Parte Rocky Horror Picture Show, parte conto de fadas demente: eis a história de Louis II da Baviera, petrificado e encontrado, vivo, numa floresta. A missão de três bruxas irmãs, caso a aceitem, é descongelá-lo e desvendar a trama.

Parte Rocky Horror Picture Show, parte conto de fadas demente: eis a história de Louis II da Baviera, petrificado e encontrado, vivo, numa floresta. A missão de três bruxas irmãs, caso a aceitem, é descongelá-lo e desvendar a trama.
Marie Losier (vencedora do Grande Prémio Cidade de Lisboa, em 2011, com “The Ballad of Genesis and Lady Jaye”) regressa com a sua segunda longa metragem, “Cassandro, the Exotico!”. E quem é ele? Um lutador de wrestling mexicano que é o Liberace da lucha libre, a deusa do látex, o rei do ringue, a femme arrasadora que vai esbofetear os machos musculosos. Mas depois de 26 anos de carreira a fazer saltos mortais e a partir quase todos os ossos que tinha, este é o momento de se reinventar. «O corpo diz-me que não, mas o Ego diz-me que sim.»
Em 2013, para celebrar o seu décimo aniversário, o IndieLisboa tinha convidado quatro realizadores a filmarem em Lisboa: Dominga Sotomayor e Marie Losier (vencedoras da Competição Internacional com “De Jueves a Domingo”, em 2012, e “The Ballad of Genesis and Lady Jaye”, em 2011, respectivamente), e Denis Côté e Gabriel Abrantes, duas presenças recorrentes do festival. “Aqui, em Lisboa” é o surpreendente resultado – quatro autores com quatro visões diferentes da cidade de Lisboa, passando pelos registos da ficção, do documentário, da comédia ou do fantástico. Mas com o traço comum que espelha o festival que os acolhe: a independência.
Alan Vega: Just a Million Dreams traça um retrato íntimo de Alan Vega e revela histórias invulgares deste artista visual inovador e pioneiro do rock electrónico minimalista, vocalista e compositor da dupla Suicide, dos períodos punk e pós-punk dos anos 70 e 80; Alan brinca com a câmara e com a realizadora, Marie Losier com quem tem uma grande amizade, ao mesmo tempo que interage com a mulher e o filho. O que o filme mostra é a alegria, excentricidade, iluminação mas também um enorme cansaço e um Suicide mais lento; o rock n’roll de Alan está bem vivo, divertido e rebelde!
Marie Losier apresenta-nos Bim Bam Boom Las Luchas Morenas, três irmãs mexicanas, lutadoras de wrestling, mas cujas vidas, que escolheram de acordo com as suas próprias ideias, são também uma luta, muitas vezes divertida.
Não é um filme sobre Genesis P-Orridge, não é sobre as bandas vanguardistas lendárias e não é sobre a história da era do punk pós-industrial e a cena musical underground. É um filme sobre o amor que nunca envelhece. Um filme sobre como Genesis e Lady Jaye
A arte enlouquece-me é a forma como começa este retrato perspicaz do artista contemporâneo e coleccionador Chong Gon Byun. Marie Losier, com a sua câmara de 16mm e toda a sua originalidade e forma instintiva de fazer cinema, cria um stop motion brilhantemente maduro e ao mesmo tempo ingénuo sobre o consumismo, onde os seres humanos e os objectos co-existem num mundo de sonho, de bonecas e fadas. (Nina Veligradi)