Um filme dedicado à carreira do violinista, improvisador, instrumentista e compositor Carlos “Zingaro”, um dos nomes mais importantes da música experimental portuguesa, bem como uma das grandes figuras da música improvisada europeia.
Secção: IndieMusic
Courtney Barnett, uma das figuras do rock contemporâneo australiano e uma pessoa normalmente muito privada, é o foco deste retrato intimista, quase sufocante, sobre uma artista que se revela em toda a sua vulnerabilidade e ansiedade. Danny Cohen pega na sua câmara de 16mm para seguir Barnett ao longo de três anos — em tour e no estúdio, a gravar o mais recente álbum — e a própria narra o documentário, com pequenas notas áudio que pontuam o filme.
A “diva dos pés descalços”, a icónica Cesária Évora num documentário que mostra imagens nunca vistas e oferece uma visão nunca antes explorada sobre a vida da cantora cabo-verdiana que, apesar de não corresponder ao modelo normal de sucesso, foi capaz de superar todas as condições que normalmente a afastariam da ribalta. Esta é a história de uma mulher negra, africana, com mais de cinquenta anos e vinda de um contexto pobre, cujo único sonho era ser livre.
Quando ainda se davam as pistas de dança como garantidas, Pedro Coquenão (que também assina como Batida) começa com um retrato satírico de um DJ (quase) perfeito, mas leva-nos também a um passeio pela cena musical alternativa de uma Lisboa multicultural.
The Lost Record é um documentário mas também um ensaio, uma fantasia que junta rock’n’roll e ficção científica. Alexandra Cabral e Ian F Svenonius, antigo vocalista dos The Make-up e dos Nation of Ulysses, oferecem esta meditação sobre o poder dos objectos que achamos importantes. O que fazemos quando encontramos algo perdido e que nos fascina? Guardamo-lo só para nós ou damos ao mundo também?
Italo disco é sintetizadores, melodias cantáveis e letras caóticas em inglês. É a música de Sabrina e La Bionda e um imaginário idiossincrático que beneficiou de um revivalismo recente. Talvez não tenha sido o género mais cool dos anos 1980, mas foi influente e subestimado. Levando-o não demasiado a sério, este filme analisa todos os aspectos deste fenómeno.
A emigração turca para a Alemanha leva a que a comunidade que se forma no novo país crie a sua própria cena cultural e musical, longe dos olhos da cultura popular e mediática. Este documentário dá espaço às histórias e aos ícones que foram formando a voz dos expatriados. Mas também desvenda as complexidades financeiras, políticas e sociais que afectaram esta subcultura.
Patti Smith já tem 74 anos, já viveu várias vidas como artista e continua a testar os limites da sua arte. Poeta, escritora, cantora, música, são inúmeras as suas facetas. E o seu cunho é sentido, mesmo que sem grande alarido. De coração punk, com apenas um êxito comercial no bolso mas muito rock’n’roll na bagagem, Smith é literalmente uma lenda viva, cheia de histórias para contar.
Um filme-concerto, de 1990, agora em versão restaurada. Ed Lachman captou, três anos depois da morte de Andy Warhol, uma performance em palco de Lou Reed e John Cale do álbum que escreveram em conjunto e em homenagem ao seu mentor — Drella, junção de Drácula e Cinderella, era um diminutivo usado pelos que o rodeavam. As canções do álbum falam do próprio, da sua vida e da relação dos dois músicos com Warhol.
O duo vanguardista Telectu de Vítor Rua e Jorge Lima Barreto é apresentado na sua vida pela estrada, em viagens mundo fora, ao longo dos anos 1980, 1990 e 2000. A arquitetura do documentário é o resultado da curadoria de um vasto arquivo de imagens, a partir da qual os atuais Telectu, Rua e Ilda Teresa Castro, elaboraram a sua estrutura operática.
Laurent Garnier é descrito como sendo o Papa ou “um DJ de DJs”. Este documentário oferece uma visão sobre a longa carreira do DJ e produtor francês, um dos maiores nomes da explosão da música techno dos anos 90. Um passeio por pistas de dança tão cheias de gente a dançar que chove com a condensação do calor humano.
Este documentário, baseado no livro do mesmo nome de Lizzy Goodman, traz à sala de cinema o renascer do rock’n’roll da primeira década dos anos 2000, pós 11 de setembro, com a explosão de bandas como The Strokes, LCD Soundsystem, Yeah Yeah Yeahs, TV on the Radio ou Interpol. Estas bandas e a alquimia da música que lançaram nesses anos transformaram Nova Iorque e influenciaram uma geração a nível global. Para quem se lembra do Napster, da Vice e dos hipsters.
O realizador Alain Gomis mergulha nos arquivos de imagens para nos mostrar uma visita de Thelonious Monk, o compositor e pianista norte-americano de jazz conhecido pelo seu estilo de improvisação, a Paris, em 1969. O ponto de partida é uma entrevista crua que Monk dá à televisão francesa e o conflito com os estereótipos que encontra. O resultado é um retrato, qual mosaico improvisado, cândido do mestre do jazz.
Sinéad O’Connor. O nome invoca uma imagem de uma rapariga de cabelo rapado, ou uma rapariga a rasgar uma fotografia do então Papa, João Paulo II, ou uma cantora que foi afastada da ribalta da música pop pela sua personalidade intransigente. Através de uma lente feminista contemporânea, este documentário analisa um período de cinco anos, ligando a carreira da cantora ao passado complexo e agitado da Irlanda, onde nasceu.
Neste filme o holofote está sobre a figura de Shane MacGowan, o líder da banda punk irlandesa Pogues. MacGowan revelou-se um personagem difícil de entrevistar, segundo o realizador, mas isso abriu espaço para o filme retratar a sua irreverência e essência de forma inventiva e foliona, usando a montagem de imagens de arquivo e testemunhos de pessoas como a irmã, Siobhan, o pai, Maurice, e Gerry Adams, antigo líder do Sinn Féin.
Um retrato do novo flamenco em Sevilha através de nove protagonistas, entre os quais a bailarina Javiera de la Fuente, o poeta David Pielfort, a advogada cigana e feminista Pastora Filigrana ou a actriz Rocío Montero. Com performances de Israel Galván, Alfredo Lago, Inés Bacán, Rocío Márquez, Raúl Cantizano, Leonor Leal, Tomás de Perrate, Niño de Elche, Silvia Pérez Cruz e Rosalía.
A banda de Leiria First Breath After Coma teve um ano de 2019 preenchido. A agitação veio não só com a gravação de um álbum, fechados numa casa, com concertos e colaborações, mas também com o facto de terem os seus movimentos seguidos por uma equipa de filmagens.
Uma saudável revisão histórica, narrada por Laurie Anderson, que coloca girls to the front no que toca ao impacto e contribuições de mulheres na história da música eletrónica. São mapeadas as contribuições das experiências de Clara Rockmore, Daphne Oram, Bebe Barron, Delia Derbyshire, Maryanne Amacher, Pauline Oliveros, Wendy Carlos, Eliane Radigue, Suzanne Ciani e Laurie Spiegel – contextualizando o seu trabalho face aos movimentos políticos, culturais e sociais do século XX.