Nova Iorque, a cidade onde todos os sonhos podem tornar-se realidade. Só que não. Larry quer ser actor de publicidade, mas é numa empresa de mudanças que ganha a vida. O único aconchego deste homem de cabelo lambido e voz colocada é o seu fervente cristianismo evangélico. Mas as coisas parecem mudar quando chega a couchsurfer Alexandra. Só que não. O comportamento obsessivo de Larry e o desejo de limpar o sebo e o pecado do mundo fazem de Callback um duro retrato de um serial killer: desconfortável e cru, como um bife mal passado, sem molho, só sangue.
O fim do mundo está próximo e é anunciado pela voz angelical de um menino de 11 anos: Amen é uma paródia musical dos evangelismos televisivos.
Uma cirurgiã, no bloco operatório, é interrompida por uma série de bandidos que lhe querem matar o paciente: Do No Harm leva o Juramento de Hipócrates a outro nível.
Na louca animação japonesa Okasan ni Naisho, um menino aprende uma canção que explica os barulhos que a mãe faz no quarto ao lado.
Num armazém abandonado, dois gangs irlandeses encontram-se, para uma transacção de armas. A conversa aquece, os ânimos exaltam-se e, não tarda, já se estão a disparar tiros. O encontro comercial transforma-se numa espiral de violência, com cada um a lutar pela sua sobrevivência. Ben Wheatley, cujo Sightseers foi exibido no IndieLisboa 2013, é um dos nomes mais sonantes do cinema britânico recente (em especial, do cinema de género). Free Fire, no qual entram Brie Larson, Armie Hammer, Cillian Murphy e Sharlto Copley, é, possivelmente, o Reservoir Dogs deste século.
Em Happy Anniversary, comemora-se um ano de casamento entre um humano e uma zombie.
Três caçadores, um agricultor, um adolescente e um cadáver entram num filme… Happy End.
Kevin acaba de sair de um centro de correcção, após ter espancado um homem na rua. Os seus pais não querem lidar com a sua agressividade e enviam-no para casa dos tios. Mas, lá, Kevin conhecerá uma série de outros adolescentes com tendências igualmente problemáticas. A realizadora Fien Troch (prémio de realização no Festival de Veneza, na secção Orizzonti) olha os choques geracionais com forte realismo. Pontuada pela banda sonora original dos Chromatics, por imagens de smartphones e pela franqueza do sexo, esta é uma história de violência e angústia.
O adolescente John Wayne Cleaver (Max Records, o protagonista de Where the Wild Things Are) tem tendências homicidas e uma obsessão pela a morte. Vive numa luta constante para reprimir esses impulsos, mas tudo piora quando um verdadeiro serial killer começa a atacar os seus vizinhos. I Am Not a Serial Killer, a adaptação do romance homónimo de Dan Wells, é um filme de terror sobrenatural que mistura diferentes géneros e alivia o grafismo do gore com o humor seco anglo-irlandês. Conta com a participação de Christopher Lloyd (Regresso ao Futuro) e Laura Fraser (da série Breaking Bad).
Alice Lowe é a protagonista, argumentista e realizadora estreante de Prevenge, um slasher sanguinolento sobre uma mãe que obedece aos desejos macabros e psicóticos do feto que carrega no ventre. O marido de Ruth morreu num acidente de escalada. Agora, é hora de a grávida vingar os responsáveis à facada. Uma comédia de terror tão hilariante quanto violenta que, ao mesmo tempo, satiriza a geração de pais helicóptero que satisfazem todas as vontades das suas crias e reflecte sobre as dificuldades de ser pai nos dias de hoje.
As personagens psicóticas com tendências satânicas são o pão nosso de cada dia para o realizador Joel Potrykus. Já mostrou no IndieLisboa, em 2013, Ape – sobre um comediante pirómano desajustado – e, em 2015, Buzzard – sobre um vigarista paranóico com nojo do mundo. The AlchemistCookbook leva as suas obsessões a um nível superior, ao concentrar toda a acção sobre Sean, sozinho na floresta, a fazer experiências de um antigo livro de alquimia. Acidentalmente, o jovem evoca algo demoníaco e não será, com certeza, o seu gato a ajudá-lo.
Steven Goes to the Park e tudo lhe corre mal – a culpa é da Criadora.
A realizadora quer uma cena de nu frontal, mas o actor tem um grande problema entre as pernas: chamam-lhe Halko.
Uma miúda pedrada com crack decide assaltar uma bomba de gasolina: The Robbery dá um novo sentido à palavra besta.
Em Saatanan kanit, um homem de meia-idade preocupa-se quando um culto satânico de orgias sadomasoquistas se muda para a casa do lado.
Justine é uma vegetariana zelosa mas, quando sai da casa dos pais e entra na escola de veterinária, defronta-se com o mundo das violentas praxes académicas. Desesperada por encaixar, ela prescinde dos seus princípios e come carne pela primeira vez. Este é o princípio de uma espiral destruidora que conduz Justine ao canibalismo. Grave é um dos fenómenos recentes do cinema de terror francês e, em várias das suas exibições, o filme tem provocado indisposição e vómitos a membros do público. Uma metáfora sobre a passagem à idade adulta, o conformismo e o sexo.
Tom está acostumado a dobrar desenhos animados mas, hoje, é num porno que irá trabalhar. O seu papel… Le Plombier (o canalizador).
