Um filme delicado, qual casa de bonecas, que mostra uma comovente ligação entre avó e neto e como ambos funcionam como o porto seguro um do outro — especialmente quando uma personagem marota tenta incutir-lhes alguns medos.
Uma avó e um neto. Um encontro às claras e às escuras. Uma linguaruda intriguista. Um medo incutido. Uma superação. Desejo e emoção. Um jogo de esconde-esconde é o que nos propõe Catarina Ruivo que nos transporta para um universo só dela, a que tens acesso se conheceres as palavras-chave: tempo, espaço e plano. O cinema de Catarina é de um outro tempo, aquele em que se constroem amizades puras, em que não tens necessidade de andar a correr de um lado para o outro, e conheces o significado de esperar. E tens esperança e acreditas. Um quadro vivo no cinema contemporâneo. (Miguel Valverde)
Nascida em 1971 no Luso, Catarina Ruivo é formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, tendo-se especializado em Montagem. Trabalhou como montadora, entre outros, nos filmes Mal (1999), A rapariga da mão morta (2005) e E o tempo passa (2010) de Alberto Seixas Santos, e em A Mulher Polícia de Joaquim Sapinho (2003). Iniciou-se na realização em 1998 com a curta-metragem Uma Cerveja No Inverno. Em 2004, realizou a sua primeira longa-metragem, André Valente, que foi distinguida no Festival de Locarno com o prémio Dom Quixote da FICC/IFFS, entre outros prémios noutros festivais.