A existência é uma complexa teia de acontecimentos trágico-cómicos. Tudo se liga com tudo. Um trauma de escola, uma visita a um amigo numa instituição psiquiátrica, diagramas infantis, desenhos com tinta, filmes super 8 e esculturas de plasticina e madeira.
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Na construção das memórias de infância não é necessário obedecer à lógica da idade adulta. A memória não tem de ser verdade factual, pode ser poética, afectiva e absurda. Como tinta derramada no leite, as imagens formam-se numa mistura líquida que evoca uma dança. As ideias vão surgindo sobrepostas em desenhos, gráficos, rabiscos e esculturas, que reproduzem com extraordinária liberdade artística um universo infantil onde o sujeito tem ainda poder para criar a sua própria narrativa. (Margarida Moz)
Ink in Milk
Gernot Wieland
IndieLisboa 2020 • Silvestre
Germany, Documentário, Experimental, 2019, 12′