Adolescentes e crianças à deriva no território delimitado por um bairro fechado com a escala de modelo de uma cidadela: casas com jardins, uma escola, um salão de festas, uma piscina. Numa viagem redonda entre lazer e tédio, sem pais ou mães por perto, os miúdos circulam para criar o seu próprio regime caótico na comodidade de uma prisão que se aceita: ninguém tenta sequer fugir. Nesse estado de conformidade quotidiana junta-se-lhes um estranho, aquele que irrompe do exterior, sem que nem nesse momento rebente o tradicional conflito. Em vez disso, tudo se dissolve num jogo intermitente de ternura e crueldade.