Uma espantosamente bela viagem lírica de amor e perda, tradição e imaginação, memória e morte, ambientada na Rússia central. Dois amigos, Aist e Miron, embarcam numa viagem de despedida em homenagem à mulher de Miron. O seu destino? Um fogo de cremação do
Secção: Cinema emergente
O que se faz quando se dispõe apenas de algumas horas para recuperar o tempo perdido? Um pai e uma filha que mal se conhecem, unidos por uma inesperada linha de dureza, procuram responder a esta pergunta. (P.C.)
Quanto menos soubermos sobre esta surpreendente primeira longa-metragem da cineasta britânica Alicia Duffy, melhor. Trata-se de uma intensíssima viagem psicológica que conduz gradualmente os espectadores ao desfecho através de uma intriga subtilmente pode
Pode um verão ser uma desilusão? Não para este grupo de amigos de liceu que se encontram por acaso e continuam a sair por aí, aproveitando o início das férias de verão. Isaac rompe um relacionamento com Maya e junta-se a Ben, seu irmão mais velho e a Lila
O que primeiro se estranha são as referências ao passado feitas pela protagonista enquanto mergulha no mar gelado. A incompatibilidade entre o que se vê e o que é contado como passado acentua-se, até culminar numa festa de anos. Um exemplo comovente de co
Castro Marim era o local onde os “depravados” sexuais (homossexuais) eram enviados em trabalhos e exílio forçados nas produções de sal. Uma rapariga é apanhada entre as memórias, descobrindo o seu corpo e a sua experiência sexual com outra mulher. Vê-se e
Charlotte é casada e trabalha como médica. Num apartamento impecavelmente decorado, que aluga sem o marido saber, ela recebe secretamente os seus pacientes. Mas serão estes encontros reais ou obsessivas fantasias sexuais? Depois de Wolfsbergen (exibido
Um filme que tem como actor principal o complexo das piscinas das marés, desenhadas por Siza Vieira, em Leça da Palmeira. Mais do que um registo sobre uma obra de arquitectura, é um filme que explora os conceitos de espaço e som. Um filme sobre um lugar e as suas entranhas, construído com a solidez de planos rigorosos. (C. R.)
Há uma estranha aura à volta da piscina que não vem apenas das ameaçadoras nuvens negras que pairam sobre a água. O ar é pesado, respiramo-lo com dificuldade, aguardamos a qualquer momento o majestoso trovejar anunciado. Uma a uma vão chegando as várias personagens que habitam esta piscina durante o dia, tão estranhas quanto o cenário que as rodeia. Uma rapariga sem uma perna, um rapaz que coxeia, outro com síndrome de Down e um último que simplesmente deixou de falar. O ar e a água vão envolvendo os jovens, um a um, tornando-os cada vez mais singulares. Ou seriam assim quando entraram em cena? O majestoso trovão vem a caminho mas ganha forma no conflito em rastilho entre os quatro, sob o olhar apático do professor de natação. (M. M.)
Bao e a sua irmã mais velha viajam na carruagem de um comboio. Cada viagem é sempre uma aventura diferente. Nunca se sabe o que cada dia nos traz de novo. Nunca se espera um acidente. Quando acontece um descarrilamento, a euforia da viagem dá lugar ao medo e desespero da procura. Uma animação delicada sobre a perda de um ente querido. (C. R.)
Obra que convoca memórias históricas e autobiográficas do seu autor. Nesta primeira longa metragem Wahrmann incorpora com subtileza e justeza as várias matérias filmicas e camadas de entendimento que o filme nos propõe. André vai morar com o pai depois da sua separação. O seu irmão desapareceu durante a ditadura militar brasileira. O pai vive sozinho e recluso nas suas memórias. A sua única companhia é a da cadela Baleia. O reencontro entre os dois é difícil e distante. Na esperança de se aproximar do seu pai, André mostra filmes Super 8 do irmão, filmados nos anos 70. Visitas ao Kremlin e hinos e coros soviéticos… Este huis clos claustrofóbico de revisitação dos fantasmas do passado leva-nos a reflectir sobre as memórias familiares e a luta contra o seu esquecimento. No papel do pai, Carlos Reichenbach, ícone do novo cinema brasileiro e recentemente falecido. (A. I. S.)
Trevor Newandyke é tão mau cómico de stand-up como bom pirómano. Tivesse estas qualidades invertidas e poderia viver um dia-a-dia menos difícil. As escolhas de Joel Potrykus, que escreveu, produziu, realizou e montou a sua primeira longa-metragem, são inteligentes, pois Ape não é o que parece à primeira vista: o tom cómico mascara a agressividade de um protagonista completamente anarca. A casa, as contas, o trabalho, são apenas problemas acessórios, o que interessa é pôr tudo a arder. Um dia, Trevor encontra o diabo a vender maçãs numa banca de rua e fazem um pacto. Uma estranha maçã em troca de uma piada, e eis que se abre a caixa de pandora do caos. (M. M.)