, uma mulher demente e imprevisível. É Verão e está abafado. Paula já não é uma filha, mas sim uma mãe a tempo inteiro. Ela veste-se, come, toma banho, limpa-se e arranja-se. Contudo, numa manhã de imprevisto, algures e sem motivo aparente para além da exaustão, a fenda abre. Explode. (Cláudia Varejão)
Uma banda de heavy metal toca num palco meio perdido na escuridão e o som poderoso da guitarra atravessa uma cortina de fumo. Mas a noite tem muitos palcos e quando o concerto acaba, um dos elementos regressa a casa sozinho, em silêncio. À sua espera está um apartamento quase vazio e uma avó a precisar de companhia. (Ágata Pinho)
