Curta-metragem dos anos 1960, uma produção de Francisco de Castro, Albufeira é um filme de cariz promocional do turismo na cidade algarvia (tal como Lisboa, Jardim da Europa), mostrando, contudo, a marca autoral e experimental de António Macedo, um dos fundadores do Cinema Novo português, sempre atreito a fugir aos cânones de produção. Esta sessão decorre no âmbito do projeto FILMar, operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, com o apoio do programa EEAGrants 2020-2024.
Secção: Sessões Especiais
João Botelho volta a trazer Alexandre O’Neill ao cinema depois de Um Adeus Português. Num filme com uma veia musical e onírica, o elenco conta com Pedro Lacerda, Inês Castel-Branco, Claudio da Silva, Crista Alfaiate, Rita Blanco, Luis Lima Barreto, Soraia Chaves, Joana Santos, Gabriela Barros, Maya Booth,, Vera Moura, Maria João Pinho, Dinarte Branco, Pedro Diogo, Isabel Zuaa, Joana Botelho, entre outros.
Sita Valles nasceu em Angola, em 1951, mas estudou Medicina em Lisboa, onde se tornou dirigente dos estudantes comunistas. Depois de 1974, e por considerar que a revolução em Portugal não tinha futuro, partiu para Angola juntando-se ao MPLA, movimento de libertação. Morreu aos 26 anos, em 1977, em circunstâncias não totalmente esclarecidas. Testemunhos de figuras políticas que com ela se cruzaram, falam-nos da sua vida.
Esta sessão é seguida de debate com moderação de Marta Lança.
O revolucionário Álvaro Cunhal, símbolo do comunismo português e gigante político do século XX. É nada menos que uma figura maior que a vida, agora examinada pela câmara de João Botelho, num filme detectivesco, em que se exploram os primeiros anos da vida do histórico dirigente do Partido Comunista Português. Pelo meio, são encenados excertos dos seus próprios livros.
Maria Lamas ficou conhecida como uma activista política feminista portuguesa, sendo ainda tradutora e jornalista, que deixou uma obra fundamental, As Mulheres do Meu País, que retratava íntima e meticulosamente a condição das mulheres em Portugal no final dos anos 1940. O filme é sobre o processo de escrita deste livro (através do espólio, dos diários), mas é também uma reflexão sobre a própria Lamas enquanto figura do feminismo português.
A viagem em questão é a de Pedro IV de Portugal e Pedro I do Brasil, o rei que ficou conhecido como o “Libertador”, por ter dado a independência ao Brasil. Encontramo-lo num momento de regresso ao pequeno país à beira-mar plantado, de onde fugiu das tropas francesas, para agora disputar a coroa portuguesa com o seu irmão. Maculado pelo passado glorioso e o presente incerto, é um homem sem lugar no mundo, em busca de um novo propósito.
Um filme que caminha por Lisboa enquanto documentário, mas que quer realmente é galgar o Rio Tejo em pleno modo ficcional, de forma a explorar a margem sul, de onde parte à aventura Alentejo fora até ao Algarve. O narrador é Luis Miguel Cintra e o galgador é o criminoso em fuga de Marcello Urgeghe. Esta sessão decorre no âmbito do projeto FILMar, operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, com o apoio do programa EEAGrants 2020-2024.
Nos anos 1950, Victor Palla e Manuel Costa, dois amigos arquitectos, retratam a cidade de Lisboa em mais de 6000 fotografias. Estas são publicadas num livro epónimo circulado em fascículos, em pleno regime fascista, mas esquecido durante o meio século seguinte. Depois das suas mortes, torna-se o livro de fotografias com maior projecção internacional de sempre e este filme é uma homenagem ao trabalho destas duas figuras, que faz agora 100 anos.
A segunda longa-metragem dos irmãos Nasser decorre na Faixa de Gaza contemporânea. Com 60 anos, Issa é um rabugento, mas secretamente encantador, pescador solitário. Está apaixonado por Sihma, uma mulher que trabalha no mercado, mas não tem coragem de lho dizer. Até ao dia em que descobre uma estátua fálica do deus Apolo e a sua vida muda. Um filme que une comédia absurda, realismo mágico e o espírito do neo-realismo italiano numa receita única.
Um encontro entre o artista Welket Bungué e Joacine Katar Moreira, deputada parlamentar independente. O foco é no que há de essencial e revolucionário nos seus respectivos trabalhos. Inclui pinturas do artista plástico Nú Barreto e música da autoria de Mû Mbana.
Dois (mas serão dois?) seres, de cara embrulhada em gaze e claramente fora do seu Tempo e Espaço, aproveitam a sua estada em Lisboa para reflectirem sobre colonialismo, desigualdade social e outros tópicos-chave.
A Vermelha era Vila Franca de Xira, assim intitulada pela PIDE, durante a época do Estado Novo. Este filme traz-nos ecos de uma cidade que continha uma multiplicidade de locais — fossem casas particulares ou institucionais — usadas pela resistência antifascista da altura. Estes, e os responsáveis pelos mesmos, são agora revisitados e entrevistados.
Uma cidade é um conceito complexo. Este documentário debruça-se sobre a figura de Nuno Portas, um dos grandes urbanistas portugueses, que acreditava que um projeto de arquitectura não terminava na soleira da porta.
Sérgio Tréfaut regressa ao Brasil para filmar os jardins públicos do Palácio do Catete, antiga residência oficial dos presidentes do Brasil que hoje alberga o Museu da República. Antes da pandemia, este local de lazer era também um ponto de encontro do pessoal da Seresta, um grupo de idosos com amor ao canto e à música brasileira a que este filme presta tributo.
Um documentário animado que conta a história de Amin, que antes de se casar com o namorado, decide revelar um segredo que esconde há vinte anos. Amin chegou à Dinamarca como refugiado vindo do Afeganistão. Neste filme, lida com o seu passado traumático.
Um olhar sobre a escrita íntima do casal de artistas plásticos Maria Helena Vieira da Silva e Árpád Szenes, através de uma documentação exaustiva da vida do casal no período retratado. João Mário Grilo pega onde José Álvaro de Morais parou.
O músico e DJ (e compositor e jornalista, entre outros) Questlove assina — em nome próprio, como Ahmir Khalib Thompson — este documentário sobre o Festival Cultural de Harlem de 1969. O festival durou seis semanas e teve performances de Stevie Wonder e Sly and the Family Stone. Mas perdeu-se na memória colectiva.