Um documentário atmosférico sobre a rotina de Shizuko Nakajima, uma chef veterana num dos restaurantes de robata-yaki (estilo culinário semelhante ao churrasco) mais antigos do Japão. O que diferencia esta prática é o uso de uma lareira comunal.
Yu Araki vem refletindo sobre os costumes nipónicos, o seu peso histórico e o inescapável orientalismo. A comida, em particular, interessa-o pela poética dos bivalves (Bivalvia), pelo desdobramento semiótico do polvo (Wrong Revision) e pelas reverberações globais do Robatayaki (Fuel). Este é o retrato de uma prática centenária que, numa progressiva abertura de planos, viaja da singularidade daquela industriosa artesã para um ecrã onde desfila o mundo veloz. Um slow cooking feito slow cinema, contra a inquietude dos dias. (Ricardo Vieira Lisboa)