Onda de Calor

No meio de uma onda de calor louco, duas crianças encontram uma maneira de refrescar toda a gente! Um divertido filme de stop motion, animado numa técnica híbrida de recortes, animação de volumes e marionetas.

 

Her Name Was Europa

A dupla Dornieden e Monroy, também conhecida por OJOBOCA, trabalha a ficção e a fábula a partir de argumentos científicos. Aqui essa base é a investigação sobre o auroque, uma espécie de bovino selvagem, primeiro caso documentado de extinção no séc. XVII. Com recurso a película em 16mm e uso inventivo do som, o desaparecimento e a tentativa de recuperação deste mítico animal é o ponto de partida para uma relação com uma também mítica noção de Europa.  

O Auroque ou Uruz é uma espécie do gado bovino selvagem que habitou regiões da Eu­ropa, Ásia e norte de África. É considerado o antepassado do atual gado doméstico e é o primeiro caso de extinção a ser documentado, como consequência da elevada caça à espécie e da introdução do gado moderno. Acredita-se que o declínio e extinção dos últimos Auroques selvagens se verificou em 1627 na floresta Jaktorów, Polónia. Apesar de o Auroque ser considerado fonte para alimento, distingue-se pelos seus traços físicos como a força, velocidade, resistência e coragem. Contudo, estes traços físicos in­terligam-se com poderes simbólicos, derivados de uma superstição associada a certas in­tegrantes do animal. Elementos como a pele do crânio e um osso em forma de cruz perto do coração eram cobiçados pelas suas propriedades mágicas e sobrenaturais.

Her Name Was Europa, primeira longa-metragem de Juan David González Monroy e Anja Dorniden explora, com um olhar clínico, as tentativas modernas de ressuscitar o Auroque da eterna extinção. (Inês Lima Torres)

Este filme não é falado e nem legendado em inglês.

Herdeiros de Saramago – Adriana Lisboa

Os documentários Herdeiros de Saramago, da autoria de Carlos Vaz Marques, são dedicados aos escritores que venceram o prémio Saramago criado em 1999. Nesta sessão poderemos ver quatro deles, sobre a carreira e vida de João Tordo, Adriana Lisboa, Paulo José Miranda e Ondjaki. O olhar delicado e atento ao detalhe de realização de Graça Castanheira permite-nos entrar no quotidiano dos artistas, e viajar das palavras escritas às palavras ditas.
Este filme não é falado e nem legendado em inglês.

Herdeiros de Saramago – João Tordo

Os documentários Herdeiros de Saramago, da autoria de Carlos Vaz Marques, são dedicados aos escritores que venceram o prémio Saramago criado em 1999. Nesta sessão poderemos ver quatro deles, sobre a carreira e vida de João Tordo, Adriana Lisboa, Paulo José Miranda e Ondjaki. O olhar delicado e atento ao detalhe de realização de Graça Castanheira permite-nos entrar no quotidiano dos artistas, e viajar das palavras escritas às palavras ditas.
Este filme não é falado e nem legendado em inglês.

 

Herdeiros de Saramago – Ondjaki

Os documentários Herdeiros de Saramago, da autoria de Carlos Vaz Marques, são dedicados aos escritores que venceram o prémio Saramago criado em 1999. Nesta sessão poderemos ver quatro deles, sobre a carreira e vida de João Tordo, Adriana Lisboa, Paulo José Miranda e Ondjaki. O olhar delicado e atento ao detalhe de realização de Graça Castanheira permite-nos entrar no quotidiano dos artistas, e viajar das palavras escritas às palavras ditas.
Este filme não é falado e nem legendado em inglês.

Herdeiros de Saramago – Paulo José Miranda

Os documentários Herdeiros de Saramago, da autoria de Carlos Vaz Marques, são dedicados aos escritores que venceram o prémio Saramago criado em 1999. Nesta sessão poderemos ver quatro deles, sobre a carreira e vida de João Tordo, Adriana Lisboa, Paulo José Miranda e Ondjaki. O olhar delicado e atento ao detalhe de realização de Graça Castanheira permite-nos entrar no quotidiano dos artistas, e viajar das palavras escritas às palavras ditas.
Este filme não é falado e nem legendado em inglês.

 

Brincar às Escondidas

Por detrás de um jogo infantil, uma história sobre a percepção do tempo. Para ganhar o jogo, o menino torna-se num velho e a sua vida, um jogo de escondidas. Visões poéticas que surgem a partir de memórias de infância e tocam os adultos.

 

Hot and Tasty

Quem nunca no final de uma noite de copos começou a sonhar com comida? E quanto mais gordurosa melhor, certo? A animação de conclusão de curso de Laura Hodkin é sobre uma dessas noites em que o primeiro crime é o nutritivo. 

 

Quanto Pesa uma Nuvem?

Um cientista está ocupado a observar as nuvens. Conta quantas são, mede a distância destas ao solo, pesa a água de que elas são feitas. Mas de repente tudo muda, quando surge uma nuvem que não corresponde àquilo que registou.

 

O Hugo e o Holger

Hugo sempre quis ter um cãozinho. Um dia conhece Holger e o seu sonho concretiza-se. Mas afinal Holger não é um cão mas sim um elefante bebé. Um filme sobre a amizade e sobre o mundo de brincadeira e descoberta através dos olhos de uma criança.

 

I Am (for the Birds)

Na sua secretária na biblioteca Brynmor Jones, o poeta Philip Larkin tinha uma fotografia de Guy The Gorilla, atracção no zoo de Londres. Esta breve colagem de Sutcliffe é uma meditação acerca do trabalho e da forma como este pode ser uma prisão.

Guy era um gorila famoso no Zoo de Londres pela sua disposição gentil e por receber doces dos visitantes. Aqui, a sua vida interior é talvez mais semelhante à de um detetive de algum filme noir de uns anos oitenta repletos de solos de saxofone, que comenta de forma vaga a experiência humana. Um contraste capaz de causar um sorriso no mais empedernido dos rostos. (Ana Cabral Martins)

 

Diferenças

Um filme sobre os pensamentos e sentimentos de uma mãe que tem um filho com deficiência mental. Enquanto ela se move com ele no dia-a-dia, os seus sentimentos ambivalentes e a sua luta para o aceitar fazem-lhe frente.

 

Ink in Milk

A existência é uma complexa teia de acontecimentos trágico-cómicos. Tudo se liga com tudo. Um trauma de escola, uma visita a um amigo numa instituição psiquiátrica, diagramas infantis, desenhos com tinta, filmes super 8 e esculturas de plasticina e madeira.

Na construção das memórias de infância não é necessário obedecer à lógica da idade adulta. A memória não tem de ser verdade factual, pode ser poética, afectiva e absurda. Como tinta derramada no leite, as imagens formam-se numa mistura líquida que evoca uma dança. As ideias vão surgindo sobrepostas em desenhos, gráficos, rabiscos e esculturas, que reproduzem com extraordinária liberdade artística um universo infantil onde o sujeito tem ainda poder para criar a sua própria narrativa. (Margarida Moz)

Isabella

Como acontecia com Éric Rohmer, que sempre gostou de trabalhar por séries de filmes, também Piñeiro tem-se dedicado àquilo que chama de “Shakespereadas”. Filmes que adaptam comédias do dramaturgo inglês às relações de uma geração contemporânea jovem. Aqui a peça é Medida por Medida e no seu centro está um mosaico preciso, de temporalidade não linear, em que as escolhas profissionais e pessoais da actriz Mariel (María Villar) são postas em equação.

Os filmes de Piñeiro são como ele próprio: sóbrios, elegantes, distintos e especiais. Isabella, nome de uma personagem de Shakespeare, é a aspiração de Mariel que quer representá-la mas tem dificuldade em concentrar-se por problemas financeiros. O filme nunca é simples na sua construção e o espectador é convocado para deslindar as inúmeras possibilidades de narrativa que cada plano nos dá. Assim, quem olha o quê, como na magnífica entrada em que vemos uma pessoa ao fundo de um pequeno cais e vamos rever este plano mais vezes e de diversas formas. No cinema de Piñeiro as personagens tomam as dores de quem querem representar como se a vida não passasse de um jogo de representação, o que significa um pensar fino e crítico sobre a sociedade contemporânea. Não é à toa que aproveita o universo shakespeariano dos grandes temas para estabelecer um ponto universal comum, para depois ter liberdade de falar do que lhe interessa. O seu grande poder é tornar as coisas simples e cheias de significado. (Miguel Valverde)

 

Keyboard Fantasies: The Beverly Glenn-Copeland Story

Beverly Glenn-Copeland escreveu e lançou, a partir do seu estúdio caseiro em Huntsville, Ontario, o álbum de folk eletrónico Keyboard Fantasies em 1976. Apesar de inovadora em muitas das sonoridades a cassete caiu no esquecimento. Três décadas depois, graças à cortesia de um colecionador de raridades japonês, o disco foi reeditado e conheceu finalmente o seu público. E eis que, o agora músico Glenn-Copeland, começa a sua primeira tournée aos 74 anos.

Keyboard Fantasies não é o disco mais óbvio – nem mesmo para apreciadores de um espectro de música entre a folk e a ambient. Ouçamo-lo de uma ponta à outra, com menor ou maior atenção, e pouco saberemos dizer sobre Beverly Glenn-Copeland. A delicadeza do jogo de beats, os silêncios, a sua voz terna – nada disto nos diria que Beverly era um rosto da luta pelos direitos LGBT no Canadá dos anos 70, uma era em que sê-lo era um crime punido por lei. Da sua música, poderíamos dizer que nos cativa pelo equilíbrio, também ele espelhado na forma como nos revela a sua história de vida e da sua música, através de um disco reconhecido apenas três décadas depois da sua primeira edição. Uma história de luta, coragem e de sabedoria espiritual: a constante renovação de nós próprios (“We are ever new”). (Filipa Henriques)

 

La Leyenda Negra

O ano passado a curta The Hood de Patrícia Delgado esteve em competição nacional no IndieLisboa. A realizadora portuguesa, sediada em Los Angeles, estreia-se agora no formato longo, com esta história de crescimento de uma jovem estudante latina, Aleteia, que procura prosseguir os seus estudos universitários. Com estilo realista e olhar atento esta é também uma visão sobre o momento tenso da política americana e as divisões existentes na comunidade hispânica.

 

Laniakea Supercluster

Laniakea Supercluster é um superaglomerado de galáxias que contém a nossa Via Láctea. Neste filme-viagem, ora melancólico, ora inquietante, avançamos musicalmente pelos elementos que somos. O animal, a água, o céu, manequins e pedras quebradas.

 

Laurel Canyon: A Place in Time

In mid-late 1960s and early 1970s, Laurel Canyon was the epicentre of the counterculture. Many musical events took place there and many rock stars lived at that place. Alison Ellwood’s documentary uses rare videos, outtakes, demos and photos in order to pull the curtain on that mythical period, make us go back in time and explore the stories of musicians like Mamas and the Papas, Bob Dylan, Joni Mitchell, The Doors or Frank Zappa.

Somewhat bigger than a neighborhood and smaller than a city. It watched closely the Los Angeles metropolis, but the orography and the surrounding nature acted as a protection from it. In the 1960s, Laurel Caynon was one of the epicenters of the musical American counterculture that defined the decade. Impressive as it may seem, it seemed everyone found a home, shelter and inspiration there: The Mamas And The Papas, The Doors, Love, Franz Zappa, Joni Mitchell, The Monkees, Neil Young and Stephen Stills’ Buffalo Springfield, Gene Clark and David Crosby’s Byrds – therefore, also Crosby, Stills & Nash. Them and those who came, guided by them, which could be The Beatles, Bob Dylan or Dennis Hopper. 

“Laurel Canyon: A Place In Time” tells us, as the title goes, the story of a time and a place. Someone calls it “the garden of Eden”, but this is a garden made of electric sounds and the ambition to create in those mountain houses a new reality – free, creative and brotherly. Then came Charles Manson, time passed by, success corrupted brotherhood and youth experienced an heads-on collision with life outside that idyllic bubble. The fascinating and inspiring Laurel Canyon was inevitably doomed to fail, but that, in fact, only adds to the romanticism of the echo we still hear calling from the distance. (Mário Lopes)