Resultado de uma pandemia, Ico Costa deixa uma câmara com Ailucha e Domy. O que vemos é o seu quotidiano em Inhambane, onde estes jovens moçambicanos vivem a juventude.

Resultado de uma pandemia, Ico Costa deixa uma câmara com Ailucha e Domy. O que vemos é o seu quotidiano em Inhambane, onde estes jovens moçambicanos vivem a juventude.
«Em 2015 fiquei intrigado com duas histórias publicadas na imprensa portuguesa» afirma o realizador Ico Costa (de quem já exibimos “Quatro Horas Descalço”, “Antero” e “Nyo Vweta Nafta”). É nelas que se baseia para contar a história de um homem que após cometer um homicídio, se refugia na floresta. Rodado no centro de Portugal junto ao rio Alva, numa porosa película 16mm, o filme acompanha Henrique, um homem solitário em fuga da sua vida e do mundo. Num estilo progressivamente imersivo vemo-nos transportados para esse espaço de solidão, questionando-nos sobre o que realmente move o protagonista.
Entre Maputo e Inhambane, várias histórias cruzam-se, em Nyo Vweta Nafta, de Ico Costa (Quatro Horas Descalço e Antero, IndieLisboa 2013 e 2014): procura-se uma vida diferente e uma mulher desaparecida.
Antero é um homem que acabou de sair da prisão onde passou os últimos anos e regressa à sua aldeia movido por um desejo de vingança que o ajude a recuperar a sua dignidade.
Uma casa silenciosa, de porta aberta no meio da noite. Mas a paz é uma ilusão ‚ um filho mata o pai com as suas próprias mãos e caminha as quatro horas seguintes até à esquadra, os pés descalços em contacto cruel com o chão, para se denunciar. Um crime numa aldeia numa montanha no interior de Portugal e no centro de uma família. (A. P.)