Logo a começar pelo título, que cita “Eu Nasci, Mas…” de Ozu, o nono filme de Angela Schanelec impõe umas reticências. Um rapaz de 13 anos desaparece durante uma semana, para reaparecer misteriosamente. Esse regresso deixa em suspenso a sua mãe e os seus professores, assim como o filme, que paira de personagem em personagem. Schanelec (“The Dreamed Path”, IndieLisboa 2017), pertencente à Escola de Berlim, preserva o seu estilo minimalista, rigoroso e elíptico, feito de detalhes sugestivos. Este filme deu-lhe o prémio de Melhor Realização no festival de Berlim.
Realizador: Angela Schanelec
Nadine está obcecada com uma memória ligada a uma canção assombrada que já não consegue cantar – até que ouve outra pessoa a cantar e tudo volta ao seu lugar. Uma observação melancólica de dois jovens casais que têm dificuldade em confiar um no outro. Cépticos, procuram um sentido para a vida.
Der traumhafte weg retrata dois casais, separados por trinta anos: Kenneth e Theres, saltimbancos no Verão de 1984, na Grécia, e Ariane e David, na casa dos quarenta, na Berlim de hoje em dia. Ambos passam por uma crise, que é tanto pessoal como europeia. O oitavo filme de Angela Schanelec, pertencente à chamada Escola de Berlim, preserva o seu estilo minimalista, rigoroso e elíptico, feito de detalhes sugestivos, que revelam a grandeza escondida de um universo amoroso. Uma fábula romântica, que faz colapsar as estruturas narrativas sob o signo do inesperado.
Fim de Inverno. Duas horas no aeroporto parisiense de Orly. Uma rapariga apaixona-se por um estranho a caminho de casa e do marido. Um jovem casal separa-se na sua primeira grande viagem. Uma mãe e o filho adolescente estão a caminho do funeral do pai da criança. Na multidão, uma mulher atreve-se finalmente a ler a carta de despedida do amante. No aeroporto, todos estão ocupados a lidar com o seu próprio destino.