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Nesta curta comissariada pela BBC Films, Jonathan Glazer Under the Skin filma uma multitude de mascarados que persegue e pune um homem de máscara. Crítica social, inspirada pelo quadro de Goya, El sueño de la razón produce monstruos.
Estamos na Primavera. O passarinho toma conta dos primeiros ramos que surgem na árvore. As flores desabrocham, uma a uma, atraindo a atenção das abelhas. Despertado pelo seu doce néctar, o passarinho segue as amiguinhas até ao prado cheio de flores.
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Despojados de qualquer objecto para além de um telemóvel que se parte numa corrida para tentar apanhar um autocarro, um pai solteiro e o seu filho criança são forçados a pedir boleia para chegar a Belgrado. A resiliência persiste, Dusan e Laza estão nisto juntos a longo termo. Qualquer que seja a forma que esse longo termo possa tomar. Como se prepara o destinatário de todo o nosso amor para a nossa ausência perpétua? Um filme sóbrio mas afectivo sobre a ausência e o adeus. (Ana David)
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Com uma pungente primeira obra, Catarina Vasconcelos traz-nos o retrato de uma família, a sua, narrada pelos seus habitantes e reinventada por ela. Através de cartas, quadros, flores, cortinas, estatuetas, puzzles e barcos vai-se construindo um universo perfeito, com vida e com morte, mas sobretudo com o coração. E o coração de Catarina é resistente e forte, é doce e cheio de carácter, tem ambição e engenho. Permite que cada quadro construído (o filme avança por sequências narrativas) possa ter a sua independência e seja construído através do carácter das personagens trabalhadas. Um jogo performativo com essa característica lúdica que é o apaziguamento após a brincadeira. A inteligência demonstrada quando a realizadora se esconde atrás dos espelhos na floresta ou quando sobe às montanhas, levando a adversidade ao limite quando tenta levantar uma árvore, são formas de afirmação de um cinema autoral e pessoal feito em nome de um encantamento e na base da tradição oral. Voa Catarina voa porque ainda vivem nos teus pensamentos “todas as coisas excepcionais que constrói o universo daqueles que não temem a gravidade”. (Miguel Valverde)
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Claudia Ribeiro imprime um olhar quotidiano sobre o árduo ofício agrícola de Ana Rocha e Maria Rocha. As duas irmãs vivem numa povoação de 30 habitantes em Passinhos de Cima, entre os rios Tâmega e Douro onde trabalham de alvor a poente, entre chuvas e sol. Entre Leiras contempla a relação destas duas irmãs com o céu e a terra, mas também entre si, no trabalho síncrono dos ancinhos e sacholas e conversas pitorescas sobre a vida no campo. Da secagem do milho à vindima, das visitas de amigos e família aos piqueniques à sombra, acompanhamos o olhar de uma câmara que interage com as duas mulheres e que amadurece a relação das personagens com a realizadora. Cresce uma sensação circular, de duas vidas simples mas duras, que acompanham as estações como substância vital à sua existência. (Inês Lima Torres)
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“Na sua quarta presença no festival, Zwirchmayr baseia-se num texto de Jean Baudrillard para reflectir sobre a matéria e a forma. O corpo humano, o analógico da película encontram-se com uma condição sísmica, geológica. Solidez que parece estável, mascarando a volatilidade.
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Antoinette Zwirchmayr cria um mundo em que o que importa são as texturas e as superfícies. Pedras negras e brilhantes que refractem a luz e salientam caras humanas. Rocha branca, suave e lisa onde corpos nus repousam. Um constante jogo de formas, cores e arquitectura marcado por uma tensão entre o inerte e uma qualquer erupção que se avizinha. (Ana Cabral Martins)
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É já com quarenta anos e com vários romances publicados que Sembène começa a filmar. Nesta sua segunda curta, considerada por muitos historiadores como um dos primeiros filmes realizado por um negro em África, seguimos um condutor de carroça pelas ruas pobres e desoladas de Dakar.
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To shoot: a gun or a movie camera. The military analogy is born with the beginning of cinema. Eléonore Weber’s (Les Hommes Sans Gravité, IndieLisboa 2008) documentary is exclusively based upon footage recorded by French and American soldiers in Iraq, Syria and Afghanistan. From the top of their helicopters, a viewfinder scans the night and watches for suspicious activity from moving heat dots. They have the power to take or keep lives.
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“”There is always the risk of being wrong, but once we open fire, it is difficult to stop””. When flying in the theater of external operations, all that the military helicopter pilots see is filmed and then archived. It is by relying exclusively on these images and on the anonymous testimony of a pilot that the director Eléonore Weber created There will be no more night, an amazing and meticulous documentary telling the war entirely in the eye of the beholder and gradually expanding from very precise technical explanations to broader questions on morality and society. Restoring the decryption of different situations by her anonymous witness pilot, the filmmaker scrolls through a large sample of terrifying episodes where surveillance, frightening precision of the shots, the anguish of errors (which inevitably occur) intermingle. From mountains to cities, bodies fall on the screen, the wounded are finished, passers-by walk… the camera’s eye rivets them… The most recent cameras can suppress the night: “”Soon, some will see as if it was daylight. The rest will remain in darkness.”. (Mickael Gaspar)
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O desejo que move duas histórias autónomas cruza-se na esperança comum das suas personagens de migrarem para outro país. Espanha e Itália são as duas partes do filme, duas cidades-sombras (ou cidades-sóis) que nunca se chegam a materializar no filme em ruas que as personagens possam percorrer. Não conseguem sair de uma vibrante e desigual Lagos: a jornada de Mofe e Rosa é o centro da acção – dos desesperantes impedimentos financeiros e burocráticos às tragédias pessoais que, note-se, os irmãos Esiri nunca deixam cair no dramatismo excessivo, nesta forte primeira obra para cinema. Mofe e Rosa querem um futuro melhor para o seu núcleo, mas o que o filme questiona é se essa Europa-futuro não será mais que uma ilusão e se Lagos não será igualmente decepcionante. Procura-se o desejo de Mofe e Rosa e o território a que pertence. (Mafalda Melo)
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Toomas é um lobo engenheiro num trabalho muito bem pago; ele é também extremamente atraente. É despedido e vê-se sem rendimentos para suportar a sua família que inclui a sua companheira grávida Viivi. Toomas encostado à parede aceita um trabalho como gigolô. Viivi inscreve-se numa conferência sobre empoderamento feminino. As situações e peripécias escalam e as duas viagens sobre descobertas sexuais que Toomas e Viivi fazem culminam numa bizarria sem igual. (Rui Mendes)
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