Em 2014, o IndieLisboa mostrou a curta Quelqu’un d’extraordinaire, a estreia na realização de Monia Chokri que conhecemos dos filmes de Xavier Dolan. A sua primeira longa metragem desenvolve, numa hilariante e inteligente comédia, o mesmo tema do filme anterior: a passagem à idade adulta de uma jovem mulher. Neste caso, Sophia (a extraordinária Anne-Élisabeth Bossé), recém doutorada que, sem perspectivas profissionais, vive (ainda) com o seu irmão mais velho.
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Depois de o IndieLisboa ter mostrado em 2014 Quelqu’un d’extraordinaire, a estreia na realização de Monia Chokri, actriz de alguns filmes de Xavier Dolan, eis que nos chega agora a sua primeira longa-metragem. Inscrito na tradição do filme familiar quebequense, mas também na subtileza e cosmopolitismo de autores como Noah Baumbach ou Greta Gerwig, esta é uma comédia dramática acerca de uma jovem já não tão jovem, recém doutorada, que, sem planos de futuro, procura compensação emocional na relação com o seu irmão. A ironia constante é a grande arma de boa disposição maciça, mas, através da alternância entre o cómico e a dor verdadeira – algo que a actriz Anne-Élisabeth Bossé domina na perfeição – as personagens ganham outra vida e profundidade. Vamos sendo guiados pelos clichés da felicidade, mas onde La femme de mon frère podia apenas ser uma versão intelectual de Bridget Jones, é afinal um sensível filme sobre o crescimento e a humildade. (Carlos Natálio)
Depois de o IndieLisboa ter mostrado em 2014 Quelqu’un d’extraordinaire, a estreia na realização de Monia Chokri, actriz de alguns filmes de Xavier Dolan, eis que nos chega agora a sua primeira longa-metragem. Inscrito na tradição do filme familiar quebequense, mas também na subtileza e cosmopolitismo de autores como Noah Baumbach ou Greta Gerwig, esta é uma comédia dramática acerca de uma jovem já não tão jovem, recém doutorada, que, sem planos de futuro, procura compensação emocional na relação com o seu irmão. A ironia constante é a grande arma de boa disposição maciça, mas, através da alternância entre o cómico e a dor verdadeira – algo que a actriz Anne-Élisabeth Bossé domina na perfeição – as personagens ganham outra vida e profundidade. Vamos sendo guiados pelos clichés da felicidade, mas onde La femme de mon frère podia apenas ser uma versão intelectual de Bridget Jones, é afinal um sensível filme sobre o crescimento e a humildade. (Carlos Natálio)