A estreia de Lucrecia Martel na longa entrou directamente na competição oficial do festival de Berlim, vencendo o prestigiado prémio Alfred Bauer. O filme foi apelidado por muitos críticos como “chekhoviano”, e de facto tudo gira em redor da exploração dos tempos mortos de uma certa burguesia decadente argentina. Aliás, o ambiente pantanoso (do título, da cidade e da piscina esverdeada) é sintomático do classismo ruinoso que separa a preguiça alcoolizada dos patrões das acusações de roubo contra os criados ameríndios. La Ciénaga levantava já várias questões sobre a interiorização do colonialismo que agora Zama responde.
La Ciénaga
Lucrecia Martel
IndieLisboa 2018 • Herói Independente
Argentina,France,Spain,Japan, Ficção, 2001, 103′