O primeiro filme designado roughie de Doris Wishman, já com a sexualidade como matéria central, é um de rape and revenge, um subgénero do filme de exploitation. Neste filme, Gigi Darlene é Meg, uma dona de casa que foge de Boston para Nova Iorque depois de ter matado o porteiro do seu prédio enquanto este a tentou violar. Com uma longa sequência onírica que estrutura o filme, este acompanha Meg ao longo de vários outros encontros enquanto tenta escapar à prisão.
Secção: Retrospectiva
O primeiro de dois filmes de Doris Wishman com a performer de burlesco Chesty Morgan, no papel de Crystal, uma mulher que usa métodos inusitados para se vingar dos mafiosos que mataram o seu namorado Seduzindo cada um, ela incapacita as suas vítimas e sufoca-as com os seios. Um breve excerto aparece no filme Mãe Galinha, de John Waters.
Num dos primeiros nudie cuties da realizadora, a colónia de nudistas é o mote certo para explorar a possibilidade de mostrar a nudez de variados corpos no ecrã. É a abertura desta controversa colónia que leva uma jornalista a infiltrar-se nela para uma reportagem que se imaginava de denúncia. Rapidamente as circunstâncias mudam e a jornalista torna-se uma nudista.
Nada é mais auspicioso para um jovem casal do que um aumento salarial. Quando se mudam para um apartamento mais amplo, contudo, o marido fica incapacitado e não pode trabalhar. A mulher tem de arranjar um trabalho rapidamente e com as contas a acumular, surge uma proposta insólita e, sucumbindo, depara-se com a nada romântica realidade do trabalho sexual.
Doris Wishman vai onde nenhuma mulher antes foi e transporta a sexploitation para a superfície da Lua num filme de sensual ficção científica, como se Star Trek tivesse chegado com as coordenadas erradas. Quando o Dr. Jeff Huntley recebe uma herança, começa a construir um foguetão, com a ajuda do seu mentor Dr. Nichols, para viajar até ao satélite terrestre. Numa Flórida-tornada-Lua, encontram uma sedutora (e telepática) comunidade alienígena.
Doris Wishman volta a contar com Chesty Morgan. Neste filme, Chesty é Jane, uma agente secreta com um método particular: esconder uma mini-câmara no decote. Mas revela-se que a câmara é uma bomba-relógio, programada para explodir caso Jane não cumpra a missão.
Um filme de sexploitation com uma pitada de sobrenatural. Zeb tem uma fixação pouco saudável com Ann e, quando ele descobre artefactos com poderes vudu que lhe permitem controlar o objecto da sua obsessão, a jovem rapariga não consegue escapar a este jogo abusivo e enlouquecedor.
Saindo do modelo dos roughies e nudie cuties, Doris Wishman realiza um documentário (com dramatizações de experiências dos intervenientes) que se debruça sobre as vidas de pessoas transgénero, dando a palavra a Deborah Hartin, activista dos direitos das pessoas transgénero, e ao médico Leo Wollman, que assistia à transição de várias pessoas e escreveu os primeiros protocolos de cuidado nestes casos, entre outros intervenientes.
Ao estilo Charlie’s Angels, as imorais do título são três meias-irmãs (separadas à nascença por terem sido dadas para adopção) que têm como missão vingar a morte da mãe — e, consequentemente, obter a herança que ela terá deixado. A mãe em questão é a Jane de Double Agent 73, embora já não seja protagonizada por Chesty Morgan.
Um filme que se apresenta como uma tentativa cómica de satirizar a indústria de filmes para adultos que conta com Sammy Petrillo, um comediante e imitador de Jerry Lewis dos anos 50, já em declínio.
Estamos em 1961, no início da guerra pela independência angolana. Domingos Xavier é um revolucionário preso por militares portugueses e levado para uma prisão em Sambizanga. A esposa, Maria, procura-o, temendo a tortura ou a morte a que ele possa ter sido sujeito. Um filme que mostra a libertação de Angola pelos olhos de uma mulher.
Com banda sonora jazzística do Art Ensemble de Chicago, este filme denuncia os crimes cometidos por portugueses em Angola. Aqui, vemos a tortura de um prisioneiro que resulta da ignorância do colonizador. Canção cujo significado é “Morte Branca”, Monangambée é um grito de guerra contra os abusos coloniais em Angola.
Aimé Césaire foi um poeta surrealista, ensaísta, activista e um dos fundadores do movimento da negritude, uma corrente artística e política progressista que defendia a cultura negra, vincadamente marxista e anti-colonial.
Uma curta documental que se debruça sobre a forma como os habitantes da Guiné-Bissau encaram a sua identidade e cultura negras, tendo a festa anual do Carnaval como pano de fundo.
A Ilha do Fogo, em Cabo Verde, é o cenário deste documentário dos anos 70, produzido pelo governo revolucionário, que a realizadora constrói através de uma abordagem antropológica. O filme é um belíssimo olhar sobre um país no início da sua independência.
Um filme que usa a comédia como forma de combater estereótipos racistas e ideias nacionalistas ultrapassadas, como o conceito de destreza culinária, através de um olhar sobre o quotidiano de migrantes africanos em Paris.
Uma história de prisão política passada num hospital psiquiátrico onde a polícia estatal de Estaline colocava os seus contestatários e adversários. A narrativa é fiel ao texto original, um conto do escritor russo Victor Serge. Neste filme, Maldoror dirige Roger Blin, Rüdiger Vogler e Anne Wiazemsky. A banda sonora jazzística é de Jean-Yves Bosseur e Jean-Louis Chautemps.
Um telefilme que adapta fielmente o romance de Akli Tadjer, Les A.N.I du Tassili — “argelinos não identificados”, indica a sigla. Tal como o livro, o filme acompanha Omar, um argelino que cresceu em França, mas vai visitar a nação-berço. Regressa eventualmente, juntamente com quem os ANI que retornam das suas férias para voltar aos banlieues parisienses, feliz por estar com os seus.