The Myth of the American Sleepover

Ambientado nas longas estradas, apartamentos de bairro, fábricas abandonadas e lagos que compõem a Metro-Detroit, esta história segue quatro jovens que procuram amor e aventura numa última noite de Verão: Maggie, Rob, Claudia e Scott atravessam caminhos à

The First Winter

Um bebé vai nascer de uma noite de verão e é preciso fazer alguma coisa. O protagonista está à altura do jogo e apanha um avião de Portugal para o Canadá, de propósito para estar perto da mãe do seu filho. O quadro que encontra à chegada é quase ridículo: uma grávida indecisa e monocórdica, um namorado apático, uma cidade hostil. O inverno mais desolador de todos é em Winnipeg, diz Ryan McKenna, que quis filmar Portugal precisamente pela oposição à solidão gelada do Canadá. Kaurismaki veria aqui algum do seu humor sem o mínimo de compaixão. (M. M.)

I Used to Be Darker

Kim e Bill vivem em Baltimore e estão a separar-se na altura em que Abby, a filha de ambos, estudante universitária, vem de férias a casa. Kim e Bill são surpreendidos pela visita da sobrinha, Taryn, fugida de casa dos pais na Irlanda do Norte. Depois de Putty Hill, exibido no IndieLisboa em 2010, Matthew Porterfield regressa com I Used To Be Darker, um filme que retrata de forma sensível as relações humanas no seio de uma família norte- americana e que comprova o talento de um cineasta em pleno domínio de um cinema narrativo contemporâneo que não tem pudor em ir buscar os dispositivos do documentário ‚ décors reais e actores não profissionais ‚ para nos falar, com vivacidade e rigor, da realidade em que vivemos. Eu vejo pessoas reais que amo, escreveu Porterfield sobre o filme. As emoções predominam, as histórias são as das pessoas que amamos, as canções estão lá para as ouvirmos. (Catarina Cabral)

Imaculado

No interior do país rural, um homem tenta compreender o estranho fenómeno que está a acontecer no seu corpo. A avó velha, o pássaro na gaiola e a paisagem quase inóspita cobrem-no como um nevoeiro que não lhe permite ter certezas. Uma ficção sobre as histórias que se criam quando a realidade é demasiado durapara ser enfrentada. (P. C.)

Gimme the Loot

Em Nova Iorque, 48 horas são mais do que suficientes para planear e executar uma belíssima vingança e acabar com a reputação de um ¬´gang¬ª rival de forma épica. Não é o mesmo cenário de Do the Right Thing, mas podia ser. Afinal de contas, entre a Bed-Stuy de Spike Lee e a Bronx de Adam Leon, de onde vêm Malcolm e Sofia, não há muitas diferenças. Eles são apenas dois grafitters que precisam de 500 dólares para executar um plano genial. Conseguir essa quantia de dinheiro, seja no Bronx ou em Manhattan, não é possível sem alguns acidentes de percurso mas tudo vale a pena para entrar no estádio dos Mets e grafittar a big apple. De forma ingénua e natural, como os seus protagonistas, esta primeira obra reúne um incrível subtexto: uma cidade estratificada horizontal e verticalmente, que cresce do choque entre as várias camadas. (M. M.)

Gingers

Cenouras. Ruivos. Virilhas de fogo… Genes recessivos. Eles têm traços sedutores, que fazem com que sejam intimidados ou extremamente atraentes. Porque são diferentes, tiveram que aturar muita coisa. Isso tornou-os mais fortes, mais resistentes do que se poderia esperar de homens que estão duplamente em minoria (homossexuais e ruivos). Este filme recolhe amostras dos seus depoimentos e do seu ADN (pele, cabelo e esperma). (Antonio da Silva)

I Remember: A Film About Joe Brainard

Filme de memórias sobre a amizade. Através de uma diversidade caleidoscópica de fotos, filmes da época e registos sonoros, vamos acompanhando a vida e obra de Joe Brainard, desde os anos 50 até aos 90. Matt Wolf utiliza de forma sublime o poema deBrainard I remember para compôr uma evocação nostálgica de um tempo e de uma vida assaz extraordinários. (M. V.)

Fragmentos de uma Observação Participativa

A dupla Reis/Miller sabe detectar muito bem um universo para trabalhar. Os seus filmes transportam-nos para realidades sociais vincadas em que o seu foco é no sublinhar preciso do mais importante. Neste filme-experiência em que os próprios são empurrados para o seu processo, vemos um grupo de mulheres brasileiras que falam sobre grandes e pequenas questões. (M. V.)

Fios de Ovos

Num bairro em obras constantes, Irene, uma avó que vive com as netas, conhece através da janela um vizinho que o prédio demolido antes não deixava ver. Ele faz fios de ovos, obra delicada no meio de tanta destruição. Ao observar as suas actividades diárias, Irene vai aproximando-se dele sem que este saiba. Fios de ovos é um belo mosaico narrativo de uma ternura envolvente. (R. F.)

Exit Elena

Sem ter onde viver, Elena, de 19 anos, aceita um trabalho de ajudante interna em casa de uma família, para cuidar de uma pessoa doente. Neste seu novo lar, vai testemunhando as crises e os conflitos entre os vários membros da família. Segunda longa metragem de Nathan Silver, Exit Elena surpreende-nos pela mistura sensível e inteligente de personagens fictícias com pessoas reais, para retratar os relacionamentos e problemas familiares tão comuns a qualquer família. A presença de Elena, como elemento estranho ao núcleo familiar, faz a ligação com o olhar do espectador – é com Elena que entramos naquela casa, onde há uma mãe com um temperamento muito particular, e as relações entre os vários membros se revelam complicadas e explosivas. Um filme que poderia ser um filme caseiro sobre as nossas famílias, com um certo humor negro a fazer-nos sorrir. (C. C.)

Entre Paredes

Entre Paredes descreve-nos os pormenores das rotinas diárias de um casal. Os gestos e acções dos dois, numa dança silenciosa mecanizada pelo hábito, são testemunhados pela casa que os acolhe e também lhes dá vida, luz, espaço, e o tempo que os regista. (R. F.)

Feral

O mito da criança selvagem é revisitado nesta animação, através de um trabalho sóbrio de cor e movimento. Onde acaba o homem e começa o animal? A superioridade moral nem sempre se encontra nos recreios da escola onde as crianças se podem confundir com lobos. E levar para casa criaturas dos bosques pode ou não ser uma solução acertada. (P. C.)

Dizem que os Cães Vêem Coisas

Diz-se que os homens são desatentos, que olham para o seu umbigo e pouco mais. Uma sociedade burguesa é o espelho de uma realidade maior. Quem está preso é que vê, quem não tem autorização para falar, ladra. Mas quando a desgraça acontece nãoesperem milagres. Parente é um cineasta de uma nova geração brasileira que olha para a classe média de forma arguta e precisa. (M. V.)

Computer Chess

Nos anos 80, um grupo de programadores informáticos de software de xadrês passa o fim-de-semana num torneio de competição desta modalidade. Recriando o ambiente caracterísco do mundo da informática e dos seus profissionais e aficcionados, o realizador de Mutual Appreciation e Beeswax regressa ao IndieLisboa, com um filme muito peculiar que considerou ser, até agora, o seu projecto mais profundo e intuitivo. Para recriar a estética de imagem do início dos anos 80, Bujalski muniu-se de uma antiga câmara de vídeo, conseguindo recriar de forma fiel e humorística as situações vividas pelos participantes no torneio de xadrês informático. Mais do que um torneio lúdico, é a competição entre a tecnologia e o espírito humano que está em jogo. (C. C.)

Ensaio de Cinema

Ele costumava dizer que o filme começava com um muito lento movimento de câmara, um zoom delicado, e que avançava à procura de Barbot.

O que Há de Novo no Amor?

Seis amigos juntam-se todas as noites numa cave para fazer música. Mas durante o dia, para as coisas da vida, não há ensaios. Cada tentativa deixa marcas. A Rita deixou o Ricardo, foi encontrada pelo Rafael, mas ainda se sente perdida. O Eduardo achava qu

Independência de Espírito

Clélia vive sozinha numa vivenda e passa o tempo a tomar conta do gato e das flores do jardim. O seu mundo está a encolher a olhos vistos já que as poucas pessoas que lhe telefonam são tão egoístas que ela prefere deixar de atender. Felizmente a vizinha q

Liberdade

Liberdade é jovem e sonha com o futuro. A seu lado está uma bela chinesa. Mas falta uma coisa para tudo ser eternamente perfeito. Gabriel Abrantes, de novo com Benjamin Crotty, explora irónica e poeticamente um universo abatido, em que os barcos que jazem