Inspirado nos poemas gregos e latinos que davam lugar de destaque às artes da agricultura – como são os casos de Os Trabalhos e os Dias de Hesíodo e de Geórgicas de Virgílio -, esta é uma obra que acompanha o trabalho no campo de uma família japonesa, numa pequena vila perto de Kyoto. Catorze meses de rodagem convertem-se nestas oito horas que são uma magnífica ode ao trabalho, à terra, à paisagem sonora e à passagem do tempo e das estações.
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Tayoko Shiojuri, agricultora, esposa e mulher que vive numa pequena aldeia perto de Kyoto, interpreta-se a si na segunda longa-metragem de C.W. Winter & Anders Edström (The Anchorage), inspirada nos poemas gregos e latinos sobre a arte da agricultura. Tayoko cuida da sua família da mesma forma que cuida da sua terra, e a repetição Jeanne Dielmann-esca das tarefas diárias, retratada com a sensibilidade peculiar da câmera de Edström e enriquecida com as paisagens sonoras de CW Winter, abre caminho para a nossa percepção, bem como as longas horas do filme. A profunda ligação às alegrias e tristezas de Tayoko e a permanência assombrosa da sua presença fazem com que se sinta – com uma força de partir o coração – a solidão e a paz de se cumprir o destino, respeitando os ciclos da natureza e os ciclos da vida humana. (Anastasia Lukovnikova)
Tayoko Shiojuri, agricultora, esposa e mulher que vive numa pequena aldeia perto de Kyoto, interpreta-se a si na segunda longa-metragem de C.W. Winter & Anders Edström (The Anchorage), inspirada nos poemas gregos e latinos sobre a arte da agricultura. Tayoko cuida da sua família da mesma forma que cuida da sua terra, e a repetição Jeanne Dielmann-esca das tarefas diárias, retratada com a sensibilidade peculiar da câmera de Edström e enriquecida com as paisagens sonoras de CW Winter, abre caminho para a nossa percepção, bem como as longas horas do filme. A profunda ligação às alegrias e tristezas de Tayoko e a permanência assombrosa da sua presença fazem com que se sinta – com uma força de partir o coração – a solidão e a paz de se cumprir o destino, respeitando os ciclos da natureza e os ciclos da vida humana. (Anastasia Lukovnikova)